sexta-feira, 3 de junho de 2011

A força de uma camisa

O Peñarol conseguiu segurar a vantagem do jogo de ida, e jogando com o regulamento debaixo do braço, garantiu a vaga para a decisão contra o Santos no saldo qualificado, na base da raça, da catimba e do aproveitamento de uma das oportunidades que teve na partida. Já o Vélez chora um pênalti desperdiçado e um gol mal anulado.

A decisão foi um jogo de xadrez entre o habilidoso Vélez e o experiente Peñarol. A equipe argentina precisava reverter o placar de 1x0 pró Peñarol, porém tinha a consciência que um descuido poderia ser fatal contra uma equipe que detém um dos melhores contra-ataques do futebol sul-americano.

Tal estratégia, fez do Vélez uma equipe pragmática, que não conseguia penetrar no ferrolho defensivo uruguaio. Tal pragmatismo transformava-se eventualmente em apatia, possibilitando o Peñarol ter três grandes chances na primeira etapa.

Na primeira, Martinuccio recebeu com liberdade e não conseguiu desviar de Barovero, o goleiro do Vélez e que era a última barreira. No segundo, o meia argentino recebe no meio da área e de cabeça erra por pouco o alvo, porém na terceira tentativa, Martinuccio deixa Mier na cara do gol já aos 33 minutos, apenas tendo o trabalho de desviar para marcar um gol valioso para os uruguaios, que naquela altura só seriam eliminados caso levassem três gols.

O Vélez, que até o gol só tinha chegado com perigo com Santiago Silva, foi pra cima, tendo um gol incorretamente anulado pelo arbitro Enrique Osses, que não viu que Martinez estava quase 1 metro atrás do defensor uruguaio quando recebeu para marcar o que seria o gol de empate. Menos mal, que ainda ao fim da primeira etapa os argentinos chegaram ao empate com Tobio, aproveitando uma soltada de bola do goleiro Sosa em seus pés.

O gol animou os argentinos, que foram só pressão na segunda etapa, buscando os 2 gols que ainda restariam. A equipe cadenciava demais o jogo e concluía pouco, e mesmo assim conseguiria chegar ao segundo gol aos 21 minutos, quando Martinez fez a parede em um lançamento para Santiago Silva concluir para o gol. Porém logo depois, Ortiz faria uma falta passível de segundo cartão amarelo, deixando o Vélez com 10 e precisando de um gol.

Eis que aos 29 minutos, Martinez cavaria um pênalti em jogada individual, que o árbitro marcado por ter anulado um gol seu na primeira etapa viu-se obrigado a assinalar. Porém nem o mais pessimista torcedor argentino esperava uma isolada de Santiago Silva, que chutou por cima a grande chance de passar a vantagem e a classificação para o lado do seu clube.

O pênalti perdido murchou o Vélez, que cansou por ter um a menos e até a sua fanática torcida, que cantava incessantemente o Ilariê da Xuxa. O Peñarol soube administrar e garantir com maestria a sua classificação, que não vinha desde 1987, quando conquistou o pentacampeonato.

Peñarol e Santos. Qualquer um dos adversários que passasse seria chumbo grosso para a equipe de Muricy. O Peñarol resgata a tradição uruguaia, tem camisa cinco vezes campeã e a experiência necessária para administrar uma decisão. Mas o Santos tem mais técnica, entrando como o favorito para a decisão. Porém favoritismo não ganha jogo antecipadamente.

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