Nesta quinta-feira, feriado do dia do Trabalho, o Internacional foi até Cuiabá enfrentar o Cuiabá pela Copa do Brasil e ficou no 1x1, após uma má partida e que só não acabou mal em função do oportunismo de Rafael Moura, que marcou o gol de empate aos 41 minutos da segunda etapa.
O resultado foi bom, pois um simples 0x0 dá a classificação do Inter para a terceira fase da Copa do Brasil, e não imagino outra má partida e tropeço contra o Cuiabá no Beira-Rio, porém a má atuação acende o sinal amarelo para a oscilação do time Colorado, que desde a conquista do Gauchão depois dos 4x1 contra o Grêmio vem alternando bons e maus momentos em um mesmo jogo, o que preocupa para a sequencia da temporada. Ficam as perguntas: Por que o time oscila tanto? Qual é o verdadeiro Inter?
Após um bom início de jogo contra o Vitória e o Botafogo, o Inter começou mal contra o Cuiabá. O time exercia sua superioridade técnica ao controlar a posse de bola, chegando a ter 82% em um determinado momento do primeiro tempo. Porém era uma posse de bola improdutiva, já que era um toque para um lado, toque para outro sem penetração ofensiva e conclusões, o que facilitava a defesa do fechado adversário. Ao Cuiabá restava o contra-ataque, e o time conseguiu ser mais perigoso na primeira etapa, mesmo tendo ficado pouco tempo com a bola.
O adversário aproveitou-se de problemas do time Colorado, como a falta de compactação e de recomposição, e achava espaços no meio, por onde Williams acabava sozinho, além de conseguir entrar com certa facilidade na defesa do Inter, por onde Welligtom marcou o gol do time da casa. O Cuiabá poderia ter definido o jogo no primeiro tempo, pois teve pelo menos mais umas duas chances para marcar, enquanto o Inter ficou preso nos seus problemas sem conseguir encontrar soluções.
Abel Braga colocou Jorge Henrique no intervalo, na lateral direita no lugar de Gilberto, abrindo ainda mais o time. Estratégia arriscada, pois cederia mais espaços para o Cuiabá. Em compensação o Inter teria um homem a mais para atacar, porém insistiu em cruzamentos, tanto pela esquerda quanto pela direita, facilmente afastados pela zaga mato-grossense. Ao todo no jogo foram 37 tentativas, sendo que apenas 7 foram corretas (16%), enquanto que o time teve apenas quatro finalizações certas, mostrando a dificuldade e falta de repertório do time no jogo.
AI Inter |
Depois do terceiro jogo seguido com dificuldades, onde em dois o time não conseguiu vencer, fica a dúvida sobre o que desmobilizou o time, já que este mostrou ter potencial para levar o Inter longe na temporada. Após a conquista do Gauchão, lideres do grupo como D’Alessandro, o treinador Abel Braga e dirigentes falaram em sair da mesmice do Gauchão e buscar um titulo nacional. Porém o desejo parece não ter chegado integralmente no vestiário, já que o time relaxou após a conquista, e mostra muita displicência nas partidas, como se a vitória fosse consumada a qualquer momento sem esforço.
Para complicar, setores que estavam se consolidando, começam a apresentar problemas. Na defesa, há a responsabilidade de Abel por ter retirado Ernando para promover a volta de Juan, além de o time não conseguir mais a compactação vista nos Gre-Nais e a recomposição qualificada, necessária para um esquema 4-1-4-1, onde o primeiro volante fica em uma linha separada e tende a ficar sozinho se o time não tiver uma reposição adequada. Na frente, o time domina a posse de bola na maior parte dos jogos, porém não é objetivo, não apresenta uma intensidade uniforme ao longo do jogo, se desconcentrando facilmente chegando a ser displicente. Falta velocidade ao time em geral, principalmente nas peças ofensivas, o que deixa o time muito burocrático e torna a contratação de um atacante veloz cada vez mais necessária.
O Inter já mostrou que tem condições técnicas para chegar longe, porém precisa consertar seus problemas, além de estar mobilizado o jogo inteiro, sem clima de “já ganhou” e menosprezo ao adversário. Os problemas recentes estão freando a evolução do time, e poderão comprometer o time nas competições nacionais.
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