terça-feira, 22 de abril de 2014

Moyes não aguentou nem a primeira temporada no United

Nesta terça-feira, o Manchester United oficializou a saída de David Moyes do comando técnico dos Reds. A derrota para Everton por 2x0, ex-clube do treinador, foi a gota d’agua em uma temporada marcada por fracassos, sem que o time conseguisse renovar o plantel e disputar títulos, apesar de ter conquistado a Supercopa da Inglaterra no início da temporada. O lendário jogador Ryan Giggs assumirá interinamente o comando técnico, já que acumulava a função de assistente técnico nesta temporada.

A diretoria do Manchester levou 51 jogos para constatar que errou ao contratar Moyes, que vinha de 12 temporadas no Everton e foi considerado o treinador ideal para assumir Ferguson, apesar de não ter um grande currículo como treinador.  No Everton, Moyes não conquistou nenhum troféu, e tinha apenas a conquista da Fotball League One no comando do Preston North End na temporada 1999/00, que é considerada a terceira divisão. Porém pesava a favor do treinador bons trabalhos, que lhe rendeu três prêmios de melhor manager do ano (2003, 2005 e 2009). 

Moyes tinha a ingrata tarefa de substituir Ferguson, que levou o United a um novo patamar, com várias conquistas seguidas que deixaram o torcedor acostumado em dominar o futebol inglês, além de várias conquistas continentais a ponto de ser considerado o maior treinador da história do clube, com mais de 1500 comandados. Antes de Ferguson, o United tinha apenas oito conquistas inglesas, e o treinador assumiu o clube em 1986 na segunda divisão, levando seis temporadas para levar o time ao primeiro título do Campeonato Inglês sob o seu comando, já na era Premier League (1992/93). Desde então, foram 13 conquistas que tornaram o clube o maior vencedor inglês, superando o Liverpool, que na época detinha uma vantagem invejável.

Sua trajetória já iniciou errada ao não promover a renovação do plantel que o clube tanto precisava, já que na época de Ferguson o elenco já dava sinais de fadiga, apesar de ter conquistado a edição passada da Premier League. Com problemas crônicos no sistema defensivo, o treinador não se preocupou em trazer defensores. Ferdinand e Vidic formaram uma grande zaga, porém as constantes lesões e o envelhecimento dos jogadores deixou o setor cada vez mais frágil, sendo responsável por vários tropeços, já que as opções também não se mostraram confiáveis. 

Além disso, outros setores também precisavam de reforços, como a lateral direita onde o brasileiro Rafael não convenceu, o meio, já que o time teve problemas com a saída de bola e de cobertura qualificada, além de um winger com mais regularidade e um atacante, já que Van Persie se lesionou ao longo da temporada e Welbeck não se mostrou um substituto a altura, além de Chicharito não passar de uma eterna promessa. O único alento foi a contratação de Mata, renegado no Chelsea de Mourinho e que se mostrou um grande reforço. Enfim, o grupo precisava de uma oxigenação, que Moyes não conseguiu.

Em campo, apesar da conquista da Recopa da Inglaterra, o treinador acumulou 27 vitórias, 9 empates e 15 derrotas. Na Premier League, foram 17 vitórias, 6 empates e 11 derrotas (34 jogos), das quais seis foram em casa, algo que nunca aconteceu na era Premier League. Algumas das derrotas foram para os modestos Swansea, West Bromwich, Sunderland e Stoke City, adversários de longa hegemonia do United. O time desta temporada ostentará a pior campanha da história recente do torneio, já que desde 1992/93 o clube alternava o título, segundo ou terceiro lugar. Na melhor das hipóteses, poderá chegar ao quinto lugar, porém, ao que tudo indica, ficará em sétimo.

Imaginei que Moyes iria pelo menos até o fim da temporada, e achei prematura a sua saída, que deve ter servido mais como satisfação para com o torcedor do que uma convicção, já que era ingrata a tarefa de substituir Alex Ferguson. A sua nacionalidade e faixa etária trouxeram uma falsa impressão que Moyes poderia ser o “novo” Ferguson. Porém a escolha mostra ter sido uma falta de convicção, senão a direção manteria o treinador por mais tempo

Para o seu lugar, são especulados nomes como Jürgen Klopp (Borussia), Simeone (Atlético de Madrid) e Guardiola (Bayern Munique). A alternativa mais viável é Simeone, apesar deste ter se valorizado e que tornaria uma briga difícil, pois o treinador é especulado até para ser o substituto de Tata Martino no Barcelona.

Imagino que o próximo treinador tenha maior tranquilidade para trabalhar, pois já não terá a presença tão forte do fantasma de Ferguson, além de já estar escancarada a necessidade de reformular o plantel. Se tiver êxito, com todo o poderio econômico do United, o time voltará a brigar pelos títulos. 

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