Quem ler o blog até irá estranhar, tendo em vista que praticamente só falo sobre futebol. Porém não poderia deixar em branco o que aconteceu nesta segunda-feira no Brasil, onde muita gente foi às ruas nas principais capitais do país, mostrando total descontentamento com os rumos do Governo Brasileiro.
Inicialmente formado em função do aumento do preço das passagens de transporte público municipal, o movimento mostra ao longo das manifestações que o problema vai além deste reajuste, e expõe ideias difusas, que juntas chegam ao mesmo problema: A forma de governo brasileira. Por mais que alguns veículos e os próprios governos minimizem estes ocorridos, pode-se afirmar que o país vive um cenário de instabilidade política.
Utilizando-se da democracia através das prerrogativas constitucionais de liberdade de manifestação do pensamento e de reunião, milhares de pessoas das mais variadas idades e classes sociais protestaram contra o decadente modelo de governo, que facilita a corrupção, inflação e desigualdades sociais, além dos altos gastos em torno da Copa do Mundo no Brasil.
No caso específico da Copa, todas as grandes promessas não foram cumpridas. Os estádios que inicialmente seriam erguidos pela iniciativa privada, acabaram, em grande parte, nas mãos do poder público. Além disso, houve estouros de orçamento e superfaturamento em algumas sedes. Já em matéria de mobilidade urbana, que seria o único legado a ser deixado pela Copa do Mundo, grande parte das obras idealizadas sequer sairá do papel.
Com isso, o legado deixado pela Copa será mínimo, baseado em dívidas que deverão respingar no bolso do brasileiro, que atualmente paga uma das maiores cargas tributárias do mundo. Pior é que o país vive um cenário de instabilidade econômica, onde o país não cresce e a inflação está acima do esperado, o que necessitou de políticas intervencionistas de aumento da taxa de juros (SELIC) como forma de reduzir o consumo e que deverá reduzir os níveis de emprego.
As sonoras vaias contra a presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa das Confederações foram um presságio do que estava por vir, porém o marco deste movimento foi neste dia 17/06, onde manifestantes em Brasília tomam conta do teto da Esplanada dos Ministérios, simbolizando que o povo acordou e ainda sabe que é dono da Soberania e que é legítimo cobrar dos representantes, se estes não estiverem gerindo da forma desejada.
Não se sabe se esta “revolta” atingirá o fim desejado, porém a tendência é que os governantes não tratem os cidadãos (lato sensu) no regime pão e circo, gerindo conforme interesses que beneficiem minorias e que os façam perpetuar no poder. Apesar da crise oriunda de razões externas e de um “desgoverno”, o país tem muito potencial para crescer, porém precisa investir pontualmente em setores que possam gerar retorno futuro.
Os países mais desenvolvidos e com IDH alto investem pesado na qualidade da Educação, fornecendo estrutura e remuneração apropriada para que os professores possam ensinar adequadamente. Outras áreas como Saúde e Segurança e infraestrutura urbana também necessitam de um maior investimento para que possam funcionar adequadamente.
Sem pressão e com graves problemas estruturais na forma de governar, os políticos em posse do poder tomam um rumo similar, o que faz o cidadão imaginar que não há situação nem oposição no país, e que tanto faz o candidato “A” ou “B”. Prova disso foi a eleição de Tiririca como Deputado Estadual, repetindo o seu discurso de que “Pior do que está não fica”. Não há um plano concreto de gestão na politica nacional que possibilite um crescimento satisfatório e sustentável.
Espero que o brasileiro não desista da sua nação e siga protestando de forma pacífica e ordeira até que as suas reivindicações sejam atendidas. Com um maior controle é possível diminuir a corrupção e os gastos exagerados em áreas supérfluas. O Brasil é meu, seu e de todos que aqui habitam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário