Nesta quinta-feira, em Zurique, foram divulgados detalhes sobre o Evento Copa do Mundo no Brasil, que contempla a Copa das Confederações em 2013 e, evidentemente, a Copa do Mundo em 2014.
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Pode-se dizer que não houve nenhuma grande surpresa, a não ser que o Brasil poderá não jogar no Maracanã durante a Copa do Mundo, caso a Seleção não chegue à final. Centros políticos fortes como o Ceará e Brasília levaram a melhor e garantiram a Copa das Confederações, vários jogos na Copa e a passagem pela Seleção, enquanto Porto Alegre, terceiro centro futebolístico, se contentará apenas com cinco jogos, sendo quatro da primeira fase e basicamente composto por coadjuvantes, além de ficar fora da Copa das Confederações.
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Além de Brasília, Salvador e Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte completam os estados que terão um maior número de jogos, e por consequência centralizarão as disputas e atenções para a Copa, podendo ter 10 jogos em cada uma das sedes (exceto São Paulo), se somados os jogos da Copa das Confederações.
É inegável que houve uma falha na organização do Comitê Gaúcho da Copa politica e estrategicamente. Enquanto outros estados aparavam as arestas para garantir o maior número de jogos e investimentos possíveis, em Porto Alegre discutia-se a possibilidade de a Arena do Grêmio/OAS sediar jogos, mesmo que a FIFA houvesse determinado o Beira-Rio como estádio-sede, deixando o estádio Colorado em um segundo plano, sem nenhum tipo de cobrança para o Internacional e seu projeto de obras e investimento, algo que apenas tornou-se público neste ano, já com o ultimato do Comité Organizador Local (COL).
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Outro fator que pôde ter peso significativo contra Porto Alegre foi o fato de o Beira-Rio ser propriedade privada do Internacional, tendo juntamente com a Arena da Baixada do Atlético-PR, dificuldades para viabilizar recursos, já que todos os outros estádios são públicos, o que facilitou tal esquematização financeira e estratégica. O governo parece não acender de nenhuma maneira financiamento que não seja por meio de construtoras, o que ainda poderá alijar os dois estádios da Copa, apesar de estarem atualmente demarcados como sedes.
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Sem a Copa das Confederações e com poucos jogos da Copa do Mundo, onde pelo menos três dos cinco não terão tanto clamor popular, o legado que deverá ser deixado pela Copa no Estado ficará comprometido, visto que o Estado ficou de fora da rota da Copa, e muitas obras que seriam viabilizadas pela iniciativa privada poderão não ocorrer, visto que a possibilidade de investimento é muito menor do que era calculado de acordo com a grandeza do centro gaúcho no esporte.
Quem perde com isso são os gaúchos, que de certa forma financiarão o evento, sem ter um benefício à altura. Porto Alegre e o Estado deverão receber um menor número de turistas que o previsto, o que reduzirá o impacto financeiro que a Copa nos trará, deixando o Estado sem grandes atrativos durante a Copa e o pós-Copa, que é o período mais importante para o povo da região, pois é a partir da Copa que se usufruirá do legado deixado por esta.
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A derrocada deixou Porto Alegre em um cenário alternativo para a Copa, tornando-a dispensável se o impasse entre Internacional e Andrade Gutierrez se prolongar, temor que parece ser bem possível, visto que não vejo possibilidade da construtora recuperar o investimento em um prazo de 20 anos, além da mesma não querer viabilizar financeiramente sozinha a obra, necessitando de um investidor.
O Estado parece estar conformado com a condição, tanto que timidamente reclama de questões políticas, como se um torcedor atribuísse à arbitragem pela derrocada de seu time em um campeonato. É choro de torcedor perdedor, que sabe que não fez a sua parte e que parece se conformar com os benefícios que a condição atual ainda lhe darão, apesar de reduzidos.
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