Um clássico inesquecível. É assim que consigo descrever resumidamente o clássico deste domingo entre Liverpool e Manchester. Um jogo cheio de emoções, com hat-trick, golaço, confusão, violência e só não teve expulsão devido à ruindade do arbitro Phill Dowd. Os torcedores do Liverpool, que sempre cantam de forma entusiasmante a canção/lema “You'll Never Walk Alone”, saíram ainda mais entusiasmados com a vitória e atuação da equipe, que complicou seu rival histórico na Premier League.
Liverpool e Manchester é um clássico histórico, de uma rivalidade entre duas cidades próximas e com poderio de potencias, que sempre disputavam a supremacia regional da Inglaterra desde a época da Revolução Industrial. Essa rivalidade chegou ao futebol, com os dois times somando 36 títulos ingleses, sendo 18 para cada lado. Se por um lado o Liverpool não vence um campeonato desde 1990, o Manchester acumula títulos, empatando com o rival histórico, e estando na eminencia de quebrar esta hegemonia nesta temporada. Tal fato ainda temperou ainda mais o clássico, ainda mais após um resultado negativo dos “Diabos Vermelhos” frente ao Chelsea, terça-feira passada e que segurou o Manchester na tabela.
Em campo, Fergusson resolveu manter o mesmo esquema utilizado contra o Chelsea, apenas trocando Javier Hernández por Berbatov, e promovendo a entrada de Giggs como titular. Como não tenho visto jogos do Liverpool na temporada, não sei o seu histórico de escalações e esquemas, mas hoje jogou com o 4-2-3-1 que vinha apresentando nos tempos de Rafa Benitez, com Suarez fixado no ataque, uma linha de três meias formada por Maxi Rodriguez, Raul Meireles e Kuyt. De inicio, pressão natural do time de Anfield, por jogar em casa e necessitar da vitória, mas foi o Manchester que assustou primeiro em uma pegada sem pulo da entrada da área de Berbatov, que acertou a trave de Reina.
O Liverpool detinha maior posse de bola, porém não conseguia encaixar nenhuma jogada aguda pelas pontas, demorando a chegar com perigo. Para complicar, um dos principais jogadores neste tipo de jogada, o lateral brasileiro Fábio Aurelio, se lesionou, necessitando ser substituído. Foi preciso uma grande mudança no sistema defensivo dos “Reds” para colocar Kyrgiakos em campo, deslocando Carregher para a lateral direita e Johnson para a lateral esquerda. E foi a entrada do grego que movimentaria o jogo, pois foi de Kyrgiakos o passe para Suarez marcar um dos gols mais empolgantes da temporada até então.
O uruguaio, que ficou conhecido por defender um chute de Gana pela Copa do Mundo, se livrou de cinco jogadores do Manchester para encontrar Kuyt livre para apenas encostar para o gol. No caminho, além de Evra e Smalling que foram superados pela jogada, Suarez passou brilhantemente por Rafael, Carrick e Brown. Este não iria ser o único presente ganho pelo holandês, que minutos depois ganharia uma assistência “amiga” de Nani, que interceptou de cabeça para trás um cruzamento de ataque dos Reds, e a bola sobrando na cabeça de Kuyt, que livre, só teve o trabalho de balançar as redes.
O jogo deu então uma trégua, descambando para a violência e a confusão típica de um clássico desta magnitude. Tudo começou com uma entrada criminosa de Carregher em Nani, o tirando de campo e levando apenas amarelo do árbitro Phill Dowd. Na jogada seguinte, o lateral Rafael tentou dar o troco em Lucas, ocasionando em uma confusão geral entre os dois times e com o arbitro encerrando o primeiro tempo logo depois para tentar esfriar os ânimos.
Para o espetáculo a parada foi boa, pois os dois times voltaram com vontade de jogo. O Manchester tentava apertar, porém errava nas finalizações. Rooney foi muito bem marcado, aparecendo pouco, com o Chicharito que entrara no lugar de Nani protagonizando os melhores lances ofensivos do United. Porém foi o Liverpool que viria a marcar o terceiro, novamente com Kuyt, aproveitando uma vacilada de Van der Sar que afastou mal uma falta cobrada por Suarez, e o holandês apenas tendo o trabalho para empurrar para as redes. Suarez ainda protagonizaria outro grande lance, deixando Evra no chão, passando uam meia-lua em Brown, mas errando na conclusão. Ainda deu tempo de Chicharito descontar de cabeça nos acréscimos após cruzamento de Giggs.
Vitória maiúscula do Liverpool, com grande atuação coletiva e individual de alguns jogadores. Suarez foi o grande destaque do time, pelas grandes jogadas e participação na vitória, assim como a estrela de Kuyt em estar no lugar e hora certa para marcar os gols. Pelo lado do Manchester, segunda derrota consecutiva em clássicos, onde ambos foram na casa do inimigo. A equipe mantém-se na liderança pela incompetência do Arsenal, que come mosca nos momentos decisivos como no empate em 0x0 contra o Sunderland no Emirates neste sábado. São três pontos atrás do United, porém com um jogo a menos e o clássico em Emirates contra os “Red Devils” na rodada 35. Porém pesa contra a fama de quem fica no quase desde o titulo invicto da liga na temporada 2003/2004.
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