Na última rodada da fase de grupos da Libertadores, os representantes brasileiros confirmaram a minha desconfiança sobre o futuro dos times brasileiros na competição e na temporada (aqui e aqui). Pela primeira vez desde quando o país teve direito a mais representantes no torneio, o Brasil teve 3 times eliminados na primeira fase, ultrapassando a marca de 2002, quando dois times foram eliminados.
E por pouco não foram quatro times, já que o Cruzeiro deu um Sprint final nos seus dois últimos jogos, vencendo com facilidade e mostrando o bom futebol que o levou ao titulo Brasileiro em 2013. Se confirmar a boa fase, o time mineiro entrará como um dos favoritos para a conquista do título, já que potencialmente a Raposa é o melhor time brasileiro, apesar de ainda estar irregular na campanha como um todo e perder na prática para o Grêmio, que foi o melhor representante do país nesta primeira fase.
Nesta noite Grêmio e Atlético Mineiro, já classificados, entrarão em campo para confirmar as duas melhores campanhas do país, onde provavelmente o Grêmio ficará com a 2ª ou 3ª melhor campanha no geral, enquanto o Galo deverá garantir a 4ª melhor campanha. O Grêmio, como já havia escrito, é o time brasileiro que mostrou melhor futebol até agora, enquanto que o Galo ainda precisa provar que as mudanças para esta temporada deram certo, principalmente com a contratação de Paulo Autuori como treinador. O time ainda está bastante instável e é o único brasileiro que não deposito confiança para o mata-mata, pois precisa evoluir para chegar mais longe.
Eu já projetava a eliminação do Atlético-PR, já que o time enfraqueceu sensivelmente em relação a 2013, tanto no elenco, quanto no comando técnico, já que Vágner Mancini deixou o cargo. O time já entrou com duas derrotas contabilizadas para Vélez e Strongest fora de casa em razão das circunstâncias (pressão na Argentina e altitude na Bolívia), porém o que definiu a sua eliminação foi a derrota diante dos argentinos em casa, onde escancarou a diferença técnica entre ambos os times.
AI Cruzeiro |
Os jogos de ontem serviram apenas para confirmar a incompetência destes times em contratar um treinador experiente e montar um grupo forte com o aporte financeiro. Flamengo perdeu Elias, motorzinho do time, e achou que Elano seria uma reposição a altura. Ontem, o meia ex-gremista foi escalado sem condições físicas para tal, enquanto o time rubro-negro dependia excessivamente da velocidade e movimentação de Éverton e Paulinho. A defesa falhou e o bom time do León venceu em um Maracanã lotado. O caso do Botafogo foi mais emblemático, pois o time sequer lutou. O Fogão foi preparado apenas para segurar o empate, e levou pressão o jogo inteiro do San Lorenzo. Em um chute desviado, o time argentino abriu o placar, e nem a desvantagem que eliminava o time carioca o fez mudar de postura. No fim, o time argentino conseguiu marcar os três gols de diferença que precisava para se classificar.
Prevejo muitas dificuldades para os times brasileiros remanescentes na competição. O futebol brasileiro está à beira do caos técnico e tático, permitindo que equipes com orçamento infinitamente inferior consigam competir em igualdade de condições. O salário de um jogador titular de qualquer uma das equipes brasileiras (com exceção, talvez, do Atlético-PR por não ser do eixo RJ/SP/MG/RS) paga todo o elenco da maioria dos times latinos, com exceção de times argentinos e mexicanos, o que mostra a desigualdade econômica que fez com que desde 2005 o Brasil tenha pelo menos um representante na final da Competição. Isso ajuda a explicar o motivo que a Libertadores tem um nível técnico inferior.
Não há como não encarar estes tropeços como fiasco. O Futebol Brasileiro é muito mais rico que o resto do continente e quando esta superioridade econômica não é correspondida em campo, é muito mais em virtude de deméritos dos nossos times do que méritos dos adversários, que muitas vezes montam bons times, mas mesmo assim, inferiores tecnicamente aos brasileiros. Acho que chegou a hora do país encarar a Libertadores como uma competição secundária, privilegiando a disputa do Brasileirão e com os times buscando medir forças, para quem sabe melhorar o nível do nosso futebol.
Não há como não encarar estes tropeços como fiasco. O Futebol Brasileiro é muito mais rico que o resto do continente e quando esta superioridade econômica não é correspondida em campo, é muito mais em virtude de deméritos dos nossos times do que méritos dos adversários, que muitas vezes montam bons times, mas mesmo assim, inferiores tecnicamente aos brasileiros. Acho que chegou a hora do país encarar a Libertadores como uma competição secundária, privilegiando a disputa do Brasileirão e com os times buscando medir forças, para quem sabe melhorar o nível do nosso futebol.
Também projeto esta dificuldade para o Campeonato Brasileiro, onde provavelmente veremos a pior edição dos últimos anos no que se refere a qualidade técnica e tática. No ano passado, com exceção da maioria dos jogos do Cruzeiro, já foi difícil de assistir. Os times classificados mostram que o nível fraco do ano passado não foi apenas uma critica de corneta. A impressão é que a maioria das equipes piorou em relação ao ano passado, o que deixa o Brasileirão aberto para equipes mais organizadas e com alguns valores técnicos, como Grêmio, Santos, Internacional e agora o Cruzeiro estão mostrando.
O que dificulta um pouco as previsões para o restante da temporada é a parada para a Copa do Mundo a partir da 9ª rodada do Brasileirão, o que poderá fazer com que um time mude totalmente e possa disputar o titulo ou deixar a disputa. Imagino que os times de São Paulo irão crescer e disputar títulos, mas agora não há como negar que os times de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além do Santos, estão em um melhor momento.
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