Para quem utiliza regularmente a Internet e tem um razoável conhecimento de Informática, é normal utilizar os melhores softwares de sua necessidade, de forma que haja uma melhor satisfação, sem prejudicar a usabilidade e aproveitando ao máximo os recursos do computador.
Para a área de navegação de Internet, não é diferente, havendo hoje três navegadores populares: Internet Explorer, Firefox e Chrome. O primeiro é o mais conhecido, pois está presente desde o Windows 95 OSR1 e sendo até hoje o mais utilizado pelos internautas. Já o Firefox, desenvolvido pela Mozilla, é opensource (livre para o uso e com código-fonte aberto), surgindo em 2004, porém começou a ganhar um maior mercado depois das constantes falhas de segurança da versão 6 do Internet Explorer e do fracasso da sétima versão do navegador da Microsoft. Já o Chrome colocou a Google no mercado de navegadores a partir do final de 2008, sendo o caçula dos mais populares navegadores. Tem o poderio de investimento da Google, e por isso é o navegador que mais cresce atualmente e já fazendo grande concorrência ao Internet Explorer e ao Mozilla Firefox.
A intensão é saber qual é o melhor navegador dentre eles, utilizando a mais recente versão de cada um. Não é um teste novo, visto que é inspirado no que a INFO fez no dia 24 de março, com foco nas novas versões do Internet Explorer (9) e do Mozilla (4). Porém esta não utilizou o Chrome no teste, e então o refaço incluindo o navegador da Google, porém como alguns testes dependem do hardware (a configuração do computador tem interferência nos números), refiz com todos os navegadores para deixar o teste democrático, porém apenas nos parâmetros em que achei realmente uteis.
O Teste
Foram utilizadas as versões Chrome 10.0.648.204, IE 9.0.8112.16421 e Firefox 4.0. Os parâmetros testados foram em relação ao consumo, compatibilidade com o padrão da WEB (Web Standards) estipulados pela organização W3C, com o HTML5 além de mensurar a capacidade de processamento de cada um.
Consumo de recursos
Ambos os navegadores são compostos por abas, facilitando a usabilidade devido ao usuário poder navegar em várias páginas, sem ter que abrir várias instancias do mesmo, apenas utilizando uma aba para cada página aberta. Cada aba aberta faz o navegador consumir mais no total, sendo que cada site tem um consumo distinto, de acordo com as tecnologias em que foi desenvolvido, além da quantidade de animações ou conteúdos multimídia contidos neste. Foi utilizado o meu blog para efeitos de testes, utilizando o Gerenciador de Tarefas do Windows para mensurar o consumo de cada navegador.
No teste, pode ser visto que tanto Internet Explorer quanto o Google Chrome descriminam o consumo de cada aba, retirando-o da aplicação. Com isso, para cada aba aberta, aparece um registro no Gerenciador de Tarefas, de forma que o consumo total do navegador é a somatória de todos. Já o Firefox contabiliza tudo como uma instancia só, já oferecendo o seu consumo bruto. O Navegador Chrome tem um gerenciador de recursos próprios, descriminando até o consumo de seus plug-ins, porém este não foi utilizado para efeitos democráticos.
Como resultado, o Internet Explorer mostrou-se bem mais leve, gastando pouco mais de 52MB de memória RAM para abrir o meu blog, enquanto o Chrome consumiu aproximadamente 80 e o Firefox 109MB. O consumo baixo do Internet Explorer deve-se à integração com o Sistema Operacional Windows, também da Microsoft. Rotinas exclusivas do Sistema Operacional podem ser reutilizadas e redistribuir este consumo, apesar de aparentemente o Chrome parecer mais leve. O navegador da Google vem logo atrás, mesmo não tendo os benefícios do Internet Explorer, tornando-se bem mais leve que o Firefox, este sim, disparado o mais pesado dentre os três, fato que pode ser aparentemente sentido na sua utilização.
Padrões WEB da W3C
Para que a WEB se tornasse como é atualmente, foram desenvolvidos padrões para o desenvolvimento das páginas, de forma que os códigos destas fiquem acessíveis a qualquer navegador e sistema operacional. Para isso, além do desenvolvedor respeitar estes padrões, é fundamental ao navegador também segui-los, para que assim não haja produtos web reféns de um determinado navegador ou plataforma.
Como alguns padrões são esparsos e outros são muito específicos, nem todos os navegadores seguem ao pé da letra os padrões, de forma que apresentem algumas diferenças que o desenvolvedor WEB teria que contornar, para que estas não fiquem visíveis ao usuário final. Como desenvolvedor, uma das minhas maiores reclamações a respeito disso era ter que criar várias configurações para que um mesmo site fosse 100% acessível para os usuários dos maiores navegadores, o que acabava gerando perda de tempo e custos.
Para isso, foi utilizada a ferramenta Acid3, que verificou a versão do navegador e estipulou seus resultados. Dos três, o Chrome é o único que segue 100% dos padrões da W3C. A sua vantagem em relação a isso é ser novo, com apenas 2 anos e meio de vida, que o faz criar essa realidade de seguir à risca os padrões. Os outros navegadores, por serem mais antigos, não acompanharam o aprimoramento destes padrões, de forma que criassem vícios pra os desenvolvimentos antigos, já que antes era comum o desenvolvimento de um site especificamente para um navegador, no caso o Internet Explorer. Em função disso, as mudanças são graduais e ao longo do tempo, todos acabarão seguindo 100% os padrões ditados pela W3C.
