As notícias a respeito da relação Grêmio x OAS ganharam uma conotação de novela, pois muito se especula e pouco se esclarece ou se soluciona. Pela movimentação, é sábio que há divergência na parceria, principalmente em relação aos valores oriundos dos encargos previstos no contrato.
Recentemente, o jornalista Hiltor Mombach publicou em seu blog uma cópia do contrato da parceria Grêmio x OAS além dos aditivos que o complementa. Apesar de não ter formação jurídica para interpretar com maestria os dizeres do contrato, li o material e o classifiquei como ousado e de alto risco, devido a grande margem de lucro ou prejuízo que poderá causar ao clube. Quanto a ser ruim ou bom depende do critério de cada um, pois um visionário poderá acha-lo excelente, enquanto que um conservador poderá rotulá-lo como péssimo.
O grande problema está nos efeitos financeiros que as cláusulas estariam trazendo ao Grêmio, principalmente na relação do sócio torcedor com a nova casa gremista. O programa, na qual o torcedor se fideliza ao clube do coração e pagando uma mensalidade tem acesso gratuito aos jogos ou desconto na compra dos ingressos, ajudou a impulsionar o faturamento da dupla Gre-nal, pioneira no projeto no país, e que agora se alastra aos grandes clubes brasileiros. Porém este projeto só funciona em estádios onde o clube tem total gerência, o que não é o caso da Arena gremista, onde foi montada uma Pessoa Jurídica para administrar o empreendimento, na qual o próprio Grêmio faz parte.
Para viabilizar a parceria, ficou definido no contrato que a totalidade da receita dos jogos fica a cargo desta PJ, denominada Superficiária ou Sociedade de Propósito Específico (SPE). Como os sócios são do Grêmio e a gestora do empreendimento nada ganharia com a entrada free destes associados, foi necessário um acordo para alocação de espaços, na qual gerou um grande encargo ao clube e que torna os especulados R$ 41 milhões anuais como ponto da discussão contratual, mas que deveria ter sido mais bem planejado no momento da elaboração do mesmo.
Pelo contrato de parceria, o Grêmio arcaria com este custo, recebendo um valor fixo anual de R$ 9 milhões e depois receberia semestralmente 65% do Lucro Liquido Ajustado do empreendimento, que nada mais é que o resultado da soma das receitas subtraída pela soma dos encargos operacionais, amortização do financiamento, impostos e reservas inerentes à atividade empresarial. Na prática, principalmente neste início de parceria, pouco retornaria ao clube, pois a receita do empreendimento está voltada principalmente às bilheterias, onde o valor dado pelo clube para alocar o seu sócio tem um peso significativo.
O grande “x” da questão é o que está efetivamente ocorrendo entre clube e parceria, pois muito é questionado publicamente e pouco é esclarecido. O Grêmio reclama do seu alto encargo obtido e fala em inviabilização financeira, porém ao mesmo tempo gasta fortunas com uma leva de jogadores “medalhões” que vieram a peso de ouro para a disputa da Libertadores e oneram demasiadamente a folha salarial do clube, cuja especulação já ultrapassa R$ 10 milhões mensais e que a colocaria como a mais cara do país.
Imagino que se a questão financeira estivesse extremamente delicada, a atual diretoria encabeçada por Fábio Koff não estaria cometendo tamanha irresponsabilidade de contratar uma significativa leva de caros jogadores, apesar de todo o aporte financeiro recebido através de negociações contratuais, adiantamentos de receitas e investidores. Ainda acredito na hipótese de Koff querer um maior poder de barganha na questão de valores.
Porém se eu estiver errado, e houver ali adiante um colapso financeiro, a conta negativa não poderá ficar somente no nome da antiga diretoria encabeçada por Paulo Odone, pois a ousadia de Koff em trazer estes jogadores se transformaria em irresponsabilidade, e nem o maior presidente da história do clube estaria imune a críticas e responsabilidade pelos seus atos.
Não sei o que esta ocorrendo no tricolor, e acredito que a grande maioria também não saiba. Está na hora de ambos os lados colocarem as cartas na mesa publicamente, ou parar de acionar a imprensa para condicionar o outro lado e resolver o que tiver que ser resolvido de forma interna.
está declarada crise no grêmio sem duvidas... o clube está sem dinheiro para arcar com suas dispesas e não quer abrir mão de nada para se afastar da crise, resumindo quer ganhar no grito e não na inteligência de adminitração. com certesa é crise sem duvidas.
ResponderExcluire agora? zuahuzuazh