quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A conta chegou, exigindo criatividade do Grêmio

O Grêmio alterou a sua estratégia de montagem do elenco para 2014, abrindo mão dos chamados “medalhões” e seus altos salários para abrir espaço para jovens revelações da base ou contratações de jogadores promissores, com alto potencial de revenda. 

Até agora, o time treinado por Enderson Moreira anima, pois proporciona um jogo intenso e ofensivo com jovens e velozes jogadores, além de recuperar o futebol dos poucos “medalhões” remanescentes como o caso de Barcos, que voltou a marcar gols e ser importante.  O treinador conseguiu montar uma base formada por jogadores experientes como Rodolpho, Edinho, Zé Roberto e Barcos, além da afirmação de jovens jogadores. Como destaques, temos o lateral esquerdo Wendell, que herdou a posição do negociado Alex Telles, além de Ramiro no meio e Luan no ataque, além das entradas de Dudu e Alan Ruíz, que têm se mostrado úteis. 

É um time mais barato que o de 2013 porém mais promissor, pois este encaixou e não se assustou com os adversários do Grupo 6 da Libertadores, tido com o grupo da morte. Até agora, o Grêmio venceu seus dois jogos e lidera o grupo, encaminhando uma classificação como primeiro e com uma ótima pontuação, já que na competição os times que mais pontuam tem vantagem de decidir em casa nos jogos mata-mata. 

Se dentro de campo o Grêmio anima o torcedor em busca de um grande titulo que não vem há praticamente 13 anos, fora dele preocupa, pois a direção está quebrando a cabeça para honrar seus compromissos financeiros e por isso está negociando parte ou a totalidade dos direitos econômicos de alguns de seus jogadores, como forma de conseguir fazer caixa, porém mantendo-os até o final da disputa na Libertadores pelo menos. Neste ano, o presidente Fábio Koff negociou parte dos direitos econômicos do zagueiro Bressan e de Ramiro, além de anunciar a venda do lateral esquerdo Wendell. 

Os valores obtidos deverão cobrir o déficit que ainda persegue o clube, garantindo o pagamento dos salários até o final da disputa da Libertadores, porém de certa forma preocupam, pois logo adiante o clube precisará negociar outros jogadores para continuar mantendo a sua saúde financeira, o que dá a ideia de um novo desmanche. Porém merece ser saudada a equipe de olheiros, que buscou jogadores de grande potencial e que poderão ser futuramente negociados, além de tornarem-se úteis ao time enquanto estiverem no clube.

Essa estratégia/necessidade de vender jogadores é em função do rombo provado pela montagem do time de 2013, baseado em renomados e, por consequência, caros jogadores, que oneraram a folha de pagamento e não deram a resposta esperada. Além do grupo de jogadores, o contrato com a OAS onde o clube não recebe nada da arrecadação dos jogos, além de ter que pagar um valor anual à construtora mostrou-se danoso ao clube, que terminou 2013 com um déficit próximo aos R$ 90 milhões, e que foi amenizado com a venda imediata de Alex Telles. 

Eu até escrevi em uma publicação que não acreditava na perversidade deste contrato, pois o clube estava tendo gastos excêntricos e não imaginava que o maior presidente da história do clube pudesse ser irresponsável a ponto de inviabilizá-lo financeiramente. Porém errei e tenho que reconhecer isso, mas também tenho que reconhecer a capacidade do presidente gremista em montar uma equipe de profissionais competentes em busca de superar estas dificuldades, que poderiam exterminar com o clube. 

Resta saber como estas notícias de negociações irão impactar na campanha do time na Libertadores. O torcedor fica desmotivado e os jogadores podem perder o foco, tendo em vista que começam a pensar sobre o futuro e perder rendimento. 

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