domingo, 25 de março de 2012

E deu Alonso, com garra, sorte, categoria e diplomacia


Em Sepang nada de McLaren nem RBR. A tradicional chuva do fim de tarde transformou a corrida em uma disputa entre Ferrari e Sauber, onde o ferrarista Alonso venceu Pérez da escuderia de Peter Sauber, mostrando toda a força e sorte de bicampeão para fazer renascer o Carro de 2012, que mais se parece uma carroça. 

Porém a vitória pode ter tido ingredientes políticos, já que o piloto espanhol sofreu pressão de Pérez na parte final da prova, e uma estranha mensagem de excesso de zelo por parte da equipe suíça para com o seu piloto, lhe mandado “pegar leve” quando era mais rápido, reascendeu a discussão sobre a Ferrari, que poderia ter ordenado a “parceira” em não deixar o seu piloto mexicano ultrapassar Alonso, e assim poder comemorar a vitória da redenção, algo não descartável se tratando de Ferrari e seu histórico recente.  

A corrida teve duas partes, já que a chuva típica de uma região tropical onde está localizada Sepang é diária e tem hora marcada, o que acabou paralisando a corrida por 50 minutos na oitava volta. 

Na primeira parte, a chuva começou momentos antes da largada, porém de uma forma moderada, que permitiu aos pilotos a utilização dos compostos intermediários. Nela, Hamilton manteve a ponta, com seu companheiro Button em segundo, enquanto que Grosjean e Schumacher ficaram para trás, permitindo que Webber e Vettel assumissem o terceiro e quarto postos. Outros pilotos que ganharam várias posições foram Alonso, Raikkonen, Kobayashi e Maldonado, que se envolveria em um acidente com Senna na primeira volta e perderia posições. Grosjean também sairia da pista e abandonaria pela segunda vez consecutiva.

A chuva se intensificou, obrigando que os pilotos entrassem no PIT para a colocação dos pneus de chuva intensa, com Pérez sendo o primeiro logo na segunda volta, o que lhe fez ganhar várias posições após a parada dos demais pilotos. Na sétima volta, assim que Hamilton fez a sua parada, continuando na ponta, o Safety-Car foi acionado em função do aumento substancial chuva, para logo após a corrida ser efetivamente interrompida em bandeira vermelha. Naquele momento, os dez primeiros eram: Hamilton, Button, Pérez, Webber, Alonso, Vettel, Vergne, Massa, Rosberg e Karthikeyan. Vergne e Karthikeyan não pararam nos boxes, deixando a Toro Rosso e HRT em boas posições. 

50 minutos depois....

As condições da pista melhoraram, e exatamente 50 minutos após a paralisação, o GP da Malásia pode ser retomado em regime de Safety-car, que duraria mais quatro voltas, para a então relargada. Nesse período, os pilotos conseguiram formar um trilho, que combinado com a parada da chuva, possibilitou a troca de pneus de chuva forte para intermediários. 

Logo após a parada, Button acabou se encontrando com a HRT de Karthikeyan, perdendo parte do bico e várias posições, enquanto que Hamilton enfrentou problemas com o tráfego no Pit e perdeu tempo, e Alonso, que ultrapassou Webber na relargada e depois Pérez, acabou assumindo a ponta, mantendo um ritmo constante de mais de 1seg mais rápido que Hamilton, e sendo acompanhado de perto apenas pelo mexicano da Sauber, que conseguiu manter uma diferença sempre abaixo da casa dos 10 segundos.

Com o passar das voltas, a pista foi secando, e a Sauber de Pérez começou a girar mais rápido que a Ferrari de Alonso, deixando no visual a distancia que o ferrarista havia conquistado ao longo de 20 voltas. Naquele instante, alguns pilotos já se arriscavam nos pneus para pista seca, tendo um rendimento abissal comparado aos que estavam de intermediários, o que fez com que todos fossem para os Boxes. Alonso foi uma volta antes de Pérez, e com isso conseguiu cerca de 8 segundos de vantagem, que logo foram recuperados pelo mexicano, já que seguia virando mais rápido que a Ferrari.

Em oito voltas, Pérez chegou em Alonso, e quando estava na eminencia de ultrapassar o espanhol, recebeu um estranho aviso da equipe via rádio, que foi mostrado pela FIA: “Tenha cuidado, precisamos dessa posição”. Logo depois, o piloto cometeu um erro, e deixou a vantagem confortável para Alonso vencer, e fazer festa com a carroça da Ferrari, que o deixa líder momentâneo do campeonato. Pérez acabou em segundo, merecendo os parabéns por ter colocado a Sauber novamente no pódio, e mostrado que tinha um carro em condições de vencer. Hamilton completou o pódio com o terceiro lugar.

Além de Alonso e Pérez, a corrida trouxe Raikkonen e Bruno Senna como grandes destaques, já que terminaram em quinto e sexto lugares respectivamente. O brasileiro fez jus ao sobrenome de seu tio campeão com uma grande corrida, mostrando constância e rapidez, que lhe proporcionaram algumas ultrapassagens, e no fim acabou ganhando a posição de Vettel, que acabou se envolvendo em um incidente com o carro de mão HRT, que furou um de seus pneus traseiros e o tirou da zona de pontuação. 

Já Massa contrastou com seu compatriota e com o seu companheiro de equipe terminando em 15º, após um inicio de prova constante, mas do meio em diante com problemas nos pneus e com as tradicionais escapadinhas, que o fez cair lá para trás no grid. Em um determinado período da prova, o brasileiro e os carros da Mercedes giravam 2 a 3 segundos mais lentos que os oponentes, o que acabou complicando com a prova de Schumacher, que terminou em 10º, e de Rosberg, que terminou em 13º. 

Com ou sem política da boa vizinhança, a vitória de Alonso tem que ser bastante comemorada pela Ferrari e pelos fãs da escuderia de Maranello, já que o espanhol fez um verdadeiro milagre com a carroça vermelha, além de mostrar toda a sorte de bicampeão que o fez abrir caminho e lhe possibilitar a vitória. Já Pérez mostra que tem um grandioso futuro pela frente. O piloto, que é conhecido por conservar os seus pneus e fazer poucas paradas, mostrou que é arrojado e constante, merecendo uma vaga em uma equipe grande. 


A categoria dará uma parada de 15 dias e voltará em 15/04 com o GP da China. 

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