domingo, 8 de junho de 2014

Ricciardo vence o bom GP do Canadá

O GP do Canadá é um dos que mais espero na temporada da F1, em virtude da visão paradisíaca da Ilha de Notre Dame e das características da pista, formada por grandes retas, que mostram a força do motor, além de curvas sem grandes áreas de escape, que fazem com que os pilotos fiquem constantemente perto do muro, exigindo habilidade dos mesmos. 

E mais uma vez, o GP canadense pinta como o melhor do ano, já que em virtude da padronização Tilkeana teremos poucos circuitos promissores na temporada, todos ainda mantidos na categoria em virtude da sua tradição, como Spa-Francorchamps na Bélgica, Monza na Itália e Interlagos no Brasil.

No início, a briga prometia entre Rosberg e Hamilton. Na primeira curva, Hamilton tentou ultrapassar seu companheiro, quando aconteceu um toque que fez o inglês cair para terceiro, já que Vettel o ultrapassou, congelando a disputa por algumas voltas em virtude de um acidente envolvendo as Marussias de Chilton e Bianchi, que forçaram a entrada do SafetyCar. Porém, pouco tempo depois, Hamilton já estabeleceria o segundo lugar e passaria a disputar a ponta com o alemão, enquanto os demais carros ficavam para trás e tudo se encaminharia para mais uma dobradinha da melhor equipe disparada da temporada.

Até que no meio da prova, o desempenho de ambos começou a cair vertiginosamente.  Apesar da vantagem de quase 30 segundos para o terceiro colocado, os Mercedes passaram a girar constantemente 2 a 3 segundos mais lentos que os demais, até serem alcançados depois das paradas para troca de pneus. Massa levou a melhor, assumindo a ponta, enquanto que Hamilton tentou ultrapassar Rosberg, mas apresentou problemas nos freios e teve que abandonar a prova. 

Massa - que chegou a perder muitas colocações em virtude de um problema no pitstop, mas que mostrou reação até chegar à ponta - tinha planos de não parar mais, porém foi necessário um novo pitstop, que deixou Rosberg novamente na ponta, com Pérez em segundo, Ricciardo em terceiro e Vettel em quarto. O brasileiro negociou algumas ultrapassagens e se estabeleceu no quinto lugar, quando passou a tirar tempo dos quatro primeiros que estavam unidos por poucos segundos de diferença, até formar um pelotão com cinco pilotos unidos por dois segundos.

Pérez estava na segunda posição em virtude da tática ousada da Force Índia, que fez apenas um pitstop com seus dois pilotos, e que fez com que o mexicano lutasse pela vitória. Porém faltou carro, e depois Pérez sofreu com problemas nos freios e segurou até onde pôde as Red Bulls, até que Ricciardo conseguiu ultrapassá-lo e depois Vettel teve sucesso na antepenúltima volta. Deu tempo para o australiano buscar Rosberg, que não estava longe, e ultrapassá-lo para conquistar a sua primeira vitória na categoria. Vettel provavelmente conquistaria o segundo lugar, se não tivesse perdido tanto tempo atrás de Pérez, já que a Red Bull era nitidamente o melhor carro no final da prova, porém não tinha motor para ultrapassar a Force Índia do mexicano, e que servia como uma barreira para que Rosberg se garantisse na liderança.

Massa tentou ultrapassar Pérez na penúltima volta, porém o mexicano alterou a sua posição e reduziu velocidade, sendo literalmente atropelado pelo brasileiro em um choque forte, que obrigou a entrada do SafetyCar, que havia garantido a vitória de Ricciardo. Eu achei a atitude do brasileiro imprudente, porém os comissários acharam a atitude do mexicano mais gravosa e determinante para o acidente e acabaram o punindo mexicano com a perda de cinco pontos no próximo GP, que será na Áustria. 

O segundo lugar serviu como uma vitória para Rosberg, já que se dependesse apenas do desempenho, o piloto não terminaria nem no pódio. Para ficar ainda melhor, Hamilton não marcou pontos e o alemão pôde ampliar a sua vantagem na classificação dos pilotos para 22 pontos (140 a 118), o que lhe dará tranquilidade para as demais etapas. Restará a Hamilton emendar uma nova sequencia de vitórias, como já conseguiu entre a segunda e quinta etapas.

Outra observação do GP do Canadá foi Max Chilton, que pela primeira vez desde quando começou a pilotar um Formula 1, na Austrália em 2013, não completou uma prova. Foram 25 GPs consecutivos terminando provas até o fatídico acidente.  

A Formula 1 mostrou no Canadá que uma combinação de pista boa, estratégia das equipes e problemas com a Mercedes poderão dar emoção na categoria. Eu gosto do traçado do Red Bull Ring em Spielberg (GP da Áustria), próxima etapa, porém para que a corrida tenha mais alternativas, será necessário que a Mercedes sofra novamente com problemas. 

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