segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chocolate amargo

Se o São Paulo vinha embalado por fazer história com 15 pontos nos cinco primeiros jogos, o Corinthians tinha a missão de deter o seu principal rival, mas não contava com uma jornada muito acima da média, tão acima, que o clube acabou aplicando a maior goleada sobre o seu rival em toda a história.

Cheio de problemas, Carpeggiani contou com uma equipe basicamente mista, com jogadores que nem chegam a figurar no banco de reservas tendo que ser escalados devido à escassez de matéria prima. Já o Corinthians conseguiu colocar a campo o que tinha de melhor, e indo pra cima desde o principio da partida. Com 1 minuto, Rogério Ceni já espalmava um chute de Paulinho.

Era um primeiro tempo corrido, com pressão corintiana e contra-ataque são-paulino, já que a equipe tricolor jogava recuada para explorar a principal característica que era a velocidade com Marlos e Dagoberto, que chegavam com mais perigo que o próprio Corinthians.

Porém um fato mudaria a partida aos 40 minutos. Carlinhos Paraíba cometeu uma falta para amarelo em Paulinho, e como já tinha, acabou expulso pelo arbitro Braghetto. Lance interpretativo e que poderia ter sido contemporizado pelo arbitro, que preferiu a expulsão. Porém o motivo de tanta discórdia foi a aplicação de critérios diferenciados para Corinthians e São Paulo, onde faltas passiveis de advertência para amarelo não eram dadas ao Corinthians, porém eram aplicadas ao São Paulo, o que acabou criando um ponto de desiquilíbrio no jogo.

A expulsão de Paraíba foi apenas a ponta do iceberg do que estaria por vir. Logo a 1 minuto do segundo tempo, o Corinthians conseguiria abrir o placar com Danilo em bonita jogada individual. O que era apenas uma pressão virou um massacre, com Rogério Ceni evitando um gol certo de Jorge Henrique aos 7, porém não o de Liedson aos 8, aproveitando um rebote do goleiro.

Estava aberto o caminho de uma goleada, que ainda reservaria mais dois gols de Liedson, completando seu hat-trick. Houve ainda tempo hábil para Jorge Henrique coroar a sua atuação com um chute rasteiro, que fez Rogério Ceni engolir um incomum frango, que talvez fosse um dos maiores da sua carreira. No mais, nenhuma alteração de Carpeggiani conseguia sequer conter o ímpeto ofensivo do Corinthians, que animada com o “olé” de seu torcedor, começou a brincar.

Como saldo, um incomum 5x0, um chocolate amargo para o lado tricolor, que de histórico, viu agora seu rival fazer história em uma goleada arrasa quarteirão. Não me surpreenderia com uma grande descaída do São Paulo de agora em diante, com toda a pressão sob direção, técnico e grupo de jogadores retorne, como era até a estreia da equipe no Brasileirão.

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