Passadas 16 Rodadas do Campeonato Brasileiro, já é possível uma melhor avaliação sobre o que cada time poderá aspirar no certame. Por muitos anos, procurei ser o mais imparcial possível nos posts sobre o campeonato, procurando escrever sobre todos no blog, porém a falta de tempo me impede de acompanhar a maioria dos jogos como fazia antigamente e procuro centrar-me nos líderes e no Internacional, que é o clube do meu coração e é a quem dirijo este post.
A equipe Colorada disputa o título dos empates no Campeonato, juntamente com o Corinthians, seu maior adversário neste quesito. Ambos já somam 8 empates no campeonato, o que chega a metade dos jogos disputados apenas somando 1 ponto, quando a vitória dá 3. Eu sei que muitos gostam do resultado, principalmente em jogos fora de casa, porém é comprovado que este resultado não leva a lugar nenhum, pois se nesses 8 jogos o time tivesse conquistado 3 vitórias e 5 derrotas, estaria um ponto na frente e melhor servido no primeiro critério de desempate.
Porém atribuir aos empates e a erros de arbitragem (inerentes a todos os times em virtude da péssima arbitragem do futebol brasileiro) é muito simplista, tendo em vista que a maioria dos empates do Internacional no certame foram com gols, o que mostra um bom poderio ofensivo, porém muitas deficiências ofensivas, que o deixam como um dos melhores ataques e uma das piores defesas do campeonato.
Dunga montou uma ideia de formação, no esquema 4-4-2 e com meio no formato de um losango, porém parece ter se perdido com as opções do grupo, já que seguidamente procura improvisar e apostar em jogadores que reconhecidamente não estão convencendo, do que procurar uma formação mais condizente com o elenco disponível. Não falo apenas do meio, que até foi alterado após o Gre-nal para dois meias e dois volantes, porém há problemas de posicionamento no sistema defensivo, além de falhas individuais recorrentes de alguns jogadores, que já foram cansativamente testados, mas que não se afirmaram, mostrando insuficiência técnica indigna para continuar vestindo a camisa do clube.
Tirando o confronto da Copa do Brasil, contra o Salgueiro que é um time de quarta divisão e que não é parâmetro, o Inter amaga uma sequencia de 6 jogos sem vencer, onde 5 deles acabaram em empate. Porém na maioria destes confrontos, o time apresentou problemas, que se fossem sanados, culminariam em vitórias.
O principal problema é o lado direito da defesa, onde Edinei e Ronaldo Alves não tem condições de continuar sendo escalados. Juro que tento compreender o que faz o treinador continuar insistindo com esses jogadores, porém não consigo, tendo em vista que ambos tem participação direta em vários gols sofridos pelo time.
Edinei quase sempre é substituído em meio aos jogos por deficiência técnica, enquanto que Ronaldo Alves é auto escalável, pois cada erro seu lhe deixa ainda mais indiscutível no time, tendo em vista que não vejo grandes manifestações contra o seu futebol. Para não passar batido, vou apontar alguns problemas que vejo em ambos. O primeiro tem um estilo de peladeiro, pois não tem aplicação tática, além de deficiência técnica para defender, deixando espaços para os adversários; e também para atacar, pois dificilmente acerta um cruzamento. O caso de Ronaldo Alves é ainda mais enigmático, pois o jogador não consegue se posicionar adequadamente na zaga, além de errar quase todas as suas saídas de bola e mostrar-se um verdadeiro desastre em suas investidas ofensivas, perdendo gols incríveis e atrapalhando outros gols certos de outros jogadores.
Quanto à reposição, Alan entrou bem contra o Atlético-MG e poderia ser mais bem testado, enquanto Índio parece não ter mais condições físicas para jogar todos os jogos.
Do meio para frente, vejo uma acomodação dos jogadores quanto à movimentação, deixando-os facilmente marcáveis. O time tende a afunilar pelo meio, salvo raríssimas exceções. Como resultado, o time cria poucas chances, além de ceder vários contra-ataques. É nesse setor que Dunga tem a maior fartura de opções no elenco, pois foi onde o clube efetivamente investiu em reforços, porém o treinador não está sabendo tirar o melhor do time, isto é, escalando os jogadores que estão em melhor momento e que poderiam render mais, exemplo Otávio ou Alex no meio-campo e Scocco no ataque.
Em virtude da deficiência defensiva e das opções disponíveis, vejo que seria melhor Dunga mudar suas convicções de esquema para o 3-5-2, deixando Fabrício e Jorge Henrique nas alas, um volante (Williams/Ygor), dois meias (Alex/Otávio e D’Alessandro) e dois atacantes (Forlán e Scocco/Damião). Prevejo um maior volume de jogadas nos flancos, além de tentar equilibrar o time defensivamente e deixa-lo mais forte no meio-campo, tanto para municiar o ataque quanto para ajudar a defesa, além de compactar o time. Não vejo outra solução com o elenco disponível que possa fazer o Inter jogar mais, porém é fato que Dunga terá que alterar suas convicções, senão morrerá abraçado com elas.
Como já escrevi no post anterior, o técnico Colorado parece ter perdido o foco desde quando aconteceram indisposições com a imprensa e até com um gandula. Desde então, o Inter perdeu a sua vibração em campo, e o treinador ficou apático quanto a sua escalação e modificações ao longo do jogo, que acabam punindo o Inter com a perda de pontos. Não sei como anda o relacionamento do treinador com a diretoria e com o grupo de jogadores, porém o futuro de curto prazo do clube precisa ser reavaliado, com uma cobrança mais incisiva e quiçá uma troca de treinador, no caso de haver problemas e dificuldades de reação. Não gosto de troca de treinadores em meio ao campeonato, porém em alguns casos esta medida torna-se imprescindível.
O Campeonato já não está mais no início, e alguns clubes como Cruzeiro, Corinthians, Grêmio e Botafogo já mostraram a que vieram no certame, e são favoritos para a vaga do G4. Ainda tenho o Inter como concorrente para uma destas vagas, porém se o time continuar jogando mal e perdendo pontos, ficará estacionado no meio da tabela.
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