Como imaginado, o circuito de Yas Marina trouxe poucas emoções, transformando-se em mais um insosso GP de Abu Dhabi. Vitória de Hamilton, que soube aproveitar um problema de Vettel na primeira volta para assumir a ponta e desta não largar mais.
Hermann Tilke projetou um lindíssimo autódromo no meio do nada, que ainda fica mais exuberante pelo horário de fim de tarde do GP, onde a corrida começa ao entardecer e termina com luz artificial. Porém não estava inspirado quanto ao circuito, projetando um traçado estreito, travado e que mais se assemelha a um kartódromo gigante e que só artifícios artificiais como o DRS que puderam trazer alguma emoção.
A corrida se decidiu na primeira volta, quando Vettel atacou uma zebra, e que acabou avariando a sua suspensão traseira e furando o pneu, impedindo a sua continuidade na prova. Hamilton herdou o primeiro lugar, enquanto Alonso aproveitou o enrosco entre os ponteiros para ganhar espaço e assumir o segundo lugar, após ultrapassar Button, chegando a acompanhar Hamilton durante boa parte da prova, porém quando ambos os pilotos colocaram pneus duros, o espanhol não conseguiu mais o acompanhar. Barrichello foi outro que soube se aproveitar, saindo do último lugar para o 14º nas primeiras voltas.
A tônica da prova foi a briga pelo terceiro lugar, envolvendo Button, Webber e Massa. Primeiro com a disputa entre o inglês d McLaren e o segundo piloto da RBR, protagonizando ultrapassagens artificialmente forçadas em virtude do uso do DRS, onde Webber chegou a ultrapassar Button em duas ocasiões, porém o bom piloto inglês conseguiu se recuperar, e mesmo com problemas no KERS chegou tranquilamente no terceiro lugar, deixando Webber à mercê de Massa.
O outro duelo foi tão patético quanto à condição de ambos os pilotos em suas equipes e no circo como um todo. Cansados de apanhar de Vettel e Alonso, acabaram protagonizando uma ferrenha disputa, que inicialmente começou com um erro de pitstop da Red Bull, que deixou o australiano atrás do brasileiro. Porém Massa errou, possibilitando Webber retomar a posição, e nem a inicialmente errônea estratégia de uma parada a mais tirou de Webber o quarto lugar, devido a uma rodada de Massa, que transformou a disputa em um troféu pastelão, deixando Button terminar com uma confortável vantagem no terceiro lugar e no pódio.
Os demais brasileiros fizeram corridas distintas. Barrichello largou em último, chegou a beliscar a zona de pontuação, mas acabou em 12º lugar, posição honrável para quem está andando com uma meia-carroça. Já Bruno Senna não se acertou com Abu Dhabi, andando sempre atrás do grid, em meio às completas carroças de Lotus, Virgin e HRT, e terminando em 16º lugar. Imagino se não tivesse o sobrenome do tricampeão mundial Ayrton Senna, e Bruno sequer terminaria a temporada no cockpit da Lotus Renault, praticamente inviabilizando a sua continuidade para a próxima temporada.
Sem mais, a corrida ficou resumida a isso. Pequenos lapsos de emoção com as disputas entre Button, Webber e Massa, além de todo o clímax gerado pelo abandono de Vettel. Aconteceram sim disputas e ultrapassagens de meio de grid, mas que foram irrelevantes ao desfecho da corrida, com a Force India mantendo-se na zona de pontuação com seus dois carros, além de Pérez conseguir um pontinho para a sua decadente Sauber. Buemi quase conseguiu colocar a sua Toro Rosso entre os dez, mas teve problemas ao longo do GP e acabou abandonando.
Mudanças de traçado serão necessárias em Abu Dhabi, visto que nem a dupla KERS/DRS conseguiu trazer emoção ao insosso GP, que se resume à exuberante vista do pôr do sol em um mini oásis artificialmente construído na Yas Marina.
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