Na despedida do Estádio Beira-Rio da Copa, a Alemanha sofreu, mas conseguiu se classificar para as quartas-de-finais para pegar a França ao vencer a Argélia por 2x1 na prorrogação, após um complicado 0x0 no tempo normal.
O primeiro tempo foi difícil para a Alemanha, já que o esquema 4-3-3 de Low (que defendia no 4-1-4-1) não apresentava soluções contra a forte marcação argelina, que compactava suas linhas e ocupava os espaços na intermediária alemã, além de possibilitar o contra-ataque contra o vulnerável sistema defensivo do time alemão, composto por Mustafi, Mertesacker, Boateng e Howedes.
Slimani era muito acionado nas costas da zaga alemã, exigindo muito de Neuer, que jogou como um terceiro zagueiro, fazendo saindo da área para fazer várias intercepções. Foi a Argélia que teve as melhores chances, embora tenha ficado pouco tempo com a bola, já que a Alemanha chegou a ficar com 70% da posse de bola boa parte da primeira etapa.
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No segundo tempo, a Alemanha melhorou, principalmente em virtude da alteração de Löw, que colocou Schurrle no lugar de Gotze, melhorando a movimentação ofensiva e criando alternativas com a velocidade e profundidade do substituto. O time alemão ainda teve dificuldades no início, porém na medida em que o time africano cansava e não conseguia mais impor a sua forte marcação, a Alemanha começou a empilhar chances de gols, consagrando o goleiro Mbolhi, que fez pelo menos umas 5 grandes defesas, cuja principal foi em uma cabeceada à queima-roupa de Müller.
A Argélia também encaixou alguns contra-ataques no segundo tempo, porém nenhum com grande perigo, e como a Alemanha não conseguiu resolver nos 90 minutos, foi obrigada a disputar mais 30 de prorrogação. Faltou repertório ao time alemão, que exagerou em chutes de longa distância e na bola aérea, que seria mais bem aproveitada por Klose, se o treinador alemão tivesse apostado no centroavante.
Logo no primeiro minuto do tempo-extra, a Alemanha abriria o placar com Schurrle, que se infiltrou como um centroavante para finalizar de letra um cruzamento de Müller, mostrando a eficiência de movimentação alemã após a substituição de Löw.
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O time africano não se entregou e mesmo com limitações físicas e técnicas, acabou tendo uma grande chance aos 11 minutos, quando Khedira falhou e a bola sobrou para Mostefa livre errar o gol. O castigo veio ao fim do segundo tempo, quando Özil pegou um rebote da defesa argelina, que havia salvado um chute de Schurrle em cima da linha para marcar o segundo gol e a irremediável classificação alemã, embora a Argélia ainda tenha tido forças para descontar nos acréscimos, com gol de Djabou, premiando a luta e insistência do time africano.
A Argélia surpreendeu a Alemanha e por pouco não eliminou o adversário. O time já fez história ao passar pela primeira vez para a segunda fase, e será reconhecido pela sua torcida por ter complicado a vida da Alemanha e não desistido.
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Para a Alemanha ficou o aprendizado que os 11 ideais de Löw não são suficientes quando a seleção alemã enfrenta um time que marque com intensidade, compactando suas linhas e consiga contra-atacar. A Alemanha mostrou um repertório limitado, fruto da incapacidade dos seus laterais contribuírem ofensivamente, além do fato de Schweinsteiger não estar 100% e Gotze e Ozil fazerem más partidas. O sistema defensivo também mostrou-se vulnerável, principalmente o lado direito defensivo, onde a lesão de Mustafi e a entrada de Khedira no meio, deslocando Lahm para a lateral direita acabou melhorando o setor, enquanto que a defesa levou muitas bolas nas costas.
Para o duelo contra a França, o time alemão levará o peso da camisa tricampeã para tentar desiquilibrar, já que a França mostrou mais futebol nesta edição da Copa. Será um duelo interessante, que colocará um duelo Europeu x Sul-Americano nas semifinais, já que quem passar pelo confronto pegará o vencedor de Brasil x Colômbia.
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