quinta-feira, 1 de março de 2012

Os amistosos e o surgimento do Messi argentino


Várias Seleções top entraram em campo ao longo desta quarta-feira, na primeira Data FIFA de 2012. Apenas o jogo entre Brasil x Bósnia que foi na terça-feira, visto que a CBF vendeu seus jogos para uma empresa suíça, com esta partida coincidindo com o confronto entre a Seleção local e a Argentina, por onde os brasileiros foram preteridos por Messi e Cia Ltda.

Falando no jogo envolvendo os Hermanos, que foi o único que assisti na integra, os ares suíços devem ter trazido uma sensação semelhante a da Catalunha, visto que Messi finalmente debutou na Seleção Argentina. A conotação refere-se a uma atuação convincente do argentino, que tem duas Copas do Mundo em seu vasto currículo de apenas 24 anos, porém sem nunca ter mostrado uma atuação ao nível de Barcelona, que o levou a conquistar por três vezes consecutivas o título de melhor jogador do mundo.

Messi ganhou a companhia efetiva de Agüero, que fora subaproveitado nos tempos de Sergio Batista, mas que ganhou espaço com Sabella (ex-Estudiantes), e aos poucos mostra entrosamento com Messi, o que facilita o jogo do melhor do mundo, motivando-o a arriscar as suas tradicionais arrancadas, marcando inclusive um golaço e sendo premiado com um hat-trick, já que marcou todos os jogos da vitória da sua Seleção. 

Vi apenas parte do segundo tempo da vitória de 3x2 da Holanda sobre a Inglaterra em Wembley, quando o placar já marcava 2x0 para os holandeses, tentos de Robben e Huntellar. Parecia uma vitória ao natural da laranja mecânica, porém nos cinco minutos regulamentares finais, os ingleses empataram com o zagueiro Cahill, curtindo uma de centroavante, e com Ashley Young. Porém Robben marcou com categoria o seu segundo já nos acréscimos, garantindo a merecida vitória da atual vice-campeã mundial. 

Nos outros jogos que não vi, mas que ainda pretendo ver, Alemanha e Itália receberam respectivamente a França e os Estados Unidos, onde os visitantes fizeram a festa. Em Gênova, gol de Dempsey, enquanto que em Bremen, Giroud e Malouda fizeram os gols franceses, enquanto que Cacau descontou já nos acréscimos para a Alemanha. 

A Espanha recebeu a Venezuela  e goleou por 5x0, com direito a hat-trick de Soldado, jogador do Valencia e que fora revelado pelo atual treinador da fúria Vicente del Bosque em seus tempos de Real Madrid, e que agora ganha efetivamente a primeira chance no selecionado. David Silva e Iniesta completaram o placar. Já o outro ibérico Portugal foi até Varsóvia inaugurar o estádio Nacional contra os anfitriões poloneses. O jogo não saiu do 0x0. Houve ainda um empate entre Romênia e Uruguai por 1x1 em Bucareste.

As Seleções europeias se preparam para a Eurocopa, enquanto as demais ainda buscam o entrosamento para as eliminatórias para a Copa de 2014. Esta foi apenas a primeira de doze datas FIFA do ano, onde muitas serão preenchidas pelas tais eliminatórias. A associação dos clubes europeus (ECA) tenta reduzir este número para a metade, com a UEFA já apoiando o número de nove datas por temporada, porém sempre necessitando de um aval da FIFA, que ganha muito dinheiro com estes jogos.

O crescente desinteresse pelas Seleções Nacionais já é debatido há algum tempo pela ECA, que responde pelo interesse dos grandes europeus, cada vez mais incomodados em ceder jogadores para as suas respectivas seleções, prejudicando os trabalhos dos clubes, e recebendo muitas vezes jogadores lesionados, sem ter nenhum ressarcimento. 

A rigor, apenas o Brasil terá todas as datas disponíveis para amistosos, porém enquanto todas as grandes seleções (com exceção da Argentina, pelo mesmo motivo brasileiro) mandam seus jogos em seus respectivos países, o Brasil tem que jogar quase sempre na Europa, visto que vendeu seus jogos para uma empresa, que tem o direito de escolher o local e o adversário. Este contrato é muito lucrativo para a CBF, já que foi iniciado em uma época de vacas gordas, porém péssimo para as atuais condições da Seleção Brasileira, que ainda busca uma identidade de time. 

Faltando pouco mais de dois anos para a Copa 2014, enumero pelo menos cinco seleções bem superiores ao Brasil: Espanha, Uruguai, Holanda, Alemanha e Argentina. Outras como Itália, Inglaterra, Paraguai, França e Portugal estão, no mínimo, ao mesmo nível de nossa Seleção, o que torna preocupante o cenário brasileiro para a Copa, visto que hoje o Brasil não mete medo em ninguém, nem na Bósnia, que perdeu o amistoso desta terça por um capricho injusto do destino. 

Hoje, a Seleção estará para 2014 na forma de azarão, ou azarona como queiram. 

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