O Gre-nal 386 ficou marcado pelo ressurgimento do futebol do Grêmio, tido como inferior ao do Internacional. Tal afirmação do inicio do post remete à solução encontrada por Renato Portaluppi, que acabou servindo como um golpe de mestre em relação ao Inter de Falcão.
Na pratica, o treinador gremista deixou para trás o seu retranquísmo, e apostou, inicialmente, em seu esquema mais nobre, um 4-4-2 com meio em formato de losango, com peças que poderiam transformá-lo em um 4-3-3, como acabou acontecendo ao longo da partida.
Neste esquema híbrido, foi importante a presença de Escudero, que explorou os espaços cedidos por Nei na direita, criando várias soluções ofensivas. Enquanto isso, pela direita Leandro infernizava o setor esquerdo colorado, com o rápido Viçosa no comando do ataque.
Para facilitar a vida tricolor, Falcão, pressionado pelas más atuações e a recente desclassificação na Libertadores, viu-se obrigado a alterar as suas convicções como forma de tentar dar uma resposta positiva, principalmente no âmbito ofensivo. O Inter atacou mais, porém a tática acabou se tornando um cobertor curto, que descobriu o setor defensivo, que mostrou a sua real face para o torcedor colorado.
O esquema, que começou 4-4-2, e evoluiu para um 4-4-1-1, agora se tornou um 4-2-3-1. Falcão acabou tirando os wingers (meias de canto) da linha dos volantes para ficar mais a frente, em busca da armação de jogadas e dos contra-ataques. Como consequência, no lugar de se defender com 8 homens de linha, a equipe acabava se defendendo com 6, abrindo espaços para o Grêmio efetuar lançamentos longos e entrar área adentro tabelando.
Sem cobertura, a lenta defesa colorada levou diversas bolas nas costas, por onde se originaram dois gols e outras chances desperdiçadas pelo ataque tricolor. Tivesse uma maior envergadura ofensiva, com um maior poder de acerto em finalizações, e o Grêmio teria aplicado uma goleada no Beira-Rio. O goleiro Renan deu mostras, em suas saídas desastradas, que não confia na defesa, o que acaba desiquilibrando o time num todo e arrepiando os cabelos dos torcedores colorados.
Por outro lado, o Inter teve maiores chances de atacar, mas o problema segue: não chega bola em Damião. Neste domingo, chegou apenas uma, com o goleador guardando de cabeça o que seria o gol de empate do Inter de 2x2. Falcão apostou em uma variação de movimentação, que permitia que D’Alessandro, que jogava no centro dos meias, deslocar-se à esquerda, onde estava Sóbis, este dirigindo-se a uma posição central. A ideia era que o primeiro armasse jogadas através de seus dribles pela esquerda, enquanto o segundo ficaria em posição de arremate. A tática funcionou apenas uma vez, no primeiro gol colorado, quando D’Alessandro cruzou pela esquerda, Sóbis serviu como pivô para o chute de Andrezinho. No mais, o desempenho de Sóbis foi constrangedor, com o atacante sendo substituído na segunda etapa por Cavenaghi.
Todos estes aspectos acabaram encenando o 3x2 gremista, que tornou praticamente inviável a tarefa do Inter na próxima semana. Agora o Inter terá que vencer por 2x0 para ser campeão, ou vencer por um gol de diferença a partir de 3x2, que pelo menos leva aos pênaltis. Esta na hora da direção colorada mostrar que tem alguma noção de planejamento e começar a projetar a campanha do Campeonato Brasileiro. Reforços são necessários, enquanto Falcão precisará de uma ajuda profissional para não naufragar de vez e encerrar precocemente seu sonho de técnico do Inter.
Pelo lado gremista, que este provável titulo não sirva para colocar a sujeira embaixo do tapete. O grupo é carente, faltando inclusive peças para a titularidade. A eliminação na Libertadores foi o aviso necessário, e considero o Campeonato Brasileiro mais forte que a competição Sul-americana pelo aumento de potencial financeiro que nosso país está vivendo atualmente.
Sem reforços, não prevejo a dupla Gre-nal entre os 10 primeiros do Brasileirão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário