terça-feira, 2 de março de 2010

Brasil joga "pro gasto" e vence a Irlanda no último ensaio para a Copa

O Brasil fez o seu dever, e venceu o último amistoso antes da Copa do Mundo da África. Com um primeiro tempo meia boca, porém com um bom segundo tempo, principalmente após a entrada de Daniel Alves, o Brasil venceu por 2x0 a seleção irlandesa, tendo como destaque Robinho, que participou nos dois gols da Seleção Brasileira, marcando um e chutando para o zagueiro irlandês acabar desviando contra.

O primeiro tempo começou difícil para o Brasil. Jogando contra um esquema 4-4-2 típico inglês, com duas linhas de quatro jogadores treinado pelo italiano Giovanni Trapattoni, a Seleção Brasileira acabou sofrendo uma forte pressão inicial por parte dos Irlandeses.

O primeiro chute a gol foi aos 3 minutos, com Robbie Keane se livrando da defesa brasileira na entrada da área e chutando fraco para a defesa de Júlio César. O Brasil errava muitos passes, além de não conseguir se impor contra a equipe da Irlanda, facilitando as coisas para a equipe adversária, que conseguia recuperar a posse de bola e chegar ao ataque. Júlio César teve bastante trabalho, principalmente em lances de jogadas aéreas em que os jogadores irlandeses ganhavam na subida.

O Brasil foi aparecer ao ataque pela primeira vez aos 12 minutos, quando Kaká conseguiu um chute da intermediária. Porém o esquema brasileiro, um 4-5-1 com três meias, fora projetado para jogar nos contra-ataques, com saídas rápidas ao ataque, fato que era difícil com o sistema irlandês. A Seleção só conseguiu chegar quando conseguiu acertar o meio-campo, mantendo mais a posse de bola, porém só chegando em lances aéreos e jogadas de bola parada.

Em toda a primeira etapa, o Brasil conseguiu encaixar apenas dois contra-ataques. No primeiro, aos 19 minutos, Robinho achou Adriano, que na conclusão foi bloqueado pela defesa irlandesa. Já no segundo, já aos 43 minutos, o Brasil conseguiria abrir o placar, depois de contra-ataque puxado por Kaká, que tocou para Maicon lançar em profundidade Robinho, que praticamente sem ângulo chutou cruzado e o meia Andrews ao tentar cortar colocou contra o seu próprio gol, abrindo o placar. Vale ressaltar que o atacante brasileiro estava impedido no momento em que recebeu a bola, porém nada foi dado pelo árbitro inglês Mike Dean.

A Irlanda voltou pressionando no segundo tempo, buscando o empate. Já o Brasil procurava manter a posse de bola e aproveitar os espaços dados pelos irlandeses. A seleção começou a apresentar triangulações e jogadas individuais, principalmente com Robinho, que arriscava as suas pedaladas.

Aos 20 minutos, Dunga começou a fazer alterações, com as entradas de Daniel Alves e Grafite nos lugares de Ramires e Adriano, deixando o lateral do Barcelona no meio campo, formando dupla dinâmica com Maicon, enquanto Grafite ganhou a sua chance no comando do ataque. Logo em seu primeiro lance, Dani Alves roubou a bola do zagueiro Ledger, passou por Given, porém concluiu pela rede do lado de fora.

A entrada de Daniel Alves foi providencial para o Brasil, que passou a atacar mais e anular as jogadas ofensivas irlandesas. Já a Irlanda começou a protagonizar um festival de vacílos defensivos, com Robinho tendo duas chances para marcar. Na primeira, chegou a marcar efetivamente, mas estava impedido. Já na segunda, Kaká roubou a bola e cruzou para o atacante na cara do gol chutar por cima de Given. Porém na terceira oportunidade que teve, já aos 30 minutos, o brasileiro não perdoou, após uma linda troca de passes que envolveram o atacante, Kaká e Grafite, sobrando para Robinho tocar no cantinho de Given, e logo após o gol ser substituído por Nilmar.

Com o resultado já definido, Dunga promoveu a estreia de Carlos Eduardo aos 38 minutos. O Brasil passou a ter maior velocidade ofensiva, perdendo chances de ampliar com Grafite e com Nilmar.

O jogo serviu para entrar no clima da Copa do Mundo, jogando contra uma seleção que por pouco não foi à copa. A Irlanda se tivesse pegado outro adversário na repescagem provavelmente teria se classificado para a copa, tendo a ingrata missão de disputar a vaga com a França, e mesmo assim sendo assaltada pelo árbitro Martin Hansson, que não marcou a mão do atacante francês. Foi um bom teste para o Brasil, que teve dificuldades contra o esquema montado por Trapattoni, sobretudo na primeira etapa, porém Dunga mostrou que sabe utilizar o elenco e com uma substituição mudou o jogo a favor do Brasil, que passou a dominar a partida na segunda etapa e assegurar a vitória.

O grupo está praticamente montado, digamos 95%, pois ainda acho que o técnico brasileiro deva ter duvidas na lateral esquerda, já que ainda não há um jogador que se afirmou na posição. Michel Bastos fez uma partida discreta, que talvez possa tê-lo confirmado no grupo, porém ainda acredito que outro lateral deva ser chamado. Kléber do Internacional pode ser este jogador se fizer uma boa Libertadores.

Em outras posições, principalmente nos volantes e no goleiro reserva, tenho minhas ressalvas e acho que teríamos jogadores melhores para colocar, porém são jogadores da confiança de Dunga e deverão ir para a Copa. Ronaldinho Gaúcho, após as últimas entrevistas de Dunga, pode-se considerar carta fora do baralho, estando 99% fora da Copa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário