Antes de a bola rolar, um empate do Internacional com o
Botafogo no Maracanã seria considerado um bom resultado. Mas e porque não foi?
A resposta é circunstâncias. É inconcebível que um time que pense em título, que vencia com autoridade por 2x0 e com controle total do jogo cair tanto de
produção a ponto de permitir que um adversário batido pudesse reagir.
Na primeira etapa, o Internacional até não começou bem, ou
melhor, não mostrou tudo que sabemos que poderia mostrar e que foi visto em
alguns jogos. O time conseguia marcar sob pressão na intermediária ofensiva,
além de conseguir controlar a posse de bola no campo de ataque e oferecer
poucas possibilidades ao adversário. De jogadas agudas apenas duas, que
resultaram em dois gols de Rafael Moura. No primeiro, um grande lançamento para
Aránguiz, que em jogada individual se livrou do marcador e cruzou para o He-Man
marcar. No segundo, foi a vez de um lançamento para Valdívia, que se encontrava
dentro da área e teve a tranquilidade para servir Moura para marcar o segundo.
Até o segundo gol, não podíamos considerar que o Inter
dominava o jogo, porém soube ser efetivo e aproveitou suas chances ofensivas,
enquanto que atrás a marcação funcionava, no campo do adversário, compacta,
como um time deve se portar. Os últimos
minutos do primeiro tempo foram dominantes, pois o Botafogo criticado pelo seu
torcedor caiu na lona, entregue, e era apenas uma questão de oportunidade para
que o Inter marcasse o terceiro e matasse o jogo.
Porém não matou, e no segundo tempo, veio com uma postura
totalmente diferente, mais recuada e procurando explorar os contra-ataques. Até
vinha dando certo nos primeiros minutos, enquanto que o Botafogo já com duas
alterações provenientes do intervalo tentava em vão reagir. Até que apareceram
falhas defensivas e que permitiram a reação do Botafogo. Primeiro, Dida saiu
mal, ou melhor, errou ao não sair do gol e Emerson Sheik cabeceou para
descontar. Minutos depois, Sheik serviu Zeballos, que livre em meio a vários
defensores Colorados pôde desviar de carrinho para as redes. O adversário cresceu e com toda a sua limitação conseguiu opôr forças em busca de uma virada.
A apatia do Inter era tamanha que Abel mexeu no time,
promovendo as entradas de Otávio, Gladestony e Wellington Paulista, que pouco
acrescentaram. Apesar de o Botafogo seguir, desta vez apoiado pela sua torcida,
tentando a vitória, o Inter tinha a possibilidade do contra-ataque contra uma
defesa escancarada, e cujos espaços chegavam a ser risíveis tamanha a ineficiência
defensiva. Porém em dois das três grandes oportunidades que o Inter teve com vantagem
numérica, Gladestony e Paulão armaram, e, como previsível, não deu em nada, em virtude
desta não ser a característica de ambos. Otávio, que poderia acrescentar,
entrou mal, pouco produziu e ainda arrumou uma expulsão ao revidar uma entrada
de Lucas, que seria expulso de qualquer maneira por chegar forte no jogador
Colorado.
Jogo de dois pontos perdidos para o Inter e de um ganho pelo
Botafogo. São pontos perdidos como estes que faltam no fim do campeonato na
busca de objetivos como título e Libertadores. As lesões constantes e a queda do segundo tempo precisa
ser reavaliada, pois o time ficou totalmente desorganizado e desmontado, com jogadores
saindo de suas posições e atrapalhando a evolução do time. A defesa também precisa ser revista, pois nos melhores momentos do setor na temporada, a zaga era formada por Paulão e Ernando. A predileção por Juan não faz sentido.
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