domingo, 13 de abril de 2014

Inter é tetracampeão Gaúcho com sobras

Neste domingo no Estádio Centenário em Caxias, já que o Beira-Rio não foi liberado, o Internacional goleou o Grêmio por 4x1 e conquistou seu 43º titulo gaúcho, sendo o quarto consecutivo. Foi um título incontestável, já que o Internacional foi superior em ambos os jogos cuja soma dos jogos ficou em 6x2 para o Inter. 

Abel procurou manter o time do segundo tempo do primeiro Gre-Nal da decisão, que trouxe outra dinâmica ao time e reverteu a derrota parcial na primeira partida. Méritos do treinador, que teve tempo para aperfeiçoar a escalação na sua formação desejada, e colocou um time bem postado defensivamente e técnico para, capaz de entrar na área do adversário trocando passes. 

O Inter esperou o Grêmio no início do clássico, já que a equipe estava com vantagem confortável e o rival precisava tomara a iniciativa. O tricolor tentava pressionar, porém não conseguiu um lance sequer de perigo, e ainda facilitou a vida do Inter, com um erro defensivo de Werley, que permitiu que Rafael Moura protegesse a bola até encontrar D’Alessandro para concluir no canto de Grohe: 1x0. 

O gol destruiu o pouco de mobilização que o Grêmio tinha para tentar reverter o placar. O Inter passou a controlar o jogo e teve chance para ampliar ainda no primeiro tempo, porém foi na segunda etapa que o Colorado transformaria em goleada. 

Tudo começou com a alteração de Enderson Moreira no intervalo para dar maior ofensividade ao time, com a entrada de Maxi Rodriguez no lugar de Edinho. A modificação foi um total desastre, pois na prática não aumentou o poderio ofensivo do time, além de escancará-lo para que o Inter trabalhasse a bola e matasse a partida. Aos 4, Alex aproveitou uma finalização desviada de Alan Patrick e marcou o segundo. Aos 11, Alan Patrick marcou de pênalti, que fora sofrida por D’Alessandro e aos 13, Alex marcou seu segundo e o quarto do Inter após linda jogada coletiva envolvendo Alan Patrick e Rafael Moura na Esquerda. O Grêmio ainda descontou com gol contra de Ernando, depois de jogada de Dudu na direita, em um momento que o tricolor havia melhorado na partida em virtude do remédio de Enderson, que escalou Léo Gago no lugar de Alan Ruíz.

AI Inter
Mas já era tarde, a derrota e a perda do titulo já estava consumada. Restou o Inter administrar o restante da partida, e levantar a taça após o apito final do árbitro Márcio Chagas, que não fez uma má arbitragem, e procurou controlar o jogo disciplinarmente ao expulsar Pará e Williams que se envolveram em confusão. No lance, se tivesse expulsado apenas o jogador gremista, o arbitro não teria errado, pois não vi nada que o volante colorado pudesse ter feito para também ser expulso, a não ser o critério de tranquilizar o clássico com uma expulsão para cada lado.

O clássico mostrou que o Inter achou seu caminho e está crescendo, a ponto de ser uma das forças do Campeonato Brasileiro. Abel conseguiu dar segurança à defesa, que é mais dinâmica com Ernando ao lado de Paulão. No meio-campo, Alan Patrick ganhou a titularidade e participou da maioria dos lances de perigo do time, além de ser uma opção para o tabelamento com Aránguiz, Alex e D’Alessandro, algo que Jorge Henrique não conseguia fazer. Alex foi outro que cresceu nos últimos jogos, principalmente com a entrada de Alan Patrick, e foi um dos destaques dos dois jogos da final, marcando dois gols na decisão. Rafael Moura não marcou, mas participou das jogadas do primeiro e do quarto gols.

Após o jogo, a direção colorada sinalizou com a contratação de reforços. Pelo clima na coletiva do treinador Abel, pelo menos um já está acertado, o que é bom para qualificar o elenco, principalmente porque Aránguiz está com contrato por se encerrar, além do chileno ter que abandonar o grupo colorado para servir à seleção chilena na preparação para a Copa do Mundo.  Serão necessárias peças de reposição para que o time brigue pelo tão esperado tetracampeonato brasileiro.

Já pelo lado gremista, surgem indefinições e questionamentos quanto ao treinador Enderson Moreira, de bom trabalho neste início de temporada, mas que foi muito mal na disputa do Gauchão. O treinador montou um Grêmio promissor com peças jovens, que virou um dos destaques da Libertadores ao passar por cima de um grupo teoricamente difícil, com Nacional do Uruguai, Newell’s Old Boys da Argentina e Atlético Nacional da Colômbia. Não me atrevo a chamar de grupo da morte, em função de os times adversários não terem jogadores tão qualificados e que honrem com a história de suas camisas, porém é inegável dizer que o treinador fazia um trabalho irreparável até medir forças com o Internacional.

UOL
Tenho minhas restrições quanto aos times da Libertadores, em função do abismo financeiro existente entre os times latinos e os brasileiros (com exceção dos mexicanos), e que fazem com que os times brasileiros sejam obrigados a fazerem boas campanhas tamanho o investimento e mobilização para o torneio. Porém o Inter foi, até agora, a equipe mais forte que o Grêmio enfrentou na temporada, e em uma decisão, mostrou que o time tricolor ainda não está preparado para decidir, e nem o técnico Enderson Moreira, já que o comandante gremista errou nos dois clássicos, no primeiro por omissão, ao demorar para detectar os problemas do time, enquanto no segundo foi por ação equivocada, que abriu o time para sofrer uma goleada para o Internacional.

O treinador teve mérito de remediar o grande problema que causou antes de transformar o clássico em uma vitória histórica do Inter, que provavelmente lhe derrubaria do cargo, porém a má atuação do treinador nos clássicos ficará guardada para ser somada a uma eventual desclassificação da Libertadores, o que lhe derrubaria do cargo, por mais promissor que Enderson Moreira seja. Além da inexperiência do grupo e do treinador, ficou evidente a falta de opções do grupo gremista, que depende basicamente de Jean Deretti, Alan Ruíz e Maxi Rodríguez para mudar a história dos confrontos. Se Barcos se machucar ou ficar impedido de jogar, não teria reposição, enquanto que Werley e Pará estão tendo atuações em nível crítico, porém Bressan foi preterido e sumiu, enquanto não há um lateral direito capaz de desbancar Pará. 

Muitas questões e outras afirmações ocorreram com a final do Gauchão. Porém sigo dizendo que a dupla Gre-Nal entrará forte no Brasileiro, tendo como adversário o Santos e os times mineiros, principalmente o Cruzeiro, que voltou a mostrar um bom futebol.  E que venha o Brasileiro... 

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