segunda-feira, 11 de abril de 2011

Como poderá ser o esquema tático de Falcão?

Nesta segunda-feira, Paulo Roberto Falcão assumiu como técnico do Internacional. Respondeu ao jornalistas na entrevista coletiva, prometendo por em prática um futebol diferente, fruto de suas convicções e sabedorias ao longo destes últimos anos.

Falcão é fã do futebol europeu, tendo contato com os melhores treinadores do mundo na atualidade, além de acompanhar a movimentação destes times. Tem em sua mente um futebol arte, vistoso no ataque, porém responsável defensivamente, de modo que haja equilíbrio entre os setores, com a equipe valorizando a posse de bola e agredindo o adversário durante todo o tempo do jogo.

O Inter de Celso Roth era um fracasso do meio pra frente, pois o treinador exigia que os meias do esquema 4-2-3-1 mantivessem suas funções mesmo quando a equipe estava com a bola, resultando em um aglomerado de jogadores na intermediária e um Damião ilhado no meio dos zagueiros, sem nenhuma aproximação e um time dependente de jogadas individuais e de bola parada. Defensivamente o Inter tinha um aglomerado de jogadores fazendo a cobertura, porém os zagueiros seguidamente estavam mal posicionados, deixando o Inter totalmente irregular em campo. Como resultado de tudo isso, tínhamos um Inter apático, chato de assistir, com o as atuações e resultados acompanhando estes adjetivos.

Falcão terá a tarefa de revitalizar o time do Internacional, começando pelo setor onde mais entende: o meio-campo. Terá fazer deste setor multifuncional, ajudando nas tarefas defensivas e aproximando-se aos atacantes, de forma que haja tabelamentos e infiltrações. Para isso, é fundamental compactar o time, de forma que os setores fiquem próximos, complicando as tarefas do adversário. Resta saber qual será o esquema preferido do treinador para o Internacional, já que Falcão fez referências à Mourinho, Alex Fergusson e a Joseph Guardiola, além de outros técnicos com relevância ao futebol europeu.

Pensando nisso, o Blog ressuscitou o analisador tático, elaborando três esquemas possíveis ao Inter: Um 4-4-2 com linhas de quatro típico inglês utilizado eventualmente por Alex Fergusson, um 4-3-3 estilo Barcelona de Guardiola e um 4-5-1 estilo Real Madrid de José Mourinho. A escalação é a mesma para os três, com o time que considero o títular com Falcão: Lauro; Nei, Bolivar, Juan e Kléber; Bolatti, Guiñazu, D'Alessandro e Oscar; Sóbis e Damião.



O primeiro é um 4-4-2 típico inglês, usado pela maioria das equipes médias/pequenas da Premier League, além de ser copiado por alguns treinadores latinos na Libertadores. Seu objetivo é proteger a equipe defensivamente com duas linhas espelho, porém atacando em bloco e criando opções pelos flancos e sem congestionar o meio. Exige aptidão dos meias em atacar e defender de forma uniforme, de modo que não deixe a defesa desprotegida.

Exigirá que os meias voltem e fiquem logo à frente dos laterais quando a equipe é atacada, além de ser fundamental que os médios centrais avancem e chutem à gol. O técnico multicampeão Alex Fergusson utilizou este esquema com sucesso nos jogos importantes recentes, com Chicharito acompanhando Rooney no ataque, enquanto Giggs, Nani e Valência se revezavam como médios pelos flancos, proporcionando muitas jogadas de linha de fundo, como a que originou a vitória do Manchester sobre o Chelsea no primeiro jogo das quartas de final da Champions League, marcado por Rooney após cruzamento de Giggs.

Neste esquema, D’Alessandro e Oscar seriam os médios pelos flancos, enquanto Guiñazu e Bolatti seriam os médios centrais. Os laterais atacariam pouco, com Kléber tendo uma maior liberdade devido à Guiñazu poder cair pelo setor, efetuando a cobertura nos avanços do lateral esquerdo Colorado e adaptando o sistema à realidade do Internacional. Os médios laterais teriam uma alternativa que possibilitava-os eventualmente centralizar, podendo criar jogadas.



O segundo esquema proposto é um 4-3-3, similar ao que o Barcelona utiliza, porém atendendo à realidade do Internacional. Com ele Nei e Kléber seriam efetivamente laterais, não podendo sair muito. A variação tática de Guiñazu possibilitaria um avanço maior de Kléber, enquanto Nei teria que guardar posição. D’Alessandro ficaria centralizado na armação, podendo cair eventualmente para a esquerda ou direita, enquanto Sóbis e Oscar seriam os ponteiros, com o segundo tendo que voltar mais para compor o meio enquanto o time não estivesse com a bola. Leandro Damião seria o homem referencia do ataque.

No Barcelona, geralmente os flancos são efetuados por Pedro e David Villa, com Messi flutuando no esquema e podendo cair em um dos lados e eventualmente Iniesta cai como ponta esquerda, com Villa ficando centralizado na referencia. Porém o sistema mais utilizado ultimamente é com Pedro e Villa como wingers, Messi centralizado e Xavi e Iniesta mais a frente no meio, com Busquets ou Mascherando fazendo a guarda da defesa. Como Xavi e Iniesta fazem o vai-e-vem, a defesa nunca fica desprotegida, além de o ataque poder ter até 6 jogadores com os avanços de Dani Alves. É uma máquina, que dificilmente seria posta em realidade no Brasil tamanha a diferença técnica entre os jogadores dos dois times.



Já o terceiro e último esquema seria o 4-5-1, desmembrado em 4-2-3-1 que causa calafrios à torcida do Inter devido ao técnico Roth utilizar este esquema sem sucesso. No caso deste proposto, é inspirado no Real Madrid de Mourinho, onde Cristiano Ronaldo, Özil e Di Maria fazem os três meio campistas, enquanto há um homem de referencia, que pode ser Adebayor, Higuaín ou Benzema.

No caso do Inter, Sóbis jogaria pela esquerda, Oscar pela direita e D’Alessandro ficaria centralizado. Kléber avançaria pela esquerda, com Guiñazu efetuando a sua cobertura, enquanto Damião seria o centroavante. Se fosse bem treinado, poderia virar um 4-3-3 quando o time estivesse com a bola enquanto os wingers fechariam quando a equipe estivesse sendo atacada, compondo o 4-5-1. É atualmente utilizado em muitas grandes equipes europeias e foi o esquema que deu vitória à Internazionale na Champions League passada, porém caso os wingers não sejam bem instruídos, deixaria Damião ilhado assim como ocorria nos tempos de Roth.

Resta saber o que Falcão tem em mente como primeira opção. Creio que a opção mais plausível é o 4-4-2, pois os jogadores têm maiores características para este esquema. Em um segundo caso o 4-5-1 híbrido em 4-3-3, com os wingers fazendo tarefas defensivas e se juntando a Damião quando a equipe estiver com a posse de bola. Nesta terça-feira é o primeiro treino de Falcão, e tudo começará a se esclarecer.

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