No dia seguinte ao último jogo do Grêmio na Temporada 2011, o clube apresentava o treinador Caio Júnior, que comandará o time no próximo ano.
Caio não é somente mais um treinador, visto que tem identificação com o Grêmio nos tempos de jogador, onde foi revelado e acabou conquistando o tricampeonato gaúcho entre 1985 e 1987. Teve também uma passagem pelo Internacional em 1994 conquistando um gauchão, mas que não ficou marcada como a passagem pelo tricolor gaúcho. Agora como treinador terá que reverter o estigma conquistado de gás de embalagem pet de 2L, que acaba antes do que deveria.
O presidente Paulo Odone usará a afinidade que Caio Júnior tem com o Grêmio para projetar a temporada 2012, na qual o treinador terá a base do time de 2011 reforçada por alguns nomes pontuais, em busca da quebra de um jejum de títulos relevantes que perdura mais de uma década, já que a última grande conquista de âmbito nacional foi em 2001, e desde então ficou restrito a três Gauchões e um nacional da Série B.
Caio Júnior é o típico técnico que desenvolve trabalhos de longo prazo, e no Brasil só obteve sucesso no Paraná de 2006, classificando o clube para a Taça Libertadores da América do ano seguinte, cujo trabalho o levou ao Palmeiras, onde começou bem, mas assim como a sua campanha do Botafogo de 2011, sucumbiu na fase final do Brasileirão e não conseguiu classificar ambas as equipes para a Libertadores. Entre o Botafogo e o Palmeiras, treinou Flamengo e Goiás, onde foi ainda pior, perdendo inclusive mercado no país, tendo que ir para o futebol japonês e depois o do Catar em um intervalo de dois anos.
No Grêmio, buscará seu primeiro titulo de expressão, motivado por um trabalho de aprendizado e aperfeiçoamento que o levou a um estágio recente no Barcelona, onde pode conhecer de perto a estrutura e esquemática de jogo do time de Guardiola nos treinamentos e nos jogos. É conhecido por definir um padrão tático aos seus times, deixando-os "arrumadinhos", porém a falta de títulos é justamente o seu maior entrave, visto que não tem balas na agulha para respaldar o seu trabalho em uma eventual sequencia negativa, tão comum no futebol brasileiro, e acaba derrubando treinadores.
É exatamente neste ponto que entra o dilema do momento da contratação de Caio Júnior. Teria Odone e, principalmente, a torcida Gremista, paciência em permitir ao treinador desenvolver um trabalho em longo prazo?
O treinador tem 46 anos, o que acaba lhe permitindo um longo caminho pela frente. Pertence à nova safra de treinadores, juntamente com Mano Menezes, Muricy Ramalho e Dorival Jr. Tem potencial para entrar no grupo dos principais treinadores do futebol brasileiro, porém lhe faltam títulos, que acabam atrapalhando a sua evolução como profissional.
Seria o Grêmio o início desta escalada?
Não tenho convicção que o Grêmio seja esse clube, por isso que tenho como incerto o momento de sua contratação. Para isso é necessário que haja todo um planejamento de contratações e uma estrutura que lhe respalde, para que assim o técnico possa desabrochar. Mas a pressão pela falta de títulos do clube poderá fazer o castelo do treinador ruir na primeira ventania...
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