Menos de 24h após a queda de Julinho Camargo, Celso Roth já falava como novo treinador do Grêmio, inclusive colocando a mão na massa ao ir a campo na própria quinta-feira em que assumiu.
Pode-se dizer que sua contratação agradou apenas aos dirigentes, neste caso de forma genérica, pois serve tanto para Inter quanto para Grêmio, que hesitam em utilizá-lo como uma solução para todos os seus problemas. É a sétima passagem pela dupla, sendo a quarta pelo Grêmio, por onde ganhou um Campeonato Gaúcho e uma Copa Sul em 1999, durante a sua primeira passagem.
Jornalistas que cobrem o campo, afirmam que Roth faz um bom trabalho de campo e de vestiário, se impondo perante os jogadores, tendo a habilidade fazê-los lhe obedecer, mesmo que seja por um período limitado, o que acaba delimitando as suas passagens pelo clube. Aliado a isso, Roth também não demonstra grande simpatia com torcida e imprensa, o que lhe faz ser mal visto e odiado pelos torcedores dos clubes por onde treina.
No Grêmio, terá a ingrata missão de fazer o time jogar. A equipe que já não vinha bem com Renato Gaúcho, decaiu ainda mais com Julinho Camargo, tendo nos últimos jogos um aproveitamento de rebaixável. No grupo, bons jogadores em má fase, e jogadores de qualidade duvidosa tendo que ser escalados em função de equívocos nas contratações, que fazem do Grêmio ser um time melhor no papel do que realmente é em campo.
O primeiro passo para que se tenha algum resultado é implantar um esquema tático e fixa-lo à equipe. Julinho tentou isso, porém o seu esquema-cópia que utilizara no Internacional com Falcão não deu certo, deixando o Grêmio irregular e sem poderio ofensivo. Para piorar, a defesa constantemente falhava e acobertava os poucos gols que o ataque marcava, deixando a equipe em má condição na tabela.
Roth deverá ressuscitar o 4-2-3-1 utilizado no Internacional, com Douglas, Lúcio e Leandro compondo a ligação ofensiva, com André Lima isolado no ataque. É o meio o seu principal dilema, que deverá trazer segurança à frágil defesa, enquanto o ataque precisa ser municiado.
Leandro deverá fazer o que Taison fazia na Libertadores do ano passado, na única ocasião em que o esquema funcionou plenamente. Douglas receberá uma atenção especial, de modo que retorne o bom futebol, algo que já virou motivo de criticas na torcida e na imprensa.
Neste sábado, diante do Palmeiras, será possível visualizar o quanto o grupo foi capaz de absorver de Celso Roth, mais em questões anímicas a questões táticas, visto que só houve dois trabalhos. O Grêmio precisa reagir para evitar a acentuação de uma crise, que poderia culmina-lo a mais um indesejado rebaixamento.
Os gremistas esperam que Roth consiga apagar o fogo que vem do vestiário da Azenha.
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