terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Relato de uma crônica de morte não anunciada

Sob um assolador sentimento indefinido, porém de negatividade, faço este post. Nesta terça-feira aconteceu algo que ninguém previa: a eliminação precoce do Internacional diante do TP Mazembe, que, diga-se de passagem, foi justa pelo que as equipes apresentaram na partida.

A primeira pergunta que vem a cabeça: Quem é o culpado por este fracasso? A resposta é todos que comandam (ou comandaram) a maquina vermelha, com exceção da torcida colorada que nunca abandonou o barco e fez bem mais do que poderia fazer. Em 2006, nas crônicas, diz-se que o título começou em Bento, então da mesma forma digo que o fracasso também começou lá.

Ao longo de toda a temporada, as atuações ficaram aquém do esperado, com exceção do momento mágico que culminou no bicampeonato da Libertadores. Pode-se dizer que a questão não fica em porque perdeu e sim em como ganhou?

Sei que é polemico e doloroso, por isso irei maturar melhor esta minha visão e esperar passar este sofrimento que me assola assim como todos os colorados que aguardavam ansiosamente o segundo titulo mundial. Já escrevi bastante, mas neste post vou apenas me antenar ao jogo de hoje.

A história dele é a seguinte: O Internacional foi a Abu Dhabi se achando o favorito, ainda mais com a má fase da Internazionale. Tal fato assustou um pouco os africanos, que no mundial passado ficaram apenas no sexto lugar e neste conseguiram uma brilhante vitória contra o Pachuca, que o credenciaram a disputar as semifinais com o Internacional.

Tal fato fez com que o Mazembe viesse com uma postura conservadora, fora a descarga emocional que se dá em enfrentar um favorito à taça. Já o Internacional começou com tudo, e teve sim a chance de liquidar a partida nos momentos iniciais, quando perdeu inúmeras chances claras de gols. Aos poucos os africanos foram se acalmando e passaram a se aventurarem ao ataque, mostrando as conhecidas fragilidades defensivas coloradas.

Como viu que o bicho não era tão feio como parecia ser, os africanos voltaram para cima no segundo tempo, e explorando uma grave falha defensiva para abrir o placar. E ai meus amigos, com o placar adverso e sem grandes opções ofensivas no banco e sequer no elenco, o colorado sucumbiu-se, partindo desordenadamente ao ataque. Porém isto não explica a derrocada de hoje. A maior parcela recai sobre Roth, que destruiu a equipe na segunda etapa com as saídas de Tinga e Sóbis, em detrimento de Wilson Mathias. Alecsandro mostrou-se mais uma vez nulo, sendo substituído por Damião. Ainda houve as entradas de Giuliano e Oscar. Particularmente, todas as entradas foram corretas, porém quem saiu não deveria sair.

Roth deveria ter mantido Tinga em campo, tirando Wilson Mathias, e depois tirando D’Alessandro para a entrada de Giuliano. Como deia do desespero e da despreparação, Wilson Mathias foi fincado como centroavante nos minutos finais, enquanto Sóbis, já substituído, rezava no banco de reservas por um milagre. O Inter era um emaranhado de bons jogadores, porém com cada um jogando por si, sem nenhuma organização tática. Ainda houve tempo do Mazembe fazer seu segundo gol, aumentando ainda mais o vexame colorado.

Agora o Inter terá que disputar o terceiro lugar contra o perdedor de Internazionale e Seongnam IC. Depois deverá passar por um grande processo de reformulação, onde Roth deverá ser a primeira cabeça cortada. O que o treinador fez durante o semestre e principalmente nesta partida foi digno de assinar o atestado de demissão logo na saída de campo.

O treinador foi o grande responsável pelo maior fracasso de uma equipe europeia/ sul-americana em Mundiais FIFA, já que o Internacional fez com que o primeiro time não pertencente a estes dois continentes se classificar para a final do Mundial, quebrando a hegemonia entre europeus e sul-americanos. Ainda há de se fazer menções honrosas para a direção, que não abasteceu o treinador com boas opções para a defesa e ataque, além de se atrapalhar até para inscrever um jogador que não tinha condições legais para jogar, traduzindo-se em plena incompetência.

É hora de curar as feridas e refletir bastante, para que os reflexos deste enorme fracasso não fiquem aterrissados em 2011, novo ano, onde tudo poderá começar novamente.

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