Processamento JavaScript
A linguagem JavaScript serve como um complemento para a WEB, de forma que possibilite uma melhor usabilidade em função da sua interação direta com o usuário. É geralmente utilizada para validações, porém ultimamente foi acoplada a outras linguagens, permitindo uma gama de recursos visuais nas páginas devido à sua compatibilidade e robustez, deixando as aplicações web cada vez melhores e mais próximas das standalone (linguagens que geram aplicações que funcionam localmente no computador).
Como cada vez mais os sites utilizam soluções que contem o JavaScript e seus derivados, há a necessidade de um navegador processá-lo mais rapidamente, de forma que o tempo de resposta seja o menor possível ao usuário. Para isso, cada navegador tem o seu motor JavaScript, que é melhorado a cada versão lançada, de forma que o tempo de resposta seja cada vez menor.
A ferramenta que calcula a potencialidade do motor JavaScript é a SunSpider, que calcula o tempo em milissegundos, estipulando uma margem de erro, que neste teste não foi superior à 1%. Neste teste, vitória do Internet Explorer, que conseguiu processar com 196 milissegundos a index do meu blog, no dia 06/04/2011. Firefox e Chrome tiveram resultados semelhantes, com leve vantagem do primeiro, apesar da margem de erro do seu teste ser maior que a do Chrome.
Capacidade de Processamento
O motor de um navegador não se restringe a apenas o JavaScript, tendo que processar todos os tipos de aplicações presentes na página, inclusive renderizar aplicações multimídia, gráficos, vídeos e qualquer outro tipo de instrução, como as informações contidas no site propriamente dita. A ferramenta Peacekeeper faz esse “serviço sujo”, mensurando em pontos o processamento de cada categoria, e propondo como resultado a pontuação média de cada navegador. É evidente que quem obtiver a maior média, tem um motor melhor, não necessariamente o melhor em todos os aspectos.
Na média, o Chrome ganhou disparado de Internet Explorer e Firefox, marcando 10.588 pontos, contra 6.639 e 5.203 de seus respectivos concorrentes. A média corresponde aos aspectos de 1) Renderizar e modificar elementos básicos HTML; 2) rotinas básicas utilizadas em sites de redes sociais, 3) capacidade do navegador processar elementos de gráficos complexos, 4) processar as informações dinâmicas, interpretando os códigos e transformando-o no produto final visual; 5) Capacidade de processar aplicações utilizando a tecnologia JQuery; 6) Capacidade de Processamento dos textos.
Na atual conjuntura das páginas e serviços WEB, todos estes pontos são necessários para o usuário final, porém o mais importante é o quarto item, pois é ele que processa toda a página da forma com que vemos. E é nele que o Chrome faz a diferença, com 35.946 pontos, contra 14.730 do Internet Explorer e 8.135 do Firefox. O navegador da Google só não ganhou no primeiro item, que é relevante, porém não mais do que o quarto, que analisei especialmente devido a toda a sua relevância no processo de apresentação da página.
Padrão HTML5
O HTML é uma linguagem de marcação, com comandos definidos e que ilustram um determinado resultado. As especificações são padronizadas pela W3C, lançando uma nova versão (novas especificações) conforme a necessidade. A versão utilizada atualmente é a 4.01, publicada em 1999 e estabilizada em 2001. Em 2008, a W3C lançou as especificações para a versão 5, que deverá ser estabilizada em 2012. Os navegadores já estão desenvolvendo soluções para a quinta versão, de forma que esta possa ser testada e implementada por usuários avançados e que ainda demorará alguns anos até chegar definitivamente ao usuário final.
A Ferramenta HTML5 test verifica como andam os navegadores em relação à nova tecnologia, estipulando um valor total de 400 pontos, correspondente à todas as funções atualmente especificadas no padrão e que por ainda estar em fase final de desenvolvimento pode sofrer alterações.
No teste, o Chrome se destacou com 288 pontos dos 400 possíveis, contra 255 do Firefox. O Internet Explorer é o que menos está se preparando e terá que correr atrás quando a tecnologia estiver em fase final de implementação.
Conclusão
Nos cinco aspectos analisados, vê-se uma paridade entre os navegadores, com uns se destacando em um determinado ponto, enquanto são superados com facilidade em outros. Se pudesse estipular uma média de qual é o melhor navegador, colocaria esta versão do Chrome em primeiro, a do Internet Explorer em segundo e o Firefox na lanterna.
Dos três navegadores, Chrome e Firefox lançam atualizações constantes, promovendo melhorias. Porém é visível a queda do navegador da Mozilla nestes últimos meses, perdendo inclusive para o seu concorrente Internet Explorer. A companhia promete recuperar o tempo perdido, lançando várias versões ainda neste ano. Já o Chrome surge como um cometa, se apresentando com o melhor navegador dentre os três, porém com um nível de utilização ainda baixo. Tende a aumentar exponencialmente o seu mercado, na medida em que usuários vão lhe recomendando para a rede de amigos até que atinja um bom nível de usuários. Já o Internet Explorer apresenta melhorias desde a versão 8, porém o fracasso da sétima versão e as falhas da sexta lhe deixaram com nome sujo, continuando com a preferencia em função de já vir instalado no Windows, o que acaba gerando uma comodidade por parte dos usuários em usá-lo.
Por fim, como profissional da área, recomendo a utilização do Google Chrome, pois o considero o navegador mais estável e confiável dentre os três. Apesar de ter que utilizar todos como ambiente de testes para os meus desenvolvimentos, como uso pessoal utilizo o navegador da Google, que a cada mês recebe grandes atualizações.
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