sexta-feira, 4 de julho de 2014

Brasil vence apertado, mas apresenta evolução


O Brasil se classificou para as semifinais com uma vitória apertada por 2x1 contra a Colômbia, e agora pegará a Alemanha. O jogo teve dois tempos distintos, já que no primeiro tempo o time mostrou evolução e com uma atuação ao estilo Copa das Confederações 2013 não deu espaços para o adversário, porém caiu de produção na segunda etapa e teve dificuldades.

Felipão mostrou definitivamente que não iria morrer abraçado com seus jogadores de confiança, e por isso, tirou o comprometedor Daniel Alves para colocar Maicon, que já trouxe uma melhor resposta na lateral direita. No meio colocou Paulinho no lugar de Luiz Gustavo, e o jogador se acertou ao lado de Fernandinho e conseguiu voltar a mostrar a sua importância na Copa das Confederações e foi um dos destaques da partida, principalmente em função do primeiro tempo, quando comandou a transição e participou ativamente da vitória.

O Brasil conseguiu reproduzir algumas virtudes que lhe fizeram campeão da Copa das Confederações, como a marcação intensa no campo do adversário, transição mais rápida para o ataque e o gol cedo, que traz tranquilidade e intimida o adversário.  O gol saiu logo aos 6 minutos, em uma cobrança de escanteio que contou com o vacilo da defesa colombiana que deixou Thiago Silva livre no segundo pau para marcar. Thiago Silva teve contribuição importante, pois também salvou um contra-ataque de quatro colombianos contra dois brasileiros, porém se afobou no segundo tempo, atrapalhou o goleiro Ospina em uma reposição de bola e acabou levando um amarelo, que o suspendeu para as semifinais.

Fotos: @fifaworldcup_pt 
A Colômbia era muito bem marcada, e seus principais destaques da campanha na Copa, Cuadrado e James Rodríguez, foram muito bem marcados. Fernandinho foi o grande destaque da partida, pois além de anular o principal jogador colombino, também contribuiu na transição e serviu de suporte para os avanços de Paulinho, o que deixou o Brasil muito mais perigoso em relação aos demais jogos.

No meio, Hulk foi deslocado para a esquerda, pois ajudava na marcação contra Cuadrado, enquanto que Oscar e Neymar alternavam o posicionamento, permitindo que o craque brasileiro pudesse se adiantar e se juntar a Fred no ataque, este mais uma vez omisso ofensivamente, porém serviu defensivamente para ajudar na bola aérea no final da partida, quando a Colômbia tentou pressionar.

O segundo tempo brasileiro não foi tão brilhante quanto o primeiro, pois o time não aguentou fisicamente e não conseguiu mais a intensidade de marcação, o que permitiu que a Colômbia ficasse mais com a bola e encontrasse mais espaços. Porém faltou criatividade para o adversário brasileiro, que não conseguia ultrapassar a quase que intransponível defesa brasileira, enquanto que na frente, outro zagueiro, David Luiz, praticamente decidiria o jogo a favor da Seleção Brasileira ao cobrar com perfeição uma falta da intermediária no ângulo de Ospina.

Mas a Colômbia ainda conseguiria um pênalti aos 34, quando Júlio César derrubou Bacca quando o jogador colombiano tentou driblá-lo. Lance passível de expulsão, por ser de iminente situação de gol, mas o árbitro Carlos Carballo não expulsou, assim como não expulsou Zuniga posteriormente por uma entrada criminosa em Neymar, que tirou o brasileiro do jogo direto para o hospital para fazer exames, em mais uma preocupação brasileira para a semifinal. James Rodríguez cobrou e descontou, marcando seu sexto gol na Copa, terminando a sua participação como goleador isolado. 

Carballo teve uma péssima atuação e deixou o pau comer solto, tanto que o jogo terminou com 53 faltas, sendo 30 do Brasil. Os brasileiros têm motivos para reclamar, como a não expulsão na entrada de Neymar, porém, na minha visão, foi a Colômbia a mais prejudicada, pois o Brasil usava as faltas para parar jogadas e não era punido, o que de certo ponto intimidou os colombianos.

De positivo, fica a evolução brasileira em um momento oportuno, pois até então, o Brasil havia se classificado “nas coxas”, com atuações sofríveis mascaradas por erros de arbitragens e da individualidade de Neymar. Porém, hoje, enfim vimos um time, que buscou se espelhar no “case” de sucesso da Copa das Confederações. Como escrevi no twitter, se o Brasil repetir a atuação do 1º tempo e a arbitragem continuar conivente com a estratégia defensiva em parar o adversário com faltas sem punições, a Seleção já poderá se considerar hexacampeã. 

A semifinal promete ser o jogo mais difícil da Seleção Brasileira, já que tenho o time alemão como o melhor do mundo, apesar de ainda não conseguir demonstrar isso na Copa, por razões de clima, desgaste físico e fim de temporada. Estas dificuldades diminuem o favoritismo alemão, porém será necessário repetir o 1º tempo contra a Colômbia. 

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