Infelizmente por questões técnicas e mentais, não tive como acompanhar um maior número de jogos. Porém isso não me impede de dar alguns pitacos, pois muitos resultados isentam uma profunda análise, devido à tamanha disparidade entre os times.
Para começar, o clássico mineiro. Como estava acompanhando à decisão do Campeonato e o Clássico Gre-nal por questões regionais, impressionava-me cada aviso de gol em Sete Lagoas. À uma primeira vista, assustava-me o número de gols e a facilidade com que o Cruzeiro construía o escore de sete gols em Sete Lagoas.
Em 45 minutos, tudo já estava resolvido para o Cruzeiro, pois vencia por 4x0, gols de Roger, Leandro Guerreiro, Anselmo Ramon e Fabrício. A fartura seguiu na segunda etapa, com Wellington Paulista e Everton marcando mais dois, enquanto Réver descontou para o Galo.
No fim das contas, os cruzeirenses que estavam apavorados com a possibilidade de ver o seu maior rival lhe rebaixando-o, saíram de peitos estufados, após aplicar a maior goleada em clássicos mineiros. Pode-se dizer que o 2012 da raposa começou hoje, com a nova vida dada depois desta goleada, enquanto o Galo pode-se considerar moralmente rebaixado, pois levar uma sarandada de 6x1 contra um adversário já na guarda, não é para qualquer um.
Enquanto no clássico mineiro entre mortos e feridos salvaram-se todos, não se pode escrever a mesma coisa sobre o Atletiba. Só um milagre salvava o Furacão do descendo, que tornou-se provável após um empate e uma derrota nas duas últimas rodadas, enquanto o adversário vinha de duas vitórias, que tornou possível o que seria há algumas rodadas improvável alocamento no G5.
Neste Atletiba, bastava uma vitória do Coritiba para enterrar de vez o adversário no Rebaixamento para a Série B, enquanto a sua torcida poderia comemorar um acesso para a Libertadores. O Atlético-PR foi mais decisivo e conseguiu a vitória com Guerrón, mas que devido à vitória do Cruzeiro, tornou-se insuficiente para evitar o descenso. A torcida pelo menos pôde comemorar a perda da vaga para a Libertadores do adversário, que os fizeram morrer abraçados em seus objetivos.
Outro time que teve os objetivos atrapalhados pelo rival foi o Figueirense. Ao contrário do Coritiba que precisava apenas vencer, o Figueirense precisava torcer por uma combinação de resultados, que no fim não ocorreram, para que conquistasse o objetivo da vaga para a Libertadores.
Porém tinha o rival Avaí como adversário. A tarefa poderia até ser considerada tranquila em virtude do rebaixamento já consumado da papada, porém a parte azul de Florianópolis vendeu caro uma derrota para o adversário. O preço foi tão alto, que o Figueirense não conseguiu vencer, ficando no 1x1 com gols de Diogo Orlando para o Avaí e Heber para o Figueirense.
No fim das contas, a torcida do Avaí acabou comemorando o empate, que serviu para matar o objetivo do adversário, que mostrou todo um nervosismo ao perder o principal atacante Júlio César expulso no início da segunda etapa por agressão. Mas o fato de não ter ficado com a vaga, não apaga o time da lista de principal revelação do Campeonato, já que terminou em um glorioso sétimo lugar.
Em Mogi Mirim, São Paulo e Santos fizeram um clássico que marcava a despedida santista do Brasil, rumo ao Mundial de Clubes, enquanto o São Paulo ainda sonhava com a vaga à Libertadores.
A tarefa são-paulina em vencer para continuar sonhando foi facilitada pela escalação de Muricy Ramalho, que colocou um time totalmente reserva, dando chances a jogadores como Elano e Ibson, que não vem jogando regularmente e que serão ótimas opções.
Em 45 minutos, a fatura estava liquidada com um 3x0 para o São Paulo, gols de Luis Fabiano, Cícero e Lucas e comemoração por parte da torcida de uma momentânea quinta colocação. O Fabuloso ainda faria o quarto do tricolor na segunda etapa enquanto Elano descontaria para o Santos, em uma vitória expressiva, mas que em nada serviu em virtude da vitória do Inter, que tirou o São Paulo da Libertadores.
Já no clássico carioca, o Fluminense queria garantir o terceiro lugar, que já o colocaria de forma direta na fase de grupos da Libertadores, enquanto o Botafogo gostaria de estar na competição, porém além da vitória teria que torcer por tropeços de Coritiba, Internacional, Figueirense e São Paulo.
Porém o Fluminense de início já mostrou que a sua qualidade e vontade de vencer eram maiores, abrindo o placar com Fred, que o deixou com 22 gols no campeonato, um a menos que o artilheiro Borges. Mas Felipe Menezes empataria para o Botafogo logo depois, com o resultado se prolongando até o fim da partida, servindo para ratificar o terceiro lugar do Flu, enquanto o Botafogo terminou com apenas 1 pontos nos seus últimos seis jogos, que o tiraram da luta pelo título e o deixou em nono lugar.
O campeonato ainda reservou um clássico regional, envolvendo o Bahia e o Ceará. Imaginei que os baianos pudessem dar uma “colher de chá” aos cearenses em virtude de uma afinidade com que os estados da região têm entre sim, além de uma represália ao Cruzeiro, que rebaixou o Bahia em 2003 com sonoros 7x0.
Porém foi um ledo engano meu, já que Camacho e Lulinha fizeram 2x0 para o Bahia, enquanto Felipe Azevedo ainda conseguiu descontar no fim da primeira etapa. Bom para o Bahia, que garantiu uma vaga para a Copa Sul-Americana 2012, enquanto o Ceará voltará para a segunda divisão, após duas temporadas na primeira, e uma enganosa semifinal de Copa do Brasil, onde foi eliminado pelo escore mínimo diante do Coritiba.
A rodada ainda reservou um expressivo 5x1 do Atlético-GO no América-MG, além dos grandes jogos que foram relatados nos posts anteriores. Foram 29 gols nos 10 jogos, que deram uma média significativa de 2,9 gols por partida, isso por se tratar de clássicos decisivos.
E é assim que o Futebol Brasileiro 2011 se despede, com corintianos sorrindo um título Brasileiro, vascaínos um titulo da Copa do Brasil, e torcedores do Fluminense, Flamengo e Internacional comemorando uma participação na próxima Libertadores, que tem o Santos como atual campeão, e que poderá conquistar o mundo no Mundial de Clubes.
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