Nesta quinta-feira, a CBF deu o primeiro passo para uma melhor racionalização do futebol Brasileiro.
Em entrevista coletiva, o presidente da entidade Ricardo Teixeira anunciou o prolongamento da Copa do Brasil a partir da edição 2013, estendendo-a durante praticamente toda a temporada (março-novembro), além de deixa-la com um numero maior de clubes (dos atuais 64 para 86).
Com a decisão, os clubes que disputarem a Libertadores a partir de 2013, também poderão disputar simultaneamente o torneio nacional, pois entrarão a partir das oitavas de final da Copa. Desde a temporada 2000 que este fato não era mais possível, pois a CBF creditou o calendário apertado para retirar da Copa os participantes da Taça Libertadores, sendo o Juventude, campeão de 1999, o último a poder defender o título.
Credito a medida como o início de uma melhor organização do calendário brasileiro, visto que era inadmissível a não participação dos clubes, em detrimento dos péssimos estaduais. Estendendo-a ao longo da temporada, a Copa do Brasil ficará similar às dos principais países da Europa, que também são disputadas ao longo da temporada sem prejuízo algum aos clubes que disputam a UEFA Champions League ou a Europa League.
Porém nem tudo serão flores. O regulamento tem uma brecha interessante para a fase final.
Os 86 times dividem-se em 80 que efetivamente disputarão a competição e os 6 da Libertadores. Os 80 times se eliminarão em quatro fases de mata-mata, restando 10 clubes para a fase final, onde se juntariam os seis clubes da Libertadores. Porém o país tem originariamente 5 vagas, onde a sexta só é utilizada quando o país é o detentor do titulo continental, como nestes dois últimos anos com Internacional e Santos. Aí, neste caso, entraria o líder do ranking nacional para ser o 16º time.
Hoje é o Grêmio e amanhã deverá ser o Corinthians, que mesmo estando fora da Libertadores e for eliminado precocemente da Copa do Brasil, poderá voltar à competição na fase final por este absurdo critério, que acabará premiando a incompetência de um time grande.
Outro ponto de discórdia é em relação às vagas para a Copa Sul-Americana de 2013, que terá o horrendo critério que privilegiará somente aos mestres da incompetência.
O atual critério, que coloca os oito mais bem classificados do Campeonato Brasileiro anterior imediatamente após a Zona da Libertadores será deixado de lado, para serem colocados os quatro times mais bem colocados do Campeonato Brasileiro do ano anterior, que não disputarão a Libertadores do ano seguinte, e que ainda tenham sido eliminados precocemente da Copa do Brasil do ano em questão. Um exemplo seria o Atlético-MG, que neste ano foi eliminado logo na segunda fase da Copa do Brasil e que se fosse em 2013, ganharia uma vaga à Sul-Americana de presente por tamanha incompetência.
Com ou não critérios esdrúxulos, dependendo da interpretação de cada um, o Calendário Brasileiro começa a caminhar para uma organização que deixará o Futebol Brasileiro mais atrativo e rentável. Agora só faltará o cunho da confederação brasileira em atacar as federações estaduais com a retirada dos grandes clubes dos estaduais e coloca-los em um breve torneio regional, de cunho preparatório.
A Conmebol também terá que ter o bom senso de padronizar o Calendário Sul-Americano, colocando Libertadores e Sul-Americana como competições simultâneas, além de estendê-las durante toda a temporada. É inadmissível duas competições Sul-Americanas, não concorrentes e que tenha o compartilhamento de 50% dos clubes que também disputaram a Libertadores. Acaba, de certa forma, prejudicando a negociação do futebol sul-americano como um produto atrativo.
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