domingo, 11 de julho de 2010

Espanha campeã com méritos da Copa 2010

Em uma finalbostinha, o Barcelona, ou melhor, a Seleção Espanhola, sagrou-se campeã com méritos do Mundial 2010. Com 6 jogadores catalães, além de Valdes como reserva,do recém contratado David Villa e do possível reforço Fábregas, a Fúria espanhola precisou da prorrogação e de um equivoco da arbitragem no nascedouro da jogada para marcar com Iniesta o gol que lhe deu o título.

Em campo, a final não fez jus a qualidade técnica de ambas as equipes, que propuseram um jogo truncado e muitas vezes violento, batendo o recorde de cartões em finais, com a incrível marca de 13 amarelos e 1 vermelho, quando o recorde era de 6 amarelos em 86. É bem verdade que foi a Holanda que bateu mais, e que contando com um maior rigor de Howard Webb, teria mais uns dois jogadores expulsos além de Heitinga.

Em função de um jogo truncado, ambas as equipes atacaram pouco, tendo uma grande oportunidade de gol de cada lado. Tanto Robben quanto Villa receberam em velocidade defronte aos goleiros, não conseguindo desviar o suficiente para marcar os gols. Além destas, poucas chances de gols foram criadas durante o tempo regulamentar, que teve um leve volume de jogo maior por parte dos espanhóis.

Além de não coibir a violência durante o tempo regulamentar, Webb falhou em um lance que seria crucial ao resultado final da copa. Aos 24 minutos da prorrogação, em falta próxima a área cobrada por Sneijder, o árbitro não marcou o desvio na barreira espanhola, que ocasionaria em um escanteio. Na cobrança de tiro de meta, a bola sobrou para Iniesta, que montou a jogada que terminaria com a sua conclusão para dar números finais à decisão.

Foi uma tremenda falha, que poderia ter mudado a história desta copa, porém ela não menospreza o titulo espanhol, que mostrou ser a melhor seleção do mundo na atualidade, com um futebol atrevido e ofensivo. A Fúria não conseguiu demonstrar nestes jogos do mundial todo o seu potencial, que vi em outras oportunidades pela própria seleção e pelo que podem desempenhar cada jogador. Peças como Fernando Torres, Fábregas e Iniesta, vinham de um bom tempo parado por lesões às vésperas do mundial, comprometendo seu rendimento. Dos três, apenas Iniesta conseguiu desempenhar perto do que se esta acostumado a assistir, tornando-se destaque neste mundial.

O mundial 2010 foi impar, marcado pela volta do futebol ofensivo, além de surpresas na classificação final. Pela primeira vez, um membro de Alemanha, Argentina, Brasil e Itália ficou de fora de uma final, além de haver o oitavo campeão em copas. O Uruguai terminou com uma honrosa quarta posição, voltando a debutar entre as principais seleções. Já as grandes decepções, ficaram por conta de Itália, França e Inglaterra, com ligas fortes e potencial financeiro de crescimento. Faltou renovação, com as seleções pagando o preço pelo grande número de estrangeiros em seus principais times. Em relação ao Brasil, farei um post sobre. Por enquanto é isso, e até 2014.

Webber mostra superioridade da RBR e vence sem problemas o GP de SIlverstone

Neste domingo, pelo GP da Inglaterra de Formula 1, o australiano Mark Webber guiou com tranquilidade seu RBR e assegurou a sua terceira vitória na temporada.

O piloto contou com a falta de sorte de seu companheiro Sebastian Vettel, que além de não largar bem, sofreu com um toque com Hamilton e teve um pneu furado logo após a largada, tendo que parar precocemente nos boxes, assim como Massa, que também teve o mesmo problema após leve toque com Alonso.

Na frente, Hamilton até tentou, porém não teve carro para acompanhar Webber, que guiou com todo o cuidado a RBR para a sua vitória. Vettel, assim como Massa, tiveram uma corrida de recuperação, com o alemão sendo beneficiado com a entrada do Safety Car em meio à prova, obrigando o realinhamento dos c
arros, e permitindo ao alemão, que esteve prestes a levar volta de seu companheiro, fazer ultrapassagens e terminar em sétimo.

Sorte quem definitivamente não teve foi a Ferrari, já que Massa foi para o fim do pelotão, além da punição de Alonso, que ao tentar ultrapassar Kubica, foi prensado e teve que cortar a chicane para não bater no polonês, ganhando a posição com a manobra e sendo penalizado com um Drive-through bem na hora em que o Safety Car entraria na pista, indo para o final do pelotão. O espanhol ainda sofreu com um pneu furado e terminou em 14º, enquanto Massa rodou na entrada dos boxes e teve que fazer uma parada extra, completando sua desastrada jornada em um 15º lugar.

