No GP da Catalunha não se viu um passeio da RBR como era esperado, porém a equipe soube usar bem a estratégia e contou com a impossibilidade de ultrapassagens para que Vettel tenha faturado mais uma corrida na temporada, a quarta de cinco etapas.
Nem o KERS e nem a asa traseira flexível (DRS) conseguiram “dar um jeito” na pista da Catalunha, que apesar de ter uma grande reta, tem problemas estruturais que fazem com que o piloto que está atrás perca pressão aerodinâmica, não ficando grudado o suficiente para que possa realizar a ultrapassagem, a menos que tenha uma diferença brusca de rendimento.
Na largada, o primeiro destaque da corrida, que ficou por conta da largada espetacular de Alonso, que saiu de seu quarto lugar para assumir a ponta, aproveitando-se de uma indefinição entre Vettel e Webber, com o australiano ficando encaixado entre os dois e perdendo as duas posições.
A alegria de Alonso durou até a volta 20, quando parou uma volta depois de Vettel, e com o piloto alemão girando nesta volta um tempo suficiente para voltar na frente do espanhol. Naquela altura já era a segunda parada, com a primeira por volta da volta 10. Dos ponteiros, só Button optou por uma estratégia diferente de uma parada a menos, parando mais tarde, com a necessidade de economizar seus pneus macios Pirelli, para poder usufruí-los por mais tempo, em virtude dos pneus duros girarem 2s mais lento, em razão da baixa aderência.
Os resultados das estratégias só iriam aparecer na parte final do GP, com Button não tendo chances de disputar a vitória, porém garantindo o terceiro lugar e o pódio e deixando Mark Webber em quarto. Na frente houve duelo entre Hamilton e Vettel, com o KERS e o motor Mercedes fazendo a diferença, e equilibrando grande vantagem que a Red Bull mostrava ter nos treinos.
No último stint de pneus, que naquela altura eram duros por não haver mais jogos de macio e também pela obrigatoriedade do regulamento em utilizar os dois compostos, a McLaren tinha muito mais ação, porém pelo problema de pressão aerodinâmica na entrada da grande reta, Hamilton não conseguiu ultrapassar, e com Vettel tendo apenas o cuidado de não vacilar, e cruzar a linha de chegada em primeiro, o que lhe deu 118 pontos no campeonato, contra 77 de Hamilton.
Até agora praticamente só falei de Red Bulls e McLarens. Tem explicação, visto que foram as únicas equipes que terminaram na mesma volta, num total de quatro carros. O quinto colocado, Alonso, levou volta de Vettel nas últimas voltas, enquanto seu companheiro Massa, que fazia uma corrida mais do que discreta, abandonou com problemas no câmbio quando estava no décimo lugar.
Completando a zona de pontuação do sexto ao décimo lugar ficaram Schumacher, Rosberg, Heidfeld, Perez e Kobayashi. Heidfeld fez uma grande corrida de recuperação, largando no último lugar para completar a corrida em oitavo.
Enquanto isso, as Willams parecem que a cada prova andam menos, com Barrichello largando lá atrás e lá ficando, em um décimo sétimo lugar, enquanto Maldonado terminou em 15º. A prova também ficou marcada pelo baixo numero de abandonos, configurando-se em uma tendência, já que na Turquia o número também foi baixo. Apenas Massa, Kovalainen e Liuzzi não completaram a prova.
A diferença entre Vettel e Hamilton está cada vez maior no campeonato, porém parece estar menor na pista. Adrian Newey ainda não conseguiu achar uma solução para a utilização regular do KERS sem que houvesse superaquecimento no seu RBR. Como o motor Renault também não é o melhor da categoria, a equipe fica refém da sua aerodinâmica, o que em circuitos de alta poderá tender a vantagem para a McLaren, que hoje mostrou-se no mesmo nível que a Red Bull em ritmo de corrida.
A temporada volta semana que vem com a sexta etapa no principado de Mônaco.
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