Nesta quarta-feira, pôde se dizer que o Mundial de Clubes da FIFA finalmente começou, pois o Santos fez a sua estreia com o Kashiwa Raysol, enquanto o Barcelona estrará na próxima quinta-feira, diante do Al-Sadd.
Do Barcelona escreverei amanhã, depois de sua estreia, porém o tema hoje é referente à estreia santista, que taticamente deixou a desejar contra os japoneses do Kashiwa, classificando-se para a final do próximo domingo na base da habilidade de Neymar, Borges e Ganso, além do fundamento de Danilo.
Muricy escalou o Santos em um esquema 4-4-2, com o meio formando uma espécie de losango, tendo em Henrique o home-base do tripé de marcação, com Arouca no vértice esquerdo e Elano no direito, enquanto Ganso completa a forma geométrica posicionado mais a frente, centralizado. Por ter nomes como Arouca e Elano capazes de fazer a função de vaivém, o esquema seria teoricamente interessante, pois ficaria equilibrado, com boa saída de bola, além da habilidade de Ganso e Neymar e do oportunismo de Borges no comando do ataque.
Porém o Kashiwa era muito bem organizado, atuando em duas linhas de quatro, além de dois atacantes em posições diferenciadas, no que poderia ser considerado um 4-4-1-1. O time japonês, treinado pelo brasileiro Nelsinho Batista, além de contar com os brazucas Jorge Wagner e Leandro Domingues, conseguiu exercer a sua característica de jogar com a posse de bola, chegando perto dos 60% ao final da primeira etapa.
Enquanto isso, o Santos se retraia quando estava sem a bola, ficando em uma espécie de 4-3-2-1, pois Arouca e Elano fechavam o tripé de volantes, enquanto Neymar ficava na mesma linha de Ganso, deixando Borges isolado ao ataque. Apesar de o Kashiwa ter a posse de bola, o time tinha dificuldades para adentrar-se na grande área do Santos, apesar de toda a vulnerabilidade defensiva da equipe brasileira, que vacilava bastante na saída de bola e no posicionamento dos volantes, que geraram apenas dois lances perigosos do time japonês no primeiro tempo, e pelo menos uns quatro no segundo , onde se tivesse melhor sorte e qualidade, o Kashiwa poderia ter complicado ainda mais a vida santista.
Ofensivamente a equipe reagia bem, com Elano abrindo na direita, enquanto Neymar abria na esquerda e Ganso ficava na armação. Ganso mostrou um melhor condicionamento em relação à fase final do Brasileirão, e foi responsável direto pelo lance do primeiro gol, ao lançar Neymar, que utilizou toda a sua habilidade e abriu o placar. Técnica que também não faltou a Borges que marcou o segundo gol logo depois, e a Henrique, que acertou o canto do goleiro Sugeno em cobrança de falta na segunda etapa, quando o jogo estava apertado em 2x1 para o peixe. Nem mesmo a entrada de Alan Kardec mudou a postura tática, já que o jogador fez a função de Elano, apesar de ser atacante de ofício.
Fica a expectativa na final do mundial, provavelmente diante do Barcelona. Também fica a preocupação, visto que os erros defensivos mostrados contra o Kashiwa não serão perdoados por atacantes como Messi, Villa, Sanchez e Pedro, alguns dos melhores do mundo. Outro fato preocupante é a postura defensiva sem a posse de bola, pois este é exatamente o jogo do Barcelona, que chega a ter 70% da posse de bola em seus jogos. Praticamente todos os times que usaram este artificio contra o time catalão se deram mal, e a defesa do Santos não se mostrou confiável, principalmente com a colocação de Durval como lateral esquerdo improvisado.
Ofensivamente o Santos poderá surpreender o Barcelona, pois Neymar, Ganso e Borges têm muita qualidade. O trio terá um número menor de chances que teve contra o Kashiwa, que já foram poucas, necessitando utilizar a política do erro zero, visto que projeto duas ou três grandes chances para o Santos na partida. Em contrapartida, a defesa do Santos terá que fazer uma partida perfeita, pois se as falhas desta quarta se repetirem, será um passeio catalão com direito a um abraço.
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