domingo, 22 de junho de 2014

Portugal se salva no fim e adia classificação dos EUA


No último jogo do domingo, em Manaus, que também marcou o último dia com três horários de jogos (começa a tensão pela proximidade do fim da Copa!), os Estados Unidos venciam Portugal até os 50 minutos do segundo tempo, quando levaram o empate, que garantiu vida para a seleção lusa até a terceira rodada, enquanto os americanos perderam a chance de classificação antecipada. 

O primeiro tempo teve leve superioridade dos Estados Unidos, que mostrou intensidade na marcação e chegou um maior número de vezes ao ataque, encerrando com um maior número de conclusões (9x8). O time saiu perdendo logo aos 5 minutos, em um cruzamento do time português, onde o defensor Cameron furou, e a bola sobrou para Nani, livre de marcação, marcar. No mais, foram várias tentativas ao longo da primeira etapa, principalmente originadas pela direita, onde o lateral Johnson levava vantagem, obrigando Paulo Bento a mudar a formação do time com a bola, para o 4-4-2, com Raul Meireles deslocado para a esquerda.

O ajuste tático não trouxe grandes melhoras defensivas para Portugal, já que os americanos seguiam explorando esse setor, e para piorar, o time perdeu André Almeida lesionado e teve que improvisar Miguel Veloso, volante, que saiu do seu setor para a esquerda com Willian entrando no time no intervalo. Portugal ainda ameaçaria no final do primeiro tempo, tendo duas grandes chances, uma com Nani, que foi na trave, após vacilo do goleiro Howard, que na sequencia fez grande defesa na conclusão de Éder, que havia entrado ao decorrer da primeira etapa, em virtude de lesão muscular de Postiga, que já substituía Hugo Almeida que também havia sofrido lesão muscular no duelo contra a Alemanha.

Foto: @goleada_info
Os Estados Unidos seguiam melhores na segunda etapa, sempre criando pela direita, onde Portugal não conseguia fechar uma avenida criada no seu sistema defensivo, por onde Johnson trabalhava. Aos 18, finalmente chegaram ao empate, em um lindo chute colocado de Jermaine Jones na entrada da área, após rebote da zaga portuguesa.  

O gol estabeleceu justiça ao placar, já que os americanos nunca foram inferiores, e obrigou Paulo Bento a alterar Portugal, com a entrada de Varela, deixando o time mais ofensivo. Klinsmann respondeu com a entrada do defensor Yedlin no lugar do meia Bedoya. Imaginei que a mudança iria dar maior liberdade para Johnson, mas isso não se confirmou, e o lateral acabou ficando mais posicionado, em virtude de já estar desgastado, além da necessidade de se defender. Porém foi em um contra-ataque, aos 36, que os Estados Unidos viraram a partida. Após mais uma jogada pela direita, a bola sobrou para Zusi que chutou e Dempsey desviou com a barriga para fazer o 2x1.

Foto: @fifaworldcup_pt
O jogo encaminhava para a classificação dos Estados Unidos e eliminação de Portugal quando aos 49 minutos, Cristiano Ronaldo acertou um cruzamento na cabeça de Varela para empatar a partida, dando lifetime para Portugal, já que a situação é muito complicada, tendo em vista o saldo de gols. Foi o primeiro grande lance de Cristiano Ronaldo na Copa, que pelo menos serviu para salvar o time. O melhor do mundo está jogando visivelmente descontado, e se não fosse uma Copa do Mundo, provavelmente nem estaria em campo, pois praticamente se arrasta em campo. 

Porém a reação portuguesa deverá ser em vão, já que um empate entre Estados Unidos e Alemanha na última rodada classifica ambos os times, o que poderá gerar um jogo de compadres. Para Portugal se classificar, além de vencer e torcer para que a seleção alemã vença os americanos, será necessário descontar o saldo que hoje é +1 para os EUA e -4 para Portugal.

Foto: @fifaworldcup_pt
Lamento a má distribuição dos grupos, em virtude do sorteio. Qualquer equipe do Grupo G, seja Alemanha, Estados Unidos, Gana ou Portugal, se classificaria pelo menos como segunda força dos grupos F (Argentina) ou H (Bélgica), e acrescentaria na fase de mata-mata. Vejo virtude em todos, e para mim é o grupo mais equilibrado da Copa, aliando qualidade, técnica e condição física. 

Faço menção aos Estados Unidos de Klinsmann. A seleção americana ainda não tem a técnica refinada das principais seleções mundiais, porém compensa com muita organização e obediência tática, além do vigor e resistência física. Possui alguns destaques, como o meia Jones e o lateral Johnson, que barbarizou nos dois jogos. Ainda possui a experiência de Bradley e Dempsey, tornando-se um fio desencapado para a fase de mata-mata, já que será muito difícil superá-lo. Porém o grupo é tão equilibrado, que não sei se a seleção conseguirá se classificar, já que um duelo contra a Alemanha será muito difícil, porém será revelador quanto ao seu potencial.

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