sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Se quiser título ou G4, Inter e seu torcedor precisarão se reequilibrar

Ando acompanhando a campanha do Internacional no Campeonato Brasileiro e ao mesmo tempo leio comentários acerca da atuação do time no certame. Há claramente uma dualidade entre otimismo e pessimismo. 

Há os otimistas, que contabilizam o jogo deficitário que o time tem em relação aos demais, bem como a pouca diferença em pontuação para o líder e para os que estão no G4 e as circunstâncias isoladas da partida, como foi o bom empate contra o Botafogo em 3x3. Já os pessimistas elencam a sequencia de jogos sem vitória, oitava posição na tabela, além da quantidade de gols sofridos, frutos de problemas de posicionamento e de escalação, que respingam no treinador Dunga e que acabam freando o time no Brasileirão.

Nenhum torcedor está errado, bem como nenhum é dono da verdade. O Inter em campo é uma dualidade extrema, que põe em dúvida a sua real capacidade neste campeonato. 
Como um time que tem D’Alessandro, Alex, Forlán, Damião e Scocco não lutará pelo título? 
No entanto, também há o outro lado: 
Como um time que tem uma das piores defesas, contabilizando várias falhas técnicas individuais poderá lutar pelo título? 
Em números, o Inter possui o segundo melhor ataque e uma das terceiras piores defesas. E o pior, é que, pelo visto, ninguém se deu conta que esse paradoxo não leva a lugar nenhum, pois entre o 8 e o 80 há o 40.

Entendo a agonia de alguns, tendo em vista que o Brasileirão 2013 é, provavelmente, o mais disputado da era dos pontos corridos. Pesquisei, e constatei que desde 2006, quando o campeonato possui 20 clubes, nunca um primeiro colocado terminou a 14º Rodada com tão baixa pontuação como a do Botafogo (26 pontos). Em 2007, 2008 e 2009, Botafogo, Grêmio e Atlético-MG terminaram respectivamente com 28 pontos, enquanto que em 2010, 2011 e 2012, Fluminense, Corinthians e Atlético-MG terminaram esta rodada respectivamente com 32 pontos, o que comprova o equilíbrio deste campeonato.

O time e, consequentemente a torcida, precisam buscar o equilíbrio, que fará com que o time fique mais próximo do 80 do que do medíocre 40, enquanto que fora de campo haverá o apoio que fará a diferença para o time.  Nem tudo está errado, bem como nem tudo é um mar de rosas. 

Em campo, desfalques são inerentes aos clubes em um campeonato longo, porém os grandes problemas do time estão relacionados à escalação e ao posicionamento do sistema defensivo. Quanto a nomes, Muriel, Ednei (que está lesionado) e Ronaldo Alves provaram não ter capacidade técnica suficiente para continuarem como titulares no time, pois cometem muitos erros individuais que acabam comprometendo os resultados do Inter. Vale ressaltar que o goleiro tem um treinamento especial por um profissional, o treinador de goleiros, e a sua atuação teria que ser reavaliada. 

Além disso, há um espaço demasiado no meio, que contribui para uma demasiada exposição do sistema defensivo, que é fraco, e torna-se facilmente vazado. É necessária uma compactação do time, buscando adiantar a marcação e deixando a defesa entre 30 a 40 metros do ataque, basicamente na linha do meio-campo, se o time estiver realizando uma feroz marcação sob pressão, que é outra característica que o Inter precisaria para funcionar. 

O time colorado recua demais, e como o meio tem dificuldades de preencher os espaços, deixa o sistema defensivo totalmente vulnerável. Treinando a compactação para um espaço reduzido, uma maior qualidade de troca de passes e marcação forte já na intermediária do adversário, este teria mais dificuldades para atacar e chegaria menos na área Colorada. Essa é uma das grandes virtudes do Barcelona e do Bayern, e que precisa ser implantada no Brasil. Geralmente em seus jogos com transmissão em 16:9 (Widescreen como o HD) é possível ver todo o time na tomada da tela, algo que é muito difícil de ver no futebol brasileiro. 

Como quem escala, posiciona e treina é o treinador do time, vejo que é necessária uma postura mais forte para cobrar Dunga, tendo em vista que estes problemas apresentados são recorrentes e prejudicam a evolução do time no certame. Não tenho muitas referências que podem determinar se há opções no elenco para uma mudança de escalação pois só assisto aos jogos do time, porém o clube teve tempo para analisar a condição ao longo da parada da Copa das Confederações, e persistir escalando jogadores nitidamente desnivelados para baixo, mostram descomprometimento diretivo com o futuro do time. 

Ainda é cedo para fazer previsões sobre o futuro do Inter no Campeonato. O time não engrena e, mesmo assim, pode ser campeão ou conquistar vaga na Libertadores devido ao nivelamento (para baixo) com os demais.  Mas se conseguir reorganizar, tem condições de ser campeão  até com tranquilidade, tendo em vista que não há um outro clube com um elenco tão qualificado como  o do Inter. Somente tenho o elenco do Corinthians como o mais equilibrado, e que tem um mínimo favoritismo devido a sua fortaleza defensiva, que se for completada com efetividade ofensiva, darão mais um caneco ao clube. 

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