quarta-feira, 7 de março de 2012

Virada vascaína em jogo atípico


O  primeiro jogo envolvendo brasileiros que assisti pelo FoxSports ficou marcado por acontecimentos extraordinários, que influenciaram diretamente no placar da partida.

Em campo, o Vasco (de azul!) não conseguiu impor a superioridade técnica contra um dos times mais fracos da competição, que ainda vieram para o Brasil com o agravante da grave crise econômica do futebol peruano que afeta o Alianza Lima, deixando os jogadores com três meses de salários atrasados. Mesmo assim, mostraram profissionalismo, utilizando a velha tática da retranca para tentar reduzir a enorme discrepância técnica entre os dois times.  

O Vasco teve enormes dificuldades desde o início da partida, conseguindo poucas conclusões na primeira etapa. A primeira jogada de efetivo perigo foi só aos 12 minutos com Barbio na direita, chutando cruzado e com Alecsandro não conseguindo o tempo de bola necessário para marcar. Até então a partida estava “normal”, pois um time superior tecnicamente tentava transpor a parede montada pelo adversário, porém a partir dos 16 minutos o jogo ganhou contorno cômico e atípico.

Em um chutão despretensioso de um zagueiro peruano com direção ao campo de ataque, o zagueiro Rodolpho (aquele ex-jogador do Grêmio) acabou errando o tempo da bola de forma juvenil, e deixou o atacante Charquero livre para avançar e tocar na saída do goleiro Prass para abrir o placar.  Menos mal, que três minutos depois o Vasco empataria com um gol contra do zagueiro Ramos, que cortou contra o seu próprio gol um cruzamento de Wiliam Barbio em direção a Alecsandro.

No mais, nenhuma grande emoção na primeira etapa, a não ser um gol de Alecsandro corretamente anulado por impedimento. O atacante repetiria a dose na segunda etapa, em apenas uma de suas atrocidades na partida.

Veio o segundo tempo e Cristóvão Borges sacou o zagueiro “falhão” Rodolfo, além de colocar em campo o meia Felipe, que ficaria responsável pela armação das jogadas. Nem bem começou a etapa, e o árbitro Diego Abal marcou pênalti do zagueiro Carmona, em um lance originado por um chute de Barbio espalmado pelo goleiro, e que no caminho encontrou o ombro do zagueiro, que acabou sendo expulso na jogada em decorrência do segundo cartão amarelo. 

Há a velha lenda que diz que pênalti inexistente é pênalti perdido, e o batedor Alecsandro foi “premiado” com um escorregão bizarro, que fez com que a bola acertasse o travessão do goleiro Libman e saísse. O atacante perderia o segundo pênalti aos 22, que desta vez considerei discutível, cobrando rasteiro no canto esquerdo do goleiro, que se esticou para pegar e ainda contou com a ajuda da trave que não deixou a bola entrar.

Naquela altura o jogo já estava 2x1 para o Vasco, pois Dedé havia aparado com a cabeça uma cobrança de escanteio de Fágner aos 14, mostrando que o Vasco é o time da virada. Juninho também havia acertado a trave direita do goleiro em uma de suas magistrais cobranças de falta, porém eram lances isolados, que mostravam a dificuldade coletiva do Vasco. Em mais um destes lances, só o árbitro viu uma infração dos peruanos após uma cobrança de escanteio, resultando no terceiro pênalti a favor dos cruzmaltinos na partida. Alecsandro não quis correr o risco de se equiparar com Palermo (ex-Boca Juniors e autor de 3 pênaltis perdidos em uma só partida) e deixou para Juninho cobrar no canto direito do goleiro, que chegou a tocar na bola mas não evitou o gol.

Mas eis que o Alianza Lima ainda conseguiria descontar aos 40, após uma falta lançada para a área, que a zaga vascaína deu bobeira e a bola sobrou para Ibañes desviar de Prass. Porém foi o máximo que os peruanos conseguiram, visto que a inferioridade numérica e técnica não possibilitaram uma maior reação, apesar da apatia vascaína dar margens a tal.

E no fim acabou o jogo em 3x2, com o placar moral em 2x2, pois dois pênaltis inexistiram, a expulsão foi injusta e o placar acabou ficando de bom tamanho para o Vasco, que agora poderá respirar, já que jogou duas vezes em casa e ganhou apenas três pontos. Em um grupo com Libertad do Paraguai e Nacional do Uruguai, o time corre sério risco de eliminação na primeira fase, no que depender do futebol mostrado nestes dois primeiros jogos.  

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