Neste último domingo, tivemos o fim da edição 2012 do Campeonato Brasileiro. Um desfecho formal, pois há várias rodadas o certame estava decidido, e a 38ª rodada reservou apenas a briga pelo vice-campeonato, que dá vaga direta para a Libertadores, e do último time com passaporte carimbado para a Série B.
Fluminense, Atlético-MG, Grêmio e São Paulo são os representantes do país na próxima edição do maior torneio de clubes das Américas, enquanto que Sport, Palmeiras, Atlético-GO e Figueirense terão que refazer todo o planejamento na Série B em 2013. Ainda houve uma virada de mesa, que classificou Vasco, Botafogo, Santos, Cruzeiro, Internacional, Náutico e Coritiba para a Copa Sul-Americana, isso se estes não se classificarem para as quartas-de-final da Copa do Brasil 2013, senão darão lugar aos próximos colocados deste Brasileirão que estiverem nesta situação. Confusão né?
O que mais chamou a atenção neste campeonato foi a pontuação dos primeiros colocados. Desde 2006, quando o Brasileirão passou a ser disputado com 20 clubes, jamais três times ultrapassaram a barreira dos 70 pontos. Somente em 2008, com a disputa entre São Paulo (75) e Grêmio (72) que dois times ultrapassaram esta barreira, o que mostra o campeonato mais desigual da história. Em 2012, Fluminense, Atlético-MG e Grêmio fizeram campanhas de campeão, porém o tricolor carioca teve um certame excepcional ao chegar aos 77 pontos, igualando a campanha do São Paulo em 2007 (a maior da história), porém perdendo no critério de desempate de vitórias (23 a 22).
No Z4, jamais três times fizeram uma pontuação tão baixa como nesta edição, e somente o Sport chegou vivo na última rodada, porém à espera de um milagre que não ocorreu. Vários times estiveram na “rabeira” durante a maior parte da competição, principalmente aqueles que recebem “trocados” nos direitos de TV.
Na ponta, ocorreu uma fuga de Fluminense, Atlético-MG, Grêmio e Vasco, sendo que este perdeu jogadores em meio à competição e com uma grande sequencia negativa acabou cedendo lugar ao São Paulo, que teve a melhor campanha do segundo turno e acabou com a última vaga do Brasileirão (o clube também disputa a final da Copa Sul-Americana contra o Tigre da Argentina).
Em relação à arbitragem, não houve mocinhos nem bandidos. Todos os times ao longo do campeonato foram beneficiados e prejudicados com o desastre da arbitragem em 2012. A cada ano os homens do apito mostram estar menos preparados, e se nada for feito para a próxima temporada, esta deverá ser ainda pior.
Com a europeização do futebol brasileiro nos direitos de TV, utilizando a mesma prática do futebol espanhol que polarizou a disputa entre Real Madrid e Barcelona, o Brasileirão tende a ser mais desigual a cada ano, com apenas três ou quatro clubes com chances de título. Pela divisão desigual do montante, a briga teria que ser teoricamente entre Corinthians e Flamengo, porém as más administrações e a preferência pela Libertadores no início do Brasileirão contam contra e possibilitam a chegada de outros times financeiramente menos favorecidos.
Na TV, o Brasileirão foi um fracasso de audiência, com Globo e Band marcando seus piores índices dos últimos anos. Tal resultado mostra o descontentamento da principal emissora do país com a formula da competição, e a vontade de retorno do mata-mata. Eu particularmente prefiro os pontos corridos, pois privilegia que o mais regular ao longo das 38 rodadas possa ser declarado o vencedor.
Os mesmos que reclamam da formula e indiretamente da audiência são os mesmos que negociam contratos de forma tão desiguais entre os clubes, que faz com que um Corinthians ganhe 100 milhões enquanto Náutico e Figueirense recebem pouco mais de 10 milhões pelo mesmo contrato. Qual é a expectativa de um time que ganha praticamente dez vezes menos?
Corinthians e São Paulo ainda terão seus duelos pelo Mundial de Clubes e Copa Sul-Americana. Os demais times, com exceção do Grêmio que fará um amistoso contra o Hamburgo na inauguração da Arena, estão de férias. Esperamos que 2013 tenhamos um campeonato mais emocionante, porém os números me faz pensar o contrário.
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