Um assunto que hora e outra estava sempre nas mãos da CBF, parece que terá finalmente um desfecho: A unificação dos títulos considerados nacionais conquistados antes da existência do Campeonato Brasileiro. Ao que tudo indica, a confederação irá chancelar os títulos de 1959 a 1970, válidos pela Taça Brasil e pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. O curioso e deprimente é que em 1967 e 1968 teremos dois campeões brasileiros, pois a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa ocorriam simultaneamente.
Com isso, Palmeiras passaria de a ter 8 títulos nacionais, onde quatro já havia conquistado em Campeonatos Brasileiros, igualando-se ao Santos, que teve um acréscimo de seis títulos aos seus dois Brasileirões já conquistados. Fluminense, Botafogo, Bahia e Cruzeiro também sairiam beneficiados, com um título a mais cada um. O Internacional seria beneficiado com o acréscimo de dois vices, conquistados em 1967 e 1968 pelo Robertão;
Porém é neste ponto que a história entra em parafusos, pois os critérios utilizados na época não tornavam as competições tão acessíveis nacionalmente a ponto de serem equiparadas com o Brasileirão.
A Taça Brasil, existente desde 1959, foi basicamente uma Copa do Brasil de hoje por ter jogos eliminatórios, com a diferença de que os campeões paulistas e cariocas já entravam na fase semifinal, precisando de poucos jogos para ser campeão, em detrimento de equipes de outros estados como aqui do Rio Grande do Sul. Fora isso, muito se comenta sobre o nível da arbitragem da época, que praticamente minava as chances de uma equipe de outro estado conquistar o titulo, fato que só viria a ocorrer em 1959 com o Bahia e 1966 com o Cruzeiro.
Já o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, que foi o embrião do Campeonato Brasileiro, pecou pelo simples fato de ter apenas equipes de Rio, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O torneio começou em 1954, porém só é reconhecido como campeonato nacional a partir de 1967, já que antes só debutavam equipes paulistas e cariocas. Esta restrição de estados a faz ser injusta do ponto de vista técnico para ser equiparada a um campeonato nacional com o Brasileiro.
Ao meu ver, a CBF acatou a pressão imposta pelos clubes e acabou devolvendo-a em forma de lobby, pois assim os clubes sentem-se recompensados pelo passado vitorioso que tiveram e o utilizam como iniciativa de marketing e para abocanhar maiores quotas de patrocínios e torcida.
É uma pena ver um título brasileiro atual com toda a sua dificuldade ser equiparado a uma taça brasil, onde uma equipe precisava apenas de 4 jogos para ser campeã como foi o caso do Santos de Pelé, que poderia ter o melhor time da época e o maior craque da história do futebol brasileiro, porém não competiu em igualdade de condições com os demais.
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