Imortalidade! É este o termo que deve estar pensando a torcida gremista com o título da Taça Piratini conquistado nos pênaltis contra o Caxias, depois de sair perdendo por 2x0 no tempo normal, conseguindo o empate já aos 50 minutos da segunda etapa. Agora o Grêmio ganha tranquilidade para jogar a primeira fase da Libertadores, pois já está na final do Gauchão.
O primeiro tempo foi empolgante. Lisca postou um Caxias organizado taticamente e ousado, indo pra cima do Grêmio e tendo nos primeiros sete minutos três chances para marcar. Podia ali ter aberto o placar, porém o Grêmio conseguiu se encontrar, boa parte nas tentativas frustradas de finalizações, que acenderam um pouco o animo gremista. Porém era uma pressão desorganizada por parte do Grêmio, visto que o Caxias dominava o meio-campo, e mereceu abrir o placar com Itaqui cobrando falta no canto direito de Victor, que havia armado mal a barreira.
O gol fez a casa gremista ruir de vez, obrigando Renato Gaúcho a alterar a equipe com a entrada de Bruno Collaço no lugar de Carlos Alberto, que assim como Willian Magrão, eram figuras nulas no meio-campo gremista. A troca não mudou apenas a peça, e sim o esquema, que funcionava com um meio em formato de quadrado com dois volantes e dois meias, retornando ao tradicional losango. Collaço melhorou um pouco o Grêmio, e o tricolor começou a chegar mais perigosamente, colocando o goleiro André Sangalli para trabalhar.
Porém o Caxias não estava morto, e quando queria chegava com perigo na defensiva gremista, ampliando o placar aos 39 minutos com Gerley, tabelando com Everton, e contando com a contribuição de Victor que comeu mosca em seu chute cruzado. O primeiro tempo só não terminou de mal a pior para o Grêmio porque Willian Magrão acertou um chute da entrada da área, diminuindo o marcador e reacendendo as esperanças tricolores. Cada time ainda teve uma boa chance de marcar.
O Caxias voltou para a segunda etapa mais retraído, chamando o Grêmio para o seu campo e tentando explorar os contra-ataques. Teve algumas escapadas pela esquerda, porém o Grêmio começou a ter mais oportunidades de finalizações com Douglas e André Lima raspando o gol de Sangalli. Renato Gaúcho aumentou o poder ofensivo com a entrada de Lúcio no lugar do vaiado Gilson, e na sua primeira jogada achou Borges, que obrigou o goleiro caxiense a fazer outra grande defesa. Uma das explicações de tamanha superioridade gremista foi o Caxias, que acabou cansando e permitindo que o Grêmio trabalhasse mais a bola e até finalizasse mais.
Deu-se então um bombardeio gremista, com o goleiro André Sangalli praticando várias defesas, enquanto a defesa caxiense resistia como podia. O árbitro Márcio Chagas estava tendo boa atuação, anulando corretamente dois gols gremistas por impedimento, porém começou a macular a sua partida não expulsando Douglas, que pisou em Everton aos 20 minutos. O Grêmio pressionava, finalizava e errava, enquanto o Caxias se defendia como podia e saia eventualmente ao ataque, obrigando Willian Magrão salvar o que seria o terceiro gol ao fim do segundo tempo. O time da serra só não contava com os 8 minutos de acréscimo dados pelo árbitro, que viria a originar muita confusão.
Primeiro com a expulsão de Rodolfo, que acabou levando o zagueiro Marcelo Ramos junto. O zagueiro gremista naquela altura jogava como centroavante, enquanto a saída de Marcelo gerou um buraco na defesa caxiense, que aos 50 minutos, Rafael Marques aproveitaria para empatar. Decisão nos pênaltis, onde Borges, Douglas, Rochemback e Lúcio converteram pelo lado gremista, enquanto apenas Everton marcou pelo lado caxiense, com o goleiro Victor defendendo as cobranças de Dê e de Diogo. Título gremista que parecia já improvável, depois de estar perdendo por 2x0, conseguindo empate nos acréscimos e vitória nos pênaltis.
O Caxias jogou o primeiro tempo como time grande, envolvendo o Grêmio e vencendo por 2x1. No segundo tempo faltou gás, porém o árbitro acabou criando confusão ao fim do jogo, prorrogando a partida até que o Grêmio conseguisse o empate. Há tempos não se via tanto acréscimo sem ter um grande motivo aparente. Teria Marcio Chagas da Silva dado todo este tempo com vitória gremista por 2x1? Essa questão ficará para ser respondida.
Que o título não coloque para debaixo do tapete os defeitos gremistas. A equipe teve grandes dificuldades contra o Caxias, sendo envolvida enquanto a equipe da serra teve gás. Boa parte pelas alas, nas costas dos laterais, com a zaga ainda carecendo de confiabilidade. O Caxias tem sim que reclamar da arbitragem, que deixou de expulsar Douglas, além de ter dado todo este tempo de acréscimo.
Metade do estado celebra a imortalidade, que deu a quantidade de minutos necessários para que o Grêmio pudesse reagir.
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