terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ano após Ano, os Famigerados Estaduais Continuam Trazendo Crise aos Grandes Clubes

Estamos na última semana de Janeiro, e a temporada 2010 do futebol brasileiro começou já há pelo menos duas semanas nas grandes praças. Os estaduais, primeira competição da temporada, estão indo para a quarta rodada, tendo atuações fracas da maioria dos grandes times, e trazendo como consequência as primeiras cabeças consideradas culpadas pelo mau início. Só neste fim de semana, dois treinadores foram demitidos.

Um é Hélio dos Anjos, ex-treinador do Goiás. O treinador permaneceu para a temporada 2010 na equipe goiana, onde teve um grande primeiro turno no Brasileirão 2009, porém caiu de rendimento e não conseguiu nem a vaga para a Taça Libertadores 2010. Para esta temporada, a equipe perdeu grandes jogadores como Iarley, Léo Lima e Júlio César, porém não trouxe reposição à altura, e somado ao início desastroso com três derrotas nas três primeiras rodadas, sendo que uma foi o clássico contra o Atlético-GO acarretou na demissão do treinador. A equipe já acertou com Jorginho, que foi treinador interino do Palmeiras em alguns jogos do último Brasileirão, enquanto a direção alviverde esperava pela resposta de Muricy Ramalho.

Outro clube que sofreu um processo de mudança na comissão técnicalogo na terceira rodada foi o Botafogo. Uma derrota humilhante por 6x0 em um clássico contra o Vasco, que vem da segunda divisão do Brasileirão, custou o emprego de Estevam Soares. A equipe perdeu uma de suas referências técnica, o zagueiro Juninho, e trouxe jogadores modestos e outros conhecidos como Herrera (ex Grêmio) e Sebastián Abreu (ex River Plate). O clube já anunciou Joel Santana como novo treinador.

O grande problema desses fracassos não se restringe somente ao treinador e a direção dos clubes, e sim ao calendário brasileiro. Sou totalmente contra ao calendário atual, que encerra na primeira semana de dezembro e começa aproximadamente no dia 15 de Janeiro. Levando em conta que os jogadores têm 30 dias de férias pelo regime da CLT, sobram aproximadamente 10 dias para que a equipe possa fazer o trabalho de pré-temporada e iniciar os primeiros jogos dos campeonatos estaduais.

Os estaduais, que são atrativos apenas para os clubes pequenos e as Federações, que tem peso importante no momento de eleger o presidente da CBF, possuem em média 23 datas, comprimindo o calendário brasileiro e fazendo com que os clubes grandes tenham maratonas de jogos. Creio que 10 datas seria o suficiente para os estaduais, que poderiam ser divididos em fases preliminares, com os grandes clubes entrando já em fases subsequentes. Outra alternativa é a ressurreição dos regionais, trazendo de volta a Copa Nordeste, Sul-Minas, Rio-São Paulo, com embates mais fortes e com um número maior de datas disponíveis para que as equipes possam se preparar adequadamente para a temporada. Muitos clubes pequenos iriam fechar as portas, porém eles basicamente funcionam em função dos estaduais, não se importando com o restante da temporada. Ainda há uma terceira alternativa, que consiste em um aumento no número de divisões, onde a última é a regional, acarretando no fim dos famigerados estaduais.

Só se sabe que assim como está não pode ficar. Que a CBF diminua, extinga, ou crie inteligentemente outra medida que atenda os interesses dos grandes clubes em relação aos estaduais. Assim, haveriam mais datas para as outras competições, com os brasileiros da Libertadores disputando a Copa do Brasil, além das equipes grandes poderem organizar torneios de verão preparatórios entre os principais clubes brasileiros, e excursões para a Europa.


Enquanto isso, vemos equipes nanicas com dois ou mais meses de preparação dando trabalho às grandes equipes, tendo seus minutos de fama, e fazendo outras cabeças rolarem.

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