Neste domingo, o Inter foi derrotado pelo Goiás no Serra Dourada por 3x1. O revés, combinado com os resultados paralelos deixaram o time apenas quatro pontos à frente da Zona de Rebaixamento, faltando nove pontos em disputa.
Apesar de considerar remota a chance do clube cair, na próxima rodada o Internacional terá um duelo direto contra o Coritiba no Centenário, e uma vitória tirará matematicamente qualquer chance de queda. Porém uma derrota poderá deixa-lo apenas um ponto à frente do Z4. Hoje, o Coxa é o 17º colocado, e virá com mudanças após a queda de Péricles Chamusca após a derrota contra o Criciúma por 2x1 no Couto Pereira.
Como trato a possibilidade como remota, é sinal que não acredito no rebaixamento do clube nesta temporada, apesar de todo o esforço que parece estar sendo feito para esta tragédia. A atual gestão do clube já vinha cometendo muitos erros nos últimos anos, e neste, combinado com a ausência do Beira-Rio, fez com que o clube pela primeira vez desde 2002 esteja efetivamente na luta contra o rebaixamento.
É hora de uma profunda reflexão no Internacional . O período das grandes conquistas já se encerrou (2006-2010/11), e agora o que parece também ter saturado é o modelo de gestão, que desde 2002 revolucionou o clube e o levou as maiores conquistas de sua história. Fernando Carvalho, Vitório Piffero e Giovanni Luigi formaram a uma gestão que, se hoje não é tão homogênea politicamente, tem ideias semelhantes de administrar o clube.
Já é certo que Luigi comandará o clube no próximo ano, porém é necessário que o dirigente reinvente a forma de administrar o clube, pois hoje o Internacional tem uma das folhas de pagamento mais caras do futebol brasileiro, porém nunca teve um grupo com tão pouca qualidade e comprometimento. O comandante não conseguiu formar uma equipe de dirigentes capaz de assessorá-lo na montagem do plantel, e hoje o clube conta com atletas caríssimos que possuem deficiência técnica em virtude da idade avançada ou por erro de avaliação, bem como atletas com falta de comprometimento que dificultam a evolução da montagem do time.
Aos que acham que é apenas dispensar jogadores no final deste ano e contratar um técnico, tenho que dar a triste notícia que dificilmente o Internacional terá uma significativa alteração no grupo de jogadores. O motivo é simples: O grupo é formado por vários atletas caros, que possuem contratos longos e cuja rescisão seria milionária. Para completar, a maioria destes atletas recebe um salário acima da média nacional, e somado com os seus desempenhos, dificilmente possibilitariam que o clube pudesse coloca-los em outros clubes sem se desonerar financeiramente. Apenas os contratos de Gabriel, Índio e Kléber se encerram ao final desta temporada e não tenho a convicção que todos irão embora.
Para completar, a saúde financeira não está tão bem, e o clube projeta terminar 2013 com um déficit significativo, o que exigirá a obtenção de receitas extraordinárias, leia-se negociar atletas. Se vier uma proposta tentadora por alguns de seus (poucos) jogadores negociáveis, o clube dificilmente os segurariam. Até neste ponto o Internacional está mal, pois hoje teria basicamente Otávio e Leandro Damião como jogadores negociáveis, sendo que o centroavante está em má fase e vem sistematicamente se desvalorizando no mercado.
Erros constantes de gestão e dificuldades financeiras simbolizam um fim de ciclo no clube. A atual gestão (leia-se Carvalho e seus sucessores) foi capaz de tirar o clube da posição de coadjuvante e alça-lo a de protagonista, porém o sucesso, de certa forma repentino, fez com que a forma de administrar o clube e o seu departamento de futebol fosse alterada. Se no início a utilização de pratas da casa e a contratação de apostas e alguns jogadores de maior renome funcionavam, hoje a contratação de apostas e medalhões sem o critério necessário, está levando o clube ao seu status quo, que foi o ano de 2002.
Hoje, a gestão parece ter desmontado a estrutura iniciada por Medina em 2000, quando este chegou a afirmar que em alguns anos o clube voltaria ao caminho das grandes conquistas. Muitas ações planejadas foram realizadas e o clube realmente colheu frutos depois. Porém hoje o Internacional não tem mais formado jogadores com tanta qualidade e tem gastado muito para obter pouco resultado. Todos os clubes acabam passando por isso, porém nem todos deram uma volta por cima sem ter sofrido grandes vexames, como um rebaixamento.
O que preocupa é que o Inter continua sem uma oposição forte, que seja capaz de conquistar os votos necessários para assumir o clube e revolucioná-lo. Na dúvida, os colorados sempre darão crédito a quem melhorou o clube, mesmo que hoje estes não consigam fazer o melhor para o Colorado.
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