Para a grande maioria dos clubes brasileiros, chegar ao Mundial de Clubes é sinônimo de fim de ciclo de manutenção de time e elenco, em virtude do endividamento com a construção/manutenção de times fortes. Porém o Corinthians mostrará algo novo, buscando acrescentar ao invés de se desfazer de seus jogadores, o que poderá significar um início de um grande império no futebol brasileiro.
O Timão tem a segunda ou até a maior torcida do país empatado com o Flamengo (segundo dados do Datafolha), e por ser o clube mais popular de São Paulo, centro econômico do país, tem a capacidade de atrair vultosos investimentos em publicidade, o que lhe dá os melhores contratos do país, como o da renovação com a Nike por R$ 300 milhões por 10 anos de contrato. Soma-se a isso o privilégio dado pela Rede Globo nas transmissões da equipe pelo país afora, que lhe rendeu (juntamente com o Flamengo) um contrato de direitos de transmissão diferenciado, cujo valor chega perto de três vezes mais que clubes fora do eixo recebem, como Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio e Internacional.
Quando o clube precisou, teve uma mão amiga do ex-presidente Lula, que ajudou a costurar acordos de patrocínio como o da Caixa Econômica Federal, além de aproveitar da indisposição com o estádio Morumbi para a Copa de 2014 e idealizar o Itaquerão, estádio que abrigará a abertura da Copa e que depois será todo da equipe paulista, que poderá realizar as mesmas ações de clubes que tem estádio próprio.
Para completar, o clube organiza-se internamente, e já utiliza cases de sucesso como o programa sócio torcedor, que gera uma grande receita e é responsável por Internacional e Grêmio ainda tornarem-se competitivos no cenário nacional. O clube já passou a barreira dos 100mil sócios e rivaliza com o Colorado o primeiro lugar em termos quantitativos de torcedores fidelizados, que pagam um determinado valor por mês para terem benefícios junto ao clube.
Dinheiro não é problema para o Corinthians, tanto que o clube já contratou o meia Renato Augusto para a próxima temporada e fez uma proposta de mais de R$ 40 milhões para ter Alexandre Pato. O faturamento deverá passar com tranquilidade a barreira dos R$ 300 milhões em 2013, e que deverá se acentuar quando o time puder jogar na casa nova e faturar por um espaço que tende a gerar ainda mais receita.
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No Brasil, só não teremos uma reedição de Real Madrid e Barcelona em função do Flamengo mostrar-se cada vez mais desorganizado, abrigando-se em um poço sem fundo que nem os recursos oriundos da Globo e agora da Adidas conseguem reerguê-lo. Até isso ocorrer, o Corinthians tende a ser o imperador do futebol brasileiro, pois talvez só os demais paulistas e cariocas consigam montar times de exceção, como este Fluminense patrocinado pela Unimed, com capacidade de bater de frente com o Timão, que deverá ser a base da Seleção Brasileira. Imaginava um prazo maior, talvez de cinco anos para que isso pudesse ser sentido, porém o fator Copa e Mundial está intensificando o processo.
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No Brasil, talvez se discuta isso nos próximos cinco ou sete anos, com um possível desinteresse do brasileiro pelos campeonatos nacionais, que faria os índices de audiência cair e por consequência obrigaria uma reação por parte dos dirigentes e autoridades responsáveis.
Até lá, muito ouviremos: “Salve o Corinthians, O campeão dos campeões...”.
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