sexta-feira, 12 de março de 2010

Inter joga para não perder e alcança seu objetivo

O Inter foi até Quito enfrentar o Deportivo pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores, e com uma postura extremamente defensiva e covarde por parte de seu treinador, pouco produziu, saindo atrás, buscando o empate, levando uma grande pressão na segunda etapa, sendo salvo pela falta de pontaria equatoriana e pelo goleiro Abbondanzieri, que efetuou grandes defesas segurando o 1x1. Como atenuante, serve a desculpa da altitude de cerca de 2800 metros, que acaba interferindo no rendimento físico dos atletas.

O jogo começou truncado e com muita marcação, com o Inter tendo a sua primeira finalização aos 4 minutos, quando Sandro ganhou a jogada e na entrada da área chutou alto pela linha de fundo. Com um esquema muito defensivo colorado, que na prática era um 5-4-1, a equipe equatoriana detinha maior posse de bola, porém tinha dificuldades para atacar, devido ao grande numero de jogadores no sistema defensivo do inter, embolando a intermediaria defensiva colorada.

A equipe de Quito não conseguia penetrar na defesa colorada, insistindo em lançamentos em profundidade e bolas alçadas na área. Foram raras oportunidades de gol, com Niell recebendo um lançamento aos 16 minutos, tocando na saída de Abbondanzieri, porém Sorondo conseguiu se recuperar e tirou quase em cima da linha. Já aos 33 minutos, em nova oportunidade, Arroyo ganhou jogada na esquerda e cruzou. O goleiro Abbondanzieri afastou mal e a bola sobrou para Minda empurrar para o gol.

A equipe equatoriana cresceu na partida, tendo espaços para finalizar. Já o Inter, apenas trocava passes em sua intermediaria, não possuindo nenhuma jogada de aproximação no ataque. Só aos 39 minutos, em uma rara avançada colorada puxada por Kléber, que tocou pra Alecsandro arriscar de fora da área. A bola bateu na trave e sobrou pra Edu que cruzou para Giuliano marcar o gol de empate. O Inter melhorou na partida, passando a ficar mais com a posse de bola e a atacar mais, porém sem criar nenhuma nova oportunidade na primeira etapa.

Já na segunda etapa, o Inter parecia que iria voltar melhor, buscando o ataque nos minutos iniciais. Porém apenas parecia, pois os problemas da primeira etapa acentuavam-se na segunda, com o Inter não conseguindo manter a posse de bola e o Deportivo ensaiado uma pressão em busca da vitória.

Aos 7 minutos, quase que o árbitro José Buitrago comete um erro grotesco, que entraria para a história da competição, ao dar um pênalti em uma trombada de Pirchio em Abbondanzieri, que acabou recebendo a carga do atacante equatoriano. O árbitro chegou a marcar o pênalti, porém depois de consultar os assistentes acabou voltando atrás.

O Inter praticamente não passava do meio-campo, produzindo muito pouco, enquanto o Deportivo Quito começava a pressionar. Aos 15, Niell aproveitou cruzamento de Aguirre e cabeceou raspando a trave. Aos 18, o atacante dividiu com Juan dentro da área e a bola sobrou para Borghello livre finalizar para fora.

Fossati tira o apagado Edu para a entrada de D’Alessandro, e depois tira Giuliano para a entrada de Wilson Mathias, retrancando ainda mais a equipe que ficara com três zagueiros e três volantes. O Deportivo Quito continuava atacando, exigindo grandes defesas de Abbondanzieri após sucessivos cruzamentos para a área. O Inter continuava sem ação em campo, e cometia muitas faltas perto da entrada da área, mal aproveitadas pelos cobradores equatorianos. Somente aos 46, que Donoso conseguiu cobrar uma falta em direção ao gol, com Abbondanzieri fazendo um milagre, e no rebote Kléber desviou evitando o gol que daria a vitória ao Deportivo Quito.

Não gostei do que vi, assim como a maioria dos jogos colorados nesta temporada. Para uma equipe que ambiciona o titulo da Libertadores, o Inter mostrou muito pouco nesta noite em Quito. A equipe nunca teve o controle técnico da partida, sendo submetida à pressão equatoriana que se acentuou na segunda etapa. A defesa, composta por três zagueiros e que teve o jovem Juan para compor o trio defensivo, mostrou-se insegura e falha, sofrendo um gol por falha de posicionamento e possibilitando investidas equatorianas que por pouco não acarretaram em gol. Não entendi a aposta em Bruno Silva, que além de não atacar, acabou comprometendo defensivamente. Ofensivamente o Inter pouco produziu, restringindo-se a um chute de Sandro no inicio da partida e ao chute de Alecsandro, que geraria o gol de Giuliano no rebote. É muito pouco para uma equipe a nível do Inter, que busca ser primeiro no grupo e com a maior pontuação possível, que lhe da o direito a decidir em casa a partir das oitavas de finais.

Não vou mentir. O Deportivo Quito assim como o Emelec são equipes fracas, bem inferiores à LDU, deixando a disputa do grupo polarizada entre Inter e Cerro. O Inter não mostra nem na Libertadores e nem no Gauchão um esquema de jogo definido, com jogadas de combinação entre jogadores e com pouca força ofensiva. Em testes mais fortes, este esquema parecerá uma parede de vidro, que bate para o ataque e volta novamente, porém poderá ser quebrada facilmente. Sempre fui a favor da utilização do esquema 4-4-2, que equilibraria a equipe e usufruiria do melhor setor, que é o meio-campo. Farei futuramente um post dissecando este esquema e as possibilidades de jogo e escalação.

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