A estreia do indiano Buddh International Circuit foi marcada pela rotina e morosidade. Rotina por Vettel, que largou na pole, venceu de ponta-a-ponta e ainda fez a volta mais rápida da corrida, o que lhe deu um hat-trick. Morosidade pela prova, onde praticamente nada aconteceu.
Desta vez, assisti a apenas a corrida, sem ver nenhum treino, inclusive o que definiu o grid de largada. Fui “premiado” com um circuito técnico, porém sem grandes pontos de ultrapassagem e deixando os carros em uma espécie de fila indiana.
A prova em si teve dois clímaxes, onde o maior foi realmente durante a largada, com Button levando a melhor sobre Alonso e Webber, se posicionando em segundo, enquanto Massa conseguiu ultrapassar Hamilton, assumindo o quinto lugar. No pelotão intermediário, houve um choque envolvendo vários pilotos, como Perez, Glock, Barrichello e Kobayashi, e em um segundo momento, Trulli em um segundo choque algumas curvas depois. Senna se aproveitou da confusão, ganhando quatro posições e indo para o 10º lugar.
O segundo clímax foi em mais uma de tantas disputas envolvendo Massa e Hamilton na temporada. Desta vez, o inglês da McLaren tentou ultrapassar o brasileiro da Ferrari no final da grande reta, chegando com mais ação e por dentro na entrada da curva 4, porém o brasileiro não recuou e muito menos espalhou, não evitando a batida que acabou maculando a corrida de ambos.
Hamilton teve que ir imediatamente ao boxe trocar de bico, caindo para o meio do grid e terminando em sétimo. Já Massa nem terminou a prova, pois reencontrou o desnível em uma zebra que avariou a sua suspensão dianteira esquerda, e o fez abandonar a prova. Antes deste fato, o brasileiro já havia sido penalizado com um drive-through, devido a sua imprudência ao não procurar evitar o choque com Hamilton. Sinceramente espero uma punição aos dois, que parecem crianças mimadas e que têm se encontrado com facilidade na pista, causando faíscas e a possibilidade de um acidente de maiores proporções.
No mais, a prova não reservou nenhuma grande emoção, além da possibilidade de ultrapassagens pela estratégia. A maioria dos times fizeram duas paradas, com a utilização de dois compostos macios e um duro. Vettel e Button conseguiram retardar a segunda parada, o que os deixaram 24,3 e 15,8s à frente de Alonso, que acabou praticamente junto com Webber, mas o suficiente para garantir a sua vaga no pódio. Não houve briga pela ponta, pois Vettel sempre manteve uma vantagem tranquila, jamais tendo a sua liderança ameaçada, enquanto Button parecia satisfeito com o segundo lugar, que o deixa ainda com mais vantagem na disputa pelo vice-campeonato.
A Mercedes acabou ocupando o espaço deixado pelas criancices de Massa e Hamilton, terminando em 5º e 6º com Schumacher e Rosberg. O veterano acabou ganhando a posição de seu compatriota e companheiro de Mercedes nas estratégias de pits. Somente os pilotos de RBR, McLaren, Ferrari e Mercedes terminaram na mesma volta, com Alguersuari liderando o pelotão intermediário, mostrando a grande corrida de sua Toro Rosso, que só não pontuou duplamente, pois seu companheiro Buemi teve problemas e abandonou. Sutil e Perez completaram a zona de pontuação
Já os brasileiros restantes foram meros coadjuvantes, com Senna terminando em 12º e Barrichello em 15º entre os 19 que terminaram a prova. O sobrinho do tricampeão Ayrton teve uma estratégia diferente, que o deixou entre os dez primeiros durante boa parte da prova, mas a opção por parar nas últimas voltas para colocar os pneus duros por obrigação do regulamento não mostrou-se eficiente, pois o brasileiro não conseguiu um rendimento suficiente em prova para lhe dar um pontinho sequer. Já o caso de Barrichello foi do tipo “fiz o que deu”, pois a Williams comprovadamente está mais ao alcance das três nanicas do que do meio do grid, formado pelas Force India, Toro Rosso, Sauber e Lotus Renault. Barrica terminou atrás de Kovalainen.
Em suma, o GP resume-se a uma foto: Rowan Atkinson, vulgo Mr. Bean em suas caras e bocas após o acidente entre Massa e Hamilton.
Enfim, espero que tenha sido uma primeira má impressão da Índia, pois o GP foi um dos mais chatos dos últimos tempos, só comparável ao Bahrein de 2010 e seguindo a linha do GP da Coreia do Sul, que no segundo ano já encontra-se ameaçado devido aos dois desinteressantes GPs no circuito de Yeongam.
Em 15 dias, teremos o GP de Abu Dhabi, que não promete ser bem mais interessante que a Índia e a Coreia. Ah esses circuitos asiáticos projetados por Tilke! Me fazem perder o tesão pela categoria. Pelo menos no dia 27/11 teremos a prova final em Interlagos, o que é uma promessa de grande corrida, mas com o desconto que não valerá nada para o campeonato.
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