segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Crise assumida com queda em cascata

A derrota do último sábado no Engenhão contra o Flamengo, que fora comandado pelo desafeto Ronaldinho Gaúcho, foi o estopim para que o Grêmio exteriorizasse a grande crise interna que afeta a politica e estrutura do clube, e que acaba respingando no futebol, por onde a equipe desce ladeira abaixo.

Disputa de vaidades politicas em prol do futuro do clube e da Arena, somado com a má temporada do futebol fizeram com que o Grêmio assumisse publicamente a crise, depois da saída do então vice-presidente de futebol Antônio Vicente Martins, que não resistiu à pressão interna e externa pelos graves equívocos cometidos durante a temporada, que transformaram a esperança da torcida gremista em frustração e medo, pois a cada rodada aproxima-se da zona do rebaixamento.

Antônio Vicente Martins é um dos responsáveis pelo fracasso do projeto de futebol do clube em 2011, ao perder jogadores importantes, ao sucumbir ao contratar outros, e ao compor o cenário, que acabou respingando na campanha do clube na temporada, ao ser eliminada precocemente da Libertadores, além de perder o Gauchão em casa frente ao maior rival.

Martins ainda se indispôs com Renato Gaúcho pelos sucessivos pedidos por reforços do então treinador, além de participar ativamente do processo que levou a sua demissão, contrariando inclusive a torcida. Por ultimo, ainda corroborava com o presidente Paulo Odone em um discurso ufanista, que visava esconder a real qualidade do futebol do time, além de participar com o diretor remunerado Alexandre Faria da tentativa de contratação de Welligton Paulista, que sequer poderia jogar neste campeonato, por já ter atuado por duas equipes e cujo clube não procurou analisar a sua situação legal de jogo. Faria também deixa o cargo, um mês após assumir.

Somente esses motivos técnicos já seriam suficientes para a sua saída, porém há também todo o empasse politico, com acusações entre membros da própria direção em temas gravíssimos. A politica do Grêmio está totalmente dividida, com vários grupos colocando interesses pessoais (do grupo) na frente do clube como um todo, formando uma base heterogênea jamais vista na historia recente do clube, e que só faz mal para o presente e o futuro do Grêmio.

Para o cargo executivo, Odone já anunciou Paulo Pelaipe, folclórico dirigente do clube pelas declarações concedidas em sua última passagem, como a que o “Boca Juniors é um Caxias com grife”, mas que também contribuiu para o reerguimento do Grêmio ao trazer o treinador Mano Menezes, e jogadores com importantes passagens como Jonas, Tcheco, Diego Souza, dentre outros.

Pelaipe também terá um papel de agente motivacional, procurando ecoar o discurso de imortalidade eternamente proferido pelo presidente Paulo Odone, com quem participou na épica Batalha dos Aflitos. Já para a vice-presidência de futebol, o nome preferido é o de Raul Régis, homem de confiança do presidente Odone.

A janela de compras de jogadores oriundos exterior já se encerrou, cabendo ao clube somente negociar jogadores da Série B, ou da A que jogaram até seis partidas, o que reduz drasticamente as opções. O próprio Pelaipe criticou o grupo de jogadores e o time titular do Grêmio após a derrota diante do Flamengo, quando ainda não estava oficializado como membro do clube.

O Grêmio não tem um time tão desqualificado que o faça ser seriamente ameaçado de rebaixamento, porém a desunião do clube e as crises internas influenciarão no vestiário para tal. O clube tem um grupo desarmônico, com muitas posições carentes, mas tem time para escapar pelo menos da ameaça do rebaixamento e, quem sabe, beliscar uma Sul-Americana.

Será que Pelaipe mudará de ideia em relação a sua entrevista, ou conseguirá fazer da água gremista um vinho chileno de ótima qualidade?

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