domingo, 30 de março de 2014

Gre-Nal 400 com vitória do Inter e lição para os técnicos

O clássico Gre-Nal deste domingo foi muito mais do que apenas o 1º jogo da final do Campeonato Gaúcho. Além de ser o 400º clássico, foi a primeira vitória na Arena, que acabou ficando com o Internacional, já que os dois primeiros clássicos terminaram empatado.

O jogo teve dois tempos distintos, muito em função das opções de escalação e formação de Abel Braga para o clássico, e que confirmaram a minha opinião de irregularidade do time que poderá render muitos pontos perdidos se não for sanada. No post anterior, escrevi sobre o assunto, porém repito: No primeiro tempo, que foi basicamente a escalação utilizada por Abel Braga, o Inter teve problemas defensivos com as falhas individuais constantes do zagueiro Paulão, além de falta de cobertura na marcação, onde Williams tinha que marcar sozinho, e falta de velocidade ofensiva, o que dificultava a criação de jogadas, bem como ajudava no desarme adversário.

No primeiro tempo, o Grêmio teve uma pequena superioridade, muito em função do gol aos 14 minutos com Barcos, quando Pará acertou um cruzamento na cabeça do atacante, que teve méritos de se antecipar à zaga colorada e escolher o canto.  Antes do gol, o jogo era parelho, com chances para ambos os lados e uma vantagem na posse de bola para o lado tricolor. Após o tento, o time gremista explorou mais os problemas colorados, porém não fez uma grande partida a ponto de merecer um placar maior no primeiro tempo, já que as figuras de destaque do time Luan e Dudu não fizeram uma boa partida. O Inter terminou o primeiro tempo com maior posse de bola (62%), mas não era nada produtiva.

No intervalo para o segundo tempo, Abel alterou a escalação com as entradas de Alan Patrick e Ernando nos lugares de Jorge Henrique e Juan. A troca de zagueiros foi em função de lesão, porém Jorge Henrique já merecia há algumas partidas ser sacado, em virtude de pouco contribuir para o time. Na formação, o treinador colorado soltou Aránguiz para atacar, já que o chileno foi ao longo da primeira etapa um volante, que não conseguia ajudar Williams e que não tinha a possibilidade de contribuir ofensivamente, onde tem sido destaque e formando um esquema 4-1-4-1.

Crédito: UOL
Com as mudanças, o Inter cresceu na volta para a segunda etapa e logo chegou ao empate com Rafael Moura, depois de jogada de Alex para Aránguiz na direita, que cruzou na cabeça do He-Man. O Grêmio sentiu o gol e não conseguiu reagir, enquanto o Inter cresceu na partida e passou a chegar com facilidade na área gremista. O Inter passou a acumular conclusões e só teve dificuldades para ampliar o marcador em virtude de Marcelo Grohe, que fez intervenções importantes e foi um dos destaques da partida. 

O jogo pedia mudanças no time do Grêmio, e Enderson mostrou conservadorismo ao tirar Dudu para a entrada de Alan Ruíz. É bem verdade que o meia não fazia boa partida, porém diante das circunstâncias era esperado que o treinador tirasse um dos volantes para ampliar o poderio ofensivo do time. Pouco depois da escolha de Enderson, o Grêmio acabou levando a virada mais uma vez através de Rafael Moura, que desta vez recebeu um cruzamento de Fabrício pela esquerda.  Enderson então colocou Maxi Rodríguez e Jean Deretti, porém o time já estava entregue animicamente e fisicamente, e pouco conseguiu produzir. 

O placar, que praticamente dá o tetracampeonato ao Inter, deixa lições para ambos os lados. Mostra que, apesar de bem montado, o time gremista ainda é verde, sentindo nos momentos decisivos, além de Enderson Moreira, que acabou abrindo mão de escolhas mais ousadas e mostrou pragmatismo na hora de buscar soluções para o time, mostrando ainda não estar ambientado com grandes decisões. Eu acho o time do Grêmio muito promissor e deverá fazer um bom Campeonato Brasileiro, porém antes do clássico já tinha minhas dúvidas em relação ao comportamento do time em decisões. Precisará ganhar maior maturidade, senão sofrerá bastante na fase final da Libertadores.

Já para o Internacional, queimei a minha língua com a escalação de Rafael Moura, já que achava temerária a sua escalação em detrimento a Wellington Paulista, que entrou bem e marcou gols na sua oportunidade. Porém o primeiro tempo escancarou os problemas do time Colorado, e Abel mostrou com a mudança na escalação e de atitude na segunda etapa que diagnosticou e tratou os problemas, que mostraram um promissor potencial ao time na segunda etapa, e que poderá se consolidar como um dos melhores times do Brasil se Abel tiver humildade em rever conceitos e definir a nova escalação.  

O segundo tempo do Internacional foi muito superior ao primeiro do Grêmio, o que dá justiça à vitória Colorada. Foi um grande Gre-Nal que mostrou que a dupla tem condições para fazer um bom Campeonato Brasileiro. 

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