Além das RBRs que sobraram, outros destaques ficaram por conta de Button, que se manteve mais tempo na pista com pneus macios, ganhando posições na parada dos boxes e terminando em quarto. Barrichello e Kobayashi também fizeram uma grande corrida, marcada pela regularidade, terminando em quinto e sexto respectivamente.

Mesmo a RBR tendo disparado o melhor equipamento, a liderança do campeonato dos pilotos e dos construtores segue com a McLaren, que tem Hamilton na liderança e Button como segundo, com Webber assumindo o terceiro posto e Vettel o quarto.

Além da inconstância, que vem jogando o campeonato da RBR fora, a crise entre os pilotos está cada vez mais deflagrada, após a batida de ambos no GP da Turquia e de um possível favorecimento ao alemão, que seria considerado o primeiro piloto.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A copa e a sua quebra de paradigmas

Depois de um longo e tenebroso inverno sem posts, me animei a postar novamente. O assunto não poderia ser diferente do que está reinando na mídia: A Copa do Mundo. Neste tempo sem postar, continuei alienado no mundo esportivo, principalmente na Copa.

Seria praticamente impossível poder falar em um post sobre tudo aquilo que me chamou atenção durante este mundial, então hoje falarei sobre esta final, imprevisível pelo ponto de vista histórico, porém previsível pelo ponto de vista técnico.

O vencedor da final entre Holanda e Espanha será pela primeira vez campeão mundial, redefinindo um estilo de jogo, que parecia ter sido abandonado e desacreditado após o titulo italiano de 2006, que tinha uma vocação altamente defensiva. A Itália 2006 proporcionou uma tendência, acompanhada pela maioria dos clubes das principais ligas, onde o setor defensivo sobressaia-se em relação ao ofensivo, deixando o jogo truncado e definível basicamente em lances de bola parada, chutes a meia e longa distância e jogadas trabalhadas.

Imaginava-se que seria um caminho sem volta, com as equipes cada vez mais priorizando o setor defensivo em detrimento à vontade de atacar, porém esta copa do mundo mostrou que ainda há espaço para o futebol ofensivo, desde que esteja taticamente bem montado. Holanda e, principalmente, a Espanha, tem seus maiores destaques do meio para frente, buscando explorá-los da melhor forma, isto é, atacando.

Ambas as equipes foram moldadas em um esquema 4-5-1, que pode ser transformado em um 4-3-3 em função das características dos jogadores de ambas as seleções. Ainda não há um padrão de posicionamento, com a variação entre o 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 entre as equipes. A ofensividade das duas seleções, que utilizam apenas um atacante fixo, está em função dos jogadores do meio, que aproximam-se e juntam-se ao atacante. Há a volta dos pontas, modernizados em meio-campistas. Tais jogadores, basicamente atacantes, compõem o meio enquanto a equipe está sendo defendida, abrindo-se quando a equipe ataca. Desta forma, há a possibilidade de trabalhar jogadas, triangulações e jogadas nas pontas para criar situações de gols.

Das finalistas, a Espanha joga o futebol mais ofensivo, próximo daquele que enche os olhos dos admiradores de um futebol bem jogado e aberto. A Fúria “desconcertou” nesta quarta o esquema robotizado da Alemanha, provando que a técnica ainda destrói esquemas de jogos e prevalece sobre a força. É evidente que é uma técnica organizada, assim como a Alemanha tem uma força organizada. A Espanha jogou praticamente o tempo todo no ataque, merecendo a vaga na final, contra uma seleção que basicamente só se defendia. A Alemanha jogava um futebol vistoso e empolgante, até perder Thomas Muller suspenso para as semifinais. O treinador Joachim Löw acabou modificando o esquema e a forma alemã de jogar com a entrada de Trochowski. O gol de cabeça de Puyol foi uma dádiva dos deuses de futebol, que deram a chance da Espanha disputar sua primeira final na história, acabando com a hegemonia de Alemanha, Argentina, Brasil e Itália em finais.

Na decisão de domingo, tudo poderá acontecer. A Holanda tem um futebol ofensivo mais cadenciado, mais próximo à normalidade do que ao ofensivíssimo clássico. Já a Espanha lembra os tempos antigos, onde a preocupação maior era em fazer os gols e não em evita-los. Nesta final torço pela Espanha, que, no que depender de mim, entrará no rol de campeões.

Espero poder fazer mais posts sobre a copa do mundo, dentre eles sobre o Brasil e seu fracasso.