Como expliquei no post anterior, o primeiro Internacional de Falcão entrou em campo no 4-4-2 para inglês ver, com duas linhas de quatro e uma terceira linha com dois atacantes, que tinham o objetivo de iniciar a marcação. O esquema que vi hoje durante o jogo não diferenciou muito do que apresentei na última sexta-feira, mudando apenas as variações táticas de movimentação.
A mudança de esquema promovida por Falcão já foi absorvida pelos atletas, porém a movimentação ainda é carente, devido ao pouco tempo que o treinador teve para praticá-la. Em função disso, viu-se um time ainda engessado contra o Santa Cruz, que havia ainda perdido um jogador expulso logo com 22 minutos de jogo. Defensivamente a equipe esteve muito bem posicionada, não correndo grandes riscos.
No primeiro tempo, a compactação foi maior e o time mostrou maiores alternativas ofensivas, perdendo várias chances. A principal movimentação foi com Andrezinho, que foi o jogador mais importante taticamente da partida, explorando de forma aguda o flanco direito e de lá criando a jogada que originou o gol da vitória marcado por Damião. No outro flanco, D’Alessandro não era tão agudo quanto Andrezinho, porém costumava centralizar-se em algumas jogadas, formando uma segunda variação do jogador, fundamental para os chutes de média e longa distancia, que deram certo trabalho ao goleiro César. Outrora os dois trocavam de posição, com Andrezinho indo temporariamente para a esquerda enquanto D'Alessandro ia para a direita.
O maior problema do engessamento foi que os laterais praticamente não apoiaram. Nei recebeu a instrução do treinador para permanecer na linha defensiva, ficando basicamente como um terceiro zagueiro e raramente passando da linha do meio-campo. Já Kléber tinha uma maior liberdade, porem não a usufruiu, deixando muitas vezes D’Alessandro sozinho para um tabelamento. Outra solução que seria um maior avanço dos médios centrais, possibilitando espaços para um lançamento ou um chute de longa distancia, em uma jogada que não fora muito aproveitada.
Falcão terá que treinar ofensivamente os jogadores das duas linhas de forma que apareçam mais ao ataque e criem alternativas para os atacantes. Seu esquema é parecido com o utilizado por Fergusson no Manchester United para grandes jogos, onde neste há um tabelamento entre laterais e wingers com um avanço sobretudo pela esquerda com Evra, enquanto o meio chega em posição de arremate para marcar gols de média distancia. Esta última variação é tão levada a sério por Fergusson que este primeiro testou Anderson como médio central, e agora tem utilizado Giggs, cujo resultado supera as expectativas.
No caso do Inter, Kléber teria que ter um poder de ofensividade maior, enquanto Guiñazu e Bolatti teriam que avançar mais e ficar em posição de arremate. Não me surpreenderia se ao longo do tempo Falcão experimente Oscar no setor no lugar de Guiñazu, pois o jovem jogador já atuou como segundo volante na Seleção Brasileira Sub20 e esta opção abriria espaço para a titularidade de Andrezinho, que hoje deu um show tático.
Nenhum comentário:
Postar um comentário