sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Luigi continuará no comando do Inter para o próximo biênio


Na noite desta quinta-feira, o Conselho Deliberativo do Inter reconduziu Giovanni Luigi para continuar na presidência do clube pelos próximos dois anos. Dos 314 conselheiros votantes, Luigi teve 166 votos, contra 80 de Lopes, 64 de Sandro Farias, três em branco e uma anulação. 

Por sete votos, Luiz Antonio Lopes não conseguiu atingir a cláusula de barreira de 25% do total de membros do CD colorado, contrariando a vontade da maioria absoluta da torcida do clube, que sedenta esperava pelo segundo turno, já que a aceitação do então presidente está prejudicada pela péssima gestão do futebol, que transformou o clube de protagonista a coadjuvante das principais competições. 

Vale ressaltar que a recondução de Luigi foi legítima, já que todas as regras do estatuto do clube foram cumpridas, servindo até como justiça ao presidente a possibilidade de comandar o clube na inauguração do Beira-Rio pós-reforma em 2014, cuja parceria com a Andrade Gutierrez fora costurada com maestria, evitando que o clube pudesse ficar sem a Copa do Mundo no Beira-Rio e com um estádio “semidestruído”.

Administrativamente falando, Luigi faz uma grande gestão, e entregará um Beira-Rio totalmente reformado ao fim da sua segunda gestão. Manteve alguns jogadores no elenco, a pedido da própria torcida, porém acabou fazendo uma péssima gestão do futebol, onde o clube ficou restrito a dois Campeonatos Gaúchos e uma Recopa, enquanto que no Brasileirão e na Libertadores foi mero coadjuvante, irritando o torcedor, que é marcado pela passionalidade e pelo que ocorre no momento.

No Futebol, Luigi não conseguiu contratar um treinador que empolgasse ao longo dos seus dois anos como presidente além de apostar em dirigentes inexperientes para o futebol e ex-jogadores ídolos como treinadores, em uma tentativa que se mostrou equívoca. Dentro do vestiário, não foi capaz de renovar o grupo, vendendo jogadores promissores e repatriando veteranos sem uma melhor análise técnica e física, além de manter “cavalos cansados” de longa data. O ápice das más escolhas reflete neste momento, com uma péssima campanha no segundo turno do Brasileirão, onde o clube ostenta uma das piores colocações.

Para recativar o torcedor e principalmente o sócio, que ameaça deserção do quadro social do clube, Luigi terá que, além de promessas, promover um fato novo, algo capaz de fazer o torcedor lhe dar um voto de confiança. Este fato novo pode ser um treinador experiente, capaz de estimular o torcedor a acreditar em sua gestão. Porém, como se sabe, o time colorado não deverá usar o Beira-Rio no próximo ano, e sem participar da Libertadores, terá uma drástica queda de receita, o que prometerá um ano de dificuldades para o presidente. 

Para ter uma gestão tranquila, Luigi terá que acertar desde já o Futebol do clube, mudando pensamentos equivocados de gestão, e investindo mais na lógica futebolística do que de seus anseios e dos anseios do torcedor, que muitas vezes também se mostra equivocado. A venda de jogadores deve ser tratada como uma opção e não uma necessidade, tendo em vista que com o incremento de receitas por parte da Rede Globo e outros setores como marketing, os outros clubes estão aos poucos abolindo esta prática, o que faz com que um time que continue obrigatoriamente vendendo seus principais jogadores enfraqueça ao longo do tempo. Uma renovação no grupo faz-se necessária, não total como a grande maioria dos torcedores quer, mas substancial, até como forma de reduzir a folha de pagamento, que hoje é gigantesca.

Que Deus ilumine Luigi nestes próximos dois anos. 

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