quarta-feira, 18 de junho de 2014

Chile bate Espanha, se classifica e elimina atual campeã


Diante de 74.101 torcedores no Maracanã, o Chile bateu a Espanha por 2x0 e resolveu o Grupo B, eliminando já na segunda rodada da fase de grupos a atual campeã Espanha. A Espanha se junta a Itália (1950 e 2010), Brasil (1966) e França (2002) como campeões eliminados na fase de grupos da Copa seguinte, mas é a primeira a ser eliminada logo no segundo jogo em grupos com 4 times, já que em 1950 a Itália havia formado um grupo com apenas três (Suécia e Paraguai). 

A goleada sofrida por 5x1 para a Holanda fez com que Vicente del Bosque alterasse o time, retirando Xavi e Piqué para colocar Javi Martínez e Pedro, mudando inclusive o estilo de jogo, abusando em passes longos e abdicando do famoso Tiki-taka, criticado até pelos próprios jogadores como Fábregas, após a vexatória derrota. O Porém não era questão de nomes nem de estilo de jogo (já que a Espanha foi montada para jogar desta forma) o problema é maior, tanto que a Espanha fez mais uma péssima partida e foi derrotada com naturalidade para o Chile, sem ao menos ter lutado até o fim.

Na primeira etapa, o Chile apertou nos primeiros minutos, tendo duas chances no primeiro minuto, porém foi a Espanha que começou bem, tentando manter posse de bola, enquanto o Chile apresentava alguns problemas na saída de bola, porém sem criar nenhuma grande chance.  Aos 19 aconteceria o primeiro gol do Chile, que acabaria por mudar a história do jogo. Xabi Alonso, em uma saída de bola ruim acabou desarmado por Sánchez, que tramou uma rápida jogada na direita com Vidal e Aránguiz, que lançou Vargas para marcar 1x0.  

Fotos: @fifaworldcup_pt 
 O gol mostrou a intensidade na marcação do Chile, que fazia pressão na saída de bola espanhola, complicando ainda mais o jogo do adversário, que não conseguiu criar nada. Xabi Alonso errava praticamente todos os lances que passavam pelos seus pés, além de quase ser expulso, por falta violenta, que deveria ter sido de Cartão Vermelho. Aos 43 o Chile daria o seu golpe fatal em uma cobrança de falta de Sánchez, que o goleiro Casillas rebateria para o centro e sobraria pra Aránguiz, de bico, marcar 2x0.

Na segunda etapa, Del Bosque colocou Koke no lugar de Xabi Alonso, retomando o modo “Tiki Taka” e animando a Espanha nos primeiros minutos. O time pressionou o Chile, chegando a perder um gol incrível com Busquets, que de certa forma desmobilizou os jogadores espanhóis. O Chile conseguiu controlar o jogo, e quando queria ousar, chegava com certa facilidade na área do adversário e por pouco não ampliou o placar. Enquanto isso, a Espanha até teve maior posse de bola, porém nada objetiva, sem ambição como demonstrava a fisionomia de cada jogador, que pareciam cansados com a forma de jogo, com os títulos e vida ganha e pelo acúmulo de jogos na temporada, já que também estavam inferiores fisicamente.

Classificação merecida do Chile, que mostrou virtudes com Sampaoli. O time tem uma variação importante que pode coloca-lo no 4-3-1-2 ou no 3-4-1-2. Os jogadores estão bem fisicamente e o time consegue uma impressionante intensidade de marcação sob pressão, além de ter um time leve, envolvente e veloz. 

E é de forma melancólica que se acaba a geração de Casillas, Xabi Alonso, Xavi, Iniesta, Torres, dentre outros. A Seleção Espanhola vive a era da fadiga dos metais. O time que encantou o mundo de 2008 a 2012, faturando duas Eurocopas e o Mundial da África, não se reinventou e não oxigenou nem o plantel de jogadores, mantendo uma base velha e cada vez mais decadente. O Barcelona já deu mostras na temporada europeia que precisava de renovação, e agora chegou a vez da Seleção Espanhola, que foi montada no Tiki taka catalão de Guardiola, mas que da forma como está não serve mais. Não é questão de menosprezar um estilo de jogo, que criou raízes em vários lugares, mas sim de oxigená-lo, assim como o Barcelona fez com o aprimoramento deste estilo de jogo e dominou a Europa por um tempo. 

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