Em uma era de grande domínio financeiro em função da grandeza dos clubes no cenário internacional ou de investidores dispostos a colocar seus milhões a disposição, os Campeonatos Inglês e o Espanhol estiveram perto de sair da mesmice, porém os títulos nacionais correm sério risco de ficar nas mãos de poderosos.
Atlético de Madrid e Liverpool ganharam a simpatia da maioria dos admiradores da Premier League e da La Liga em função de terem orçamentos mais modestos e estarem a um bom tempo na fila. O time madrileno não fatura um título espanhol desde a temporada 1995/96, enquanto os ingleses da terra dos Beatles desde o longínquo 1989/90. Ambos podem não serem mais considerados gigantes no futebol moderno, porém possuem uma gloriosa história e tradição em seus respectivos recintos e fora deles, já que possuem vários títulos europeus.
Nos seus nacionais, o Liverpool estabeleceu uma invejável hegemonia, que só foi alcançada e superada graças a era Ferguson com seus impressionantes números. Porém o time de Liverpool vive um longo jejum e ainda não comemorou um título na era da Premier League. O Atlético de Madrid disputou com o Barcelona ao longo de vários anos o posto de segunda força da Espanha, até que o time catalão se consolidasse na era Cruyf como uma das duas grandes forças do país, ao lado do sempre grande Real Madrid.
O caso do Liverpool é mais complicado, pois está numa liga com os endinheirados clubes de Manchester (United e City) e do Chelsea. Neste ano, aproveitou-se da má fase do seu rival United e do inicio ruim de Chelsea e City para assumir a liderança, perdendo-a na virada do ano quando foi derrotado pelos concorrentes Chelsea e City, mas recuperando com o foco dos rivais voltado à Champions League.
O time engatou 11 vitórias consecutivas, que o deixou perto do título, porém vacilou no momento decisivo com uma derrota em casa para o Chelsea e um empate em 3x3 contra o Crystal Palace, quando o time vencia o jogo por 3x0 e procurava atacar em busca do saldo de gols foi o suficiente para deixar o título nas mãos do Manchester City, que nunca deixou os Reds dispararem na tabela, e que hoje tem o título nas mãos, por ter um saldo de gols favorável como critério de desempates e dois adversários que não metem medo, o Aston Villa e o West Ham. A tendência é de vitória em ambos os confrontos, apesar de 4 pontos serem suficientes.
Na Espanha, o Atlético de Madrid surgiu como concorrente para Real e Barcelona desde o início do campeonato, ignorando o fato de seu orçamento ser infinitamente menor ao do rival local que tem o melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, além de ter efetuado a maior transferência do mundo nesta temporada, Bale, enquanto que o outro time tem o extraterrestre Messi e não economizou para contratar Neymar. Simeone conseguiu montar um grande time com a qualidade de alguns bons jogadores que o clube conseguiu contratar ou manter e desenvolver, e conseguiu manter o embalo inicial, aproveitando-se de jornadas ruins de Real e Barça para assumir a liderança da Liga na reta final.
O time poderia garantir o titulo com uma rodada de antecedência sem depender do último duelo contra o Barcelona no Camp Nou, porém a derrota na última rodada para o Levante (2x0) complicou a situação, já que o Atlético precisará de pelo menos um empate em Barcelona, contra um adversário que poderá ser campeão, para não ter que torcer por tropeços do Real Madrid. Seguindo a lógica, o trio deverá vencer seus jogos e o confronto do Atlético de Madrid com o Barcelona será a final do campeonato, que poderá dar o título ao Real Madrid.
A possibilidade de ambos os times não conseguirem acabar com seus jejuns após chegarem tão perto frustra o saudosista, admirador de um futebol competitivo com velhos campeões voltando a ganhar, além de oferecer uma alternativa ao cada vez menor número de seletos campeões. Porém os times foram além da expectativa e isso já é suficiente para ser comemorado e celebrado como grandes campanhas.
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