Depois do fiasco diante do Jaguares pela quinta rodada do Grupo 6 da Libertadores, me atentei ao pós-jogo, e às entrevistas dos comandantes do Internacional. Além de Roth, e sua natural entrevista, falaram o presidente Giovanni Luigi e o vice-presidente de futebol Roberto Siegmann. Depois do que discursaram, encaro a saída do treinador como uma tendência, porém uma troca de comando a estas alturas não seria algo tão simples.
Utilizando-se de argumentos extraterrestres para não falar o que realmente tinha vontade, o Presidente criticou sutilmente o esquema tático utilizado pelo Inter nos últimos jogos, com a baixa volúpia ofensiva contra equipes retrancadas. Já Siegmann foi bem mais enfático na ferida, mostrou sua total insatisfação com o time e sua condição na Libertadores, mostrando que a derrota do México foi absolutamente inesperada e prometeu incendiar o vestiário.
Discursos de dirigentes não são para ser seguidos ao pé da letra e sim interpretáveis. A direção deu ontem um ultimato ao técnico e a condição do time. Sua saída dependerá do clima que esperará na chegada à Porto Alegre, podendo o treinador ser demitido logo na chegada à capital gaúcha caso haja um clima nada hospitalar do torcedor Colorado. Porém mesmo que não saia de imediato, Celso Roth não deverá ter vida longa no Colorado, visto que visivelmente não tem mais o que contribuir à equipe, com a direção tendo total convicção deste fato.
Resta agora saber quem poderá substituí-lo. Com Felipão, Mano Menezes e agora Muricy empregados, sobram poucas opções para serem contratadas sem entrar na vala comum. Imagino o nome de Dorival Júnior como contratável, visto que o treinador viu o seu Galo ser eliminado ontem da Copa do Brasil, podendo ser liberado em caso de interesse do Internacional. É um bom treinador, campeão da Copa do Brasil do ano passado com o Santos, que foi dispensado ao se indispor com Neymar, salvando o Atlético-MG de um rebaixamento quase que consumado, e sofrendo nesta temporada com as escolhas erradas do presidente Khalil, que liberou os principais jogadores, enfraquecendo o time, e agora está arcando com as consequências.
Outros nomes seriam de Dunga e Paulo Roberto Falcão, ambos identificados com o Inter. Porém ambos não têm grande histórico como treinadores e deveriam ter um tempo de carência para trabalhar, o que não seria possível em meio a uma temporada e com a pressão que o clube está enfrentando de resultados e atuações imediatas. Não vejo outra opção que não seja um técnico comum ou um estrangeiro, que também teria que ter o tempo de carência para se adaptar.
Encaro a troca do comando técnico como um mal necessário, porém seria agora uma atitude desesperada. Roth deveria ter saído após o fracasso no Mundial, quando ali via-se que não tinha mais o que contribuir ao clube. O crédito pelo título da Libertadores em 4 jogos foi maior do que o descrédito de todo o segundo semestre, e o treinador permaneceu privilegiado. O clube ainda ficou 15 dias sem jogar em fevereiro devido à eliminação precoce no primeiro turno do Gaúchão, porém mais uma vez sua permanência foi bancada. O novo treinador já entraria na pressão e teria que mostrar resultados imediatos, podendo sucumbir em um eventual fracasso.
Sinceramente acredito que a direção do Internacional não sabe o que fazer, pois demitir agora Roth seria uma esperada ação, que geraria uma ou mais reações, das quais algumas inesperadas, e que poderiam deixar a situação pior do que já está.
Nenhum comentário:
Postar um comentário