Diante de um público pagante de 24.467 no Engenhão, o Grêmio finalmente necessitava desencantar no Campeonato Brasileiro, justamente contra o Flamengo, uma das melhores equipes do campeonato e cujo protagonista é Ronaldinho Gaucho, de ídolo a desafeto dos tricolores gaúchos.
Julinho Camargo previu a enorme dificuldade, mudando a formação gremista com a entrada de Adilson, juntando-se à Gilberto Silva e Fábio Rochembach no setor defensivo do meio-campo, e deixando Escudero e Leandro mais avançados para buscar encostar-se a André Lima. Tal precaução explica-se pelo esquema ofensivo rubro-negro com Thiago Neves e Ronaldinho, truncando os avanços cariocas, enquanto que o tricolor gaúcho era superior, conseguindo timidamente atacar, porém sem concluir com perigo.
A tática gremista daria certo até os 27 minutos, quando Ronaldinho Gaúcho levou vantagem pela esquerda, cruzando na cabeça de Thiago Neves para abrir o placar. O Flamengo saiu de uma postura incomodada com a marcação gremista para uma condição tranquila, que o deixou com o controle da partida, sem ser ameaçado pelo Grêmio. Do lado gremista, apenas a lamentação por um pênalti claro de Junior Cesar em Leandro não dado pelo árbitro Sálvio Spínola.
O jogo continuou equilibrado, com o Flamengo não conseguindo exercer um domínio absoluto, porém detendo o controle do jogo, recuando para oferecer a bola ao Grêmio, que ineficaz, não produzia, devolvendo de graça a bola ao rubro-negro, para atacar com perigo. Ronaldinho Gaúcho comandava as ações, chegando a entortar Mário Fernandes na entrada da área, sendo derrubado pelo beque em um pênalti não assinalado pelo arbitro, que acabou equilibrando o escore de reclamações.
Diante de mais erros que acertos de ambos os lados e até da arbitragem, o gol que definiria a vitória só poderia ser originado da falha de um personagem vital, um goleiro, mais precisamente o ídolo gremista Victor, que inventou de brincar justamente na frente de Ronaldinho Gaúcho, para ser desarmado pelo atual desafeto gremista e vê-lo marcar o segundo gol rubro-negro.
O Grêmio desandou, não bastando as alterações de Julinho Camargo, que resolveu se arriscar somente depois de ver o leite derramado e aos 31 da segunda etapa com as entradas de Mithyuê e Marquinhos nos lugares de Escudero e Adilson. Porém foi o Flamengo que perdeu de ampliar, primeiro com Botinelli, e depois em furada de Ronaldinho Gaúcho, que por centímetros não conseguiu empurrar a bola para o gol.
Mais uma derrota gremista, não mostrando poder de reação e contando com a falha do seu único jogador selecionável, que falhou e se curvou ao agora eterno desafeto do clube. Nada poderia ser pior para uma trágica noite no Engenhão. Porém uma das leis de Murphy crê que tudo que está ruim poderá piorar, o que poderia significar em uma entrada na Zona do Rebaixamento, dependendo de alguns resultados do domingo.